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terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Ti meu Deus, novamente


Escrevi ao som de outra música. Porém, ao reler o texto, penso que da forma como ficou ficará melhor com o vídeo que colocarei a seguir. Se, porém, alguém tiver a curiosidade de saber qual era o vídeo que originalmente colocaria, basta perguntar-me. A paz de Deus esteja com vocês. E que o Papa viva tanto ou mais que Pedro. Amém.




“A terra aprisiona-nos com suas perseguições, mas o céu permanece aberto.” Com essa frase que me caiu tão bem hoje eu gostaria de começar a escrever mais um post para os meus amados leitores. E falo amados do fundo do coração, pois em sua maioria os conheço e amo.

Mais um dia de vida, mais um dia atrás da coroa de glória, da coroa imperecível que Deus irá, tomara, me dar naquele glorioso dia em que me assentar junto a seus santos e seus justos na pátria celeste.

O tempo passou, e hoje vejo que não sou mais uma criança. Minhas preocupações mudaram tanto, meu espírito se transformou de tantas formas. Será que eu, tão novinho, poderia imaginar que iria me tornar o que hoje sou? Poderia eu, quando ainda dava sorrisos inocentes e despreocupados, prever que feições iriam habitar minha face agora? Seria tudo isso um fútil exercício de divagação ou há algum sentido nisso tudo? São perguntas realmente divertidas de se fazer.

Velas acesas, tantas delas...mas não velas de aniversário, nem velas porque a luz foi embora. Velas acesas em honra de Deus, velas acesas pelas almas do purgatório. Velas para significar a presença de Jesus Cristo no Sacrário, velas pra invocar o Espírito Santo nas solenidades. Velas para iluminar os passos na escuridão dos caminhos tortuosos.

Tantas coisas lindas, sacras, sagradas. Sou rodeado de uma beleza que nem suspeitava existir. As próprias pessoas são o adorno que dá graça e paz aos ambientes. Almas sublimes, puras, castas. Seus olhos brilham refletindo a visão beatífica do Criador. Quanta paz, quanta luz!!

No céu, Deus, artista bem-humorado, faz das Suas. Brinca com o firmamento, reordenando a harmonia e o equilíbrio dos corpos. Com as nuvens da terra, faz arranjos de graça e delicadeza. Com as nebulosas do céu, colossos, colunas de Seu imenso poder e glória. A criação inteira se curva diante de Sua sabedoria e de Seus encantos.

Sim, pois Ele é encantador! O mais belo de todos, nossa imagem sem mácula, nosso modelo, nosso plano-piloto! E a mais bela, Maria, nossa mãe, envolta em seus tecidos belíssimos tecidos pelos anjos. Elevada, graciosa, mulher modesta, bastião da humildade e da ternura. A espada que lhe transpassou o coração lhe moldou o miocárdio para que batesse eternamente por amor a Deus e ao seu Cristo.

Sim, pois noutros tempos talvez eu falasse do Vasco, ou da política, ou da filosofia moderna. Mas tudo isso soa tão sem graça, tão sem sentido, diante do Amor de Deus, diante das maravilhas de Sua bondade, dos prodígios de Seus braços! Cada sorriso cristão que vejo nessa terra me apaixona por todos, me enche de gratidão, me emociona sincera e profundamente, ao ponto de me deixar sem ação. Quando vejo o que Deus fez aos meus irmãos na fé, como lhes ergueu mais alto do que jamais poderiam sonhar, então como posso não me derramar diante de Seu poder, que Ele poderia usar para escravizar o homem, mas usa, ao contrário, para libertá-lo?

Como não me prostrar de amor diante Daquele que faz meu espírito se expandir tanto que sinto como se pudesse abarcar todos os homens? Que me infla o coração de uma tal maneira que posso amar alguém que olho pela primeira vez? Não é de mim, certamente, que vem tais coisas, pois sou homem dos mais miseráveis de todos, ao ponto de me assustar com minha pequenez e minha habilidade para o pecado.

Mas Deus sempre, sempre, sempre, tem me buscado, quando Dele quero me afastar. Como um amigo que oferece o ombro para o choro, como um pai que aconselha sabiamente um filho, Ele sempre vem ao meu encontro quando menos Lhe espero. Quando mais quero fugir, quanto mais corro Dele, então vem ainda mais rápido ao meu encontro pata ter comigo.

E vejo hoje, no dia em que eu e os outros católicos celebramos Santo Agostinho, as palavras do mesmo homem que poderia em outros casos ter seguido caminho tão diverso: “Tarde Te amei. Tarde Te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!” E vejo como também tarde O amei. Pois quisera eu ter O amado, para amá-lo desde o meu nascimento! Quisera eu desde o ventre de minha mãe tê-Lo adorado!

Quisera eu, na solidão da infância, ter passado as tardes conversando com Ele, rindo e me divertindo com Sua sempre renovada companhia! Quisera eu poder contar com Seus conselhos lá atrás, quando cometi tantos erros por me guiar por mim mesmo. Quisera eu ter sentido menos dor e mais amor.

Demorei demais para entender isto. Entender, como diziam os antigos em latim, que DOMINE, NO SUM DIGNUS, UT INTRES SUB TECTUM MEUM; SED TANTUM DIC VERBO, ET SANABITUR ANIMA MEA (Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e a minha alma será salva).

Uma palavra, uma única palavra. Só isto é necessário. Um segundo, um momento, uma visão. Não um discurso, não um filme, não uma conversa. Uma palavra de Deus...e está feito. Uma palavra de Deus...e estou salvo.

Um único segundo...e tudo mudou para sempre.



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