Escrevi ao som de outra música. Porém, ao reler o texto, penso que da forma como ficou ficará melhor com o vídeo que colocarei a seguir. Se, porém, alguém tiver a curiosidade de saber qual era o vídeo que originalmente colocaria, basta perguntar-me. A paz de Deus esteja com vocês. E que o Papa viva tanto ou mais que Pedro. Amém.
“A terra aprisiona-nos com suas perseguições, mas o céu
permanece aberto.” Com essa frase que me caiu tão bem hoje eu gostaria de
começar a escrever mais um post para os meus amados leitores. E falo amados do
fundo do coração, pois em sua maioria os conheço e amo.
Mais um dia de vida, mais um dia atrás da coroa de glória, da
coroa imperecível que Deus irá, tomara, me dar naquele glorioso dia em que me
assentar junto a seus santos e seus justos na pátria celeste.
O tempo passou, e hoje vejo que não sou mais uma criança.
Minhas preocupações mudaram tanto, meu espírito se transformou de tantas
formas. Será que eu, tão novinho, poderia imaginar que iria me tornar o que
hoje sou? Poderia eu, quando ainda dava sorrisos inocentes e despreocupados,
prever que feições iriam habitar minha face agora? Seria tudo isso um fútil
exercício de divagação ou há algum sentido nisso tudo? São perguntas realmente
divertidas de se fazer.
Velas acesas, tantas delas...mas não velas de aniversário,
nem velas porque a luz foi embora. Velas acesas em honra de Deus, velas acesas
pelas almas do purgatório. Velas para significar a presença de Jesus Cristo no
Sacrário, velas pra invocar o Espírito Santo nas solenidades. Velas para
iluminar os passos na escuridão dos caminhos tortuosos.
Tantas coisas lindas, sacras, sagradas. Sou rodeado de uma
beleza que nem suspeitava existir. As próprias pessoas são o adorno que dá
graça e paz aos ambientes. Almas sublimes, puras, castas. Seus olhos brilham refletindo
a visão beatífica do Criador. Quanta paz, quanta luz!!
No céu, Deus, artista bem-humorado, faz das Suas. Brinca com
o firmamento, reordenando a harmonia e o equilíbrio dos corpos. Com as nuvens
da terra, faz arranjos de graça e delicadeza. Com as nebulosas do céu,
colossos, colunas de Seu imenso poder e glória. A criação inteira se curva
diante de Sua sabedoria e de Seus encantos.
Sim, pois Ele é encantador! O mais belo de todos, nossa
imagem sem mácula, nosso modelo, nosso plano-piloto! E a mais bela, Maria,
nossa mãe, envolta em seus tecidos belíssimos tecidos pelos anjos. Elevada,
graciosa, mulher modesta, bastião da humildade e da ternura. A espada que lhe
transpassou o coração lhe moldou o miocárdio para que batesse eternamente por
amor a Deus e ao seu Cristo.
Sim, pois noutros tempos talvez eu falasse do Vasco, ou da
política, ou da filosofia moderna. Mas tudo isso soa tão sem graça, tão sem
sentido, diante do Amor de Deus, diante das maravilhas de Sua bondade, dos
prodígios de Seus braços! Cada sorriso cristão que vejo nessa terra me apaixona
por todos, me enche de gratidão, me emociona sincera e profundamente, ao ponto
de me deixar sem ação. Quando vejo o que Deus fez aos meus irmãos na fé, como
lhes ergueu mais alto do que jamais poderiam sonhar, então como posso não me
derramar diante de Seu poder, que Ele poderia usar para escravizar o homem, mas
usa, ao contrário, para libertá-lo?
Como não me prostrar de amor diante Daquele que faz meu
espírito se expandir tanto que sinto como se pudesse abarcar todos os homens?
Que me infla o coração de uma tal maneira que posso amar alguém que olho pela
primeira vez? Não é de mim, certamente, que vem tais coisas, pois sou homem dos
mais miseráveis de todos, ao ponto de me assustar com minha pequenez e minha
habilidade para o pecado.
Mas Deus sempre, sempre, sempre, tem me buscado, quando Dele
quero me afastar. Como um amigo que oferece o ombro para o choro, como um pai
que aconselha sabiamente um filho, Ele sempre vem ao meu encontro quando menos
Lhe espero. Quando mais quero fugir, quanto mais corro Dele, então vem ainda
mais rápido ao meu encontro pata ter comigo.
E vejo hoje, no dia em que eu e os outros católicos
celebramos Santo Agostinho, as palavras do mesmo homem que poderia em outros
casos ter seguido caminho tão diverso: “Tarde Te amei. Tarde Te amei, ó beleza
tão antiga e tão nova!” E vejo como também tarde O amei. Pois quisera eu ter O
amado, para amá-lo desde o meu nascimento! Quisera eu desde o ventre de minha
mãe tê-Lo adorado!
Quisera eu, na solidão da infância, ter passado as tardes
conversando com Ele, rindo e me divertindo com Sua sempre renovada companhia! Quisera
eu poder contar com Seus conselhos lá atrás, quando cometi tantos erros por me
guiar por mim mesmo. Quisera eu ter sentido menos dor e mais amor.
Demorei demais para entender isto. Entender, como diziam os
antigos em latim, que DOMINE, NO SUM DIGNUS, UT INTRES SUB TECTUM MEUM; SED
TANTUM DIC VERBO, ET SANABITUR ANIMA MEA (Senhor, eu não sou digno de que
entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e a minha alma será salva).
Uma palavra, uma única palavra. Só isto é necessário. Um
segundo, um momento, uma visão. Não um discurso, não um filme, não uma
conversa. Uma palavra de Deus...e está feito. Uma palavra de Deus...e estou
salvo.
Um único segundo...e tudo mudou para sempre.
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