Vaias. A rejeição da massa humana a determinado comportamento. Resultado de muitos fatores, ambos extremos. Uma extrema compreensão ou uma extrema incompreensão. Os aplausos podem ser protocolares, artificiais. Aplaudimos discursos maçantes em eventos aos quais comparecemos unicamente por convenção social ou vontade de nos aproveitarmos dos coquetéis.
Convenção, Lei, Norma. Disciplina, regramento, regularidade e tantas outras palavras que permeiam as conversas dos juristas. Justiça, um ideal a ser alcançado, uma espada afiada, implacável, em nome da qual se mata e se morre.
Vingança. Olho por olho e dente por dente. Retribuir o bem com o bem, e o mal com o mal. Abraços serão dados. Facadas e tiros também. Traição. Engodo. Aliança quebradas, balanças adulteradas e corações na mão, para serem atirados contra nossos desafetos.
Sim, a Justiça, a dama cega com uma balança e uma espada na mão, que , exatamente por não ver, sai cortando a torto e a direito as cabeças dos que se põem ao seu alcance. Pessoalmente, nunca gostei dessa idéia da justiça como uma mulher vendada. Oras, você deixaria o poder de decisão sobre o justo nas mãos de quem não pode ver o ser humano por detrás da norma?
Fala-se na dama cega justamente porque, então, ao não ver as pessoas envolvidas no conflito, decidiria em prol da Lei, e não das pessoas. Não veria o quanto cada parte é influente ou poderosa, não se deixaria basear em mais nada que não fosse a NORMA, a letra fria da lei. E nunca concordei com isso.
Nunca gostei do legalismo, do positivismo. Daquela visão vitoriana e protocolizada das coisas, como se a obediência às normas fosse uma mágica que fosse acabar com todos os problemas do mundo. Nunca gostei, por exemplo, do ORDEM E PROGRESSO da bandeira nacional. Coisa de positivista. Coisa de gente entusiasmada com as engrenagens do relógio, mas indiferente aos sofrimentos da condição humana.
Lembrei do Fernando Pessoa, agora. Não gosto muito dele por diferenças morais extremas. Sou católico, portanto, cristão. Fernando Pessoa era muitas coisas, mas cristão é que não era. Mas admiro muito seus escritos sobre essa questão do “homem-máquina” que se colocava no final do século XIX, começo do XX e que ainda hoje, mesmo com a mentalidade mundial de uma forma geral mais ocupada cem busca de novos meios de aperfeiçoar seu hedonismo e culto ao caos (moral e legal), ainda permeia os ideais dos poderosos do mundo.
Aqui é bom fazer uma observação. Vejam que eu critico o legalismo, não a legalidade. A lei é fundamental, e a justiça é, sim, coisa muito boa. Já diz o Salmo: “DEUS ama o Direito e a Justiça”, contudo bem sabemos que os conceitos de Deus em geral são diferentes dos conceitos dos homens. As medidas Dele geralmente nos desnorteiam, pois Deus ama os valores em si, não suas conceituação de raso sentido que os homens precisam construir (de forma muitas vezes deturpada) para que tenham aplicabilidade.
O problema que quero criticar é a ausência de bom sendo, a ausência de ponderação que habita os homens, pelo visto sempre tão inclinados ao extremismo. De um lado, temos os positivistas, que cultuam a ordem a todo custo, mesmo que seja o custo de vidas humanas. Do outro lado, temos essa ideologia hedonista e imediatista, materialista ao extremo, que em nome de prazeres passageiros está disposta a sacrificar tudo. E aí novamente temos de falar em vidas humanas. A vida humana sempre sai perdendo, quando os homens escolhem os extremos.
Neste ponto, retomo a fala acerca do tema da justiça. Justiça é dar a cada um o que é seu. Este é o conceito mais elementar que podemos ter desse valor. É o que é nos ensinado nas faculdades de Direito, e é a resposta automática na boca de qualquer jurista, quando precisa ser objetivo.
O problema é que isso elimina os sentimentos. Elimina a misericórdia, elimina alteridade, e cria divisões ferrenhas, divisões entre bons e maus, divisões entre "bandidos" e "cidadãos de bem", que se jactam o fato de nunca terem roubado milhões em Brasília ao mesmo tempo em que adoram embolsar aquele troquinho esperto nas transações comerciais do cotidiano.
Vivemos em uma sociedade em que é proibido julgar com qualquer sentimento que não seja o ódio, que não seja a vingança; Somos uma sociedade revoltada contra tudo e contra todos: uma sociedade de vingadores.
Nada contra os conceitos. nada contra a sistematização, ou o raciocínio indutivo, para fazer aqui uma miscelânea de coisas que por vezes me descem com dificuldade pela gargante. Nada contra a própria burocracia, que muita gente pensa que é uma coisa horrível, mas que na verdade é algo necessário, e bom, se usado com parcimônia.
Não é pecado um juiz precisar de um auxiliar. Esse auxiliar precisar de um auxiliar é que começa a deixar as coisas esquisitas.
Não é condenável exigir que um documento seja autenticado. O condenável é exigir que seja entregue em três vias, cada uma com um carimbo de cor diferente.
Enfim, nada contra justiça, nada contra o Direito. Sou acadêmico de Direito, ora, pois! É uma questão de bom, senso, de ponderação, sabe. Extremos tendem a me deixar irritado. E tendem a exterminar aqueles que erram, sem nunca lhes dar a chance de se redimirem.
E por favor, sem cinismo aqui, também. Estou falando em ser extremista, não em ser radical. Chega uma hora em que ficamos meio paranóicos com os termos, de tanto viver essa vida. O que tem a pretensão de ser um alerta para quem está querendo entrar nessa vida. Ou um convite...
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Enfim, o homem tem mesmo essa tendência para padronizar, para sistematizar, catalogar, classificar, discriminar, equacionar. Mesmo quando isso significa se vingar. O homem enxerga validade na vingança, se for para restaurar o que entender por equilíbrio. A vingança ganha, nesse contexto, um viés de virtude.
O que é bom, mas não é suficiente para fazer do homem "homem". Lá ou eu de novo com esses termos. Alguém devia cortar meus dedos fora (Queixinho, eu estou só brincando, ok?Sai pra lá!)
Apenas quando eu vou ALÉM da Justiça, apenas quando eu adentro no AMOR, aí então é que eu começo a fazer a experiência de Deus.
Isto porque a Justiça é relativa. A justiça é algo “humanizável”, por assim dizer. A justiça pode ser medida, pode ser regulada, e até mesmo aprisionada. A justiça pode ser estudada, pode ser quebrantada, pode ser reduzida a leis frias, a precedentes judiciais. A justiça pode, enfim, ser aplicada por pessoas injustas.
Vejam, quando eu digo que a justiça é relativa, quero dizer que ela é manipulável. Mesmo sendo um conceito fechado - lembremos o contexto da crítica positivista que eu fiz no começo desse texto -, ela é manipulada. E é manipulada porque é uma criação do homem. Atentemos aqui eu eu estou falando de justiça como sinônimo de Direito.
Como valor, a mesma não pode se realizar de outra forma. Não na concepção de pensamento do mundo ocidental, mesmo porque as teorias do Direito Natural (e eu tenho fortes tendências jusnaturalistas) estão em extremo desuso, sendo substituídas exatamente por tudo isso que eu falei anteriormente. E viva o menino Kelsen, feliz da vida em seu túmulo quadradinho (isto foi propositadamente superficial, deixo logo claro. Vemos que Kelsen no fim da vida começou a, permito-me dizer, "acordar" para a vida)!
Com o amor isto não acontece. A vivência do amor pressupõe uma comunhão com ele. Só sabe o que é amor quem ama. O amor não é um conceito, não é uma idéia, é uma experiência, uma vivência. É o que sempre me leva a criticar as críticas (ah, esses trocadilhos infames...) de Nietzche ao cristianismo. Estudou, mas não viveu. Não tem moral para falar. Simples assim.
Às objeções levantadas, respondo com uma situação divertida. Para quem você vai pedir conselhos sobre, por exemplo, beijar na boca? Para o cientista que passou 30 anos estudando a "teoria do beijo" e publicou até um livro sobre o assunto "La Theórie du bise", mas nunca beijou ninguém além da mãe, e na bochecha, ainda por cima; ou para o malandrão faceiro do bairro, cuja boca é conhecida entre as mulheres mais atiradas como "portinha do Éden"?
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Parto, é claro, do princípio de que Deus é amor. Logo, o amor é o poder,a perfeição e a plenitude por excelência. O amor não é algo que possa ser aprisionado. Mesmo quando tentamos fazer isso, apenas estamos dando provas de que o mesmo é uma força tão poderosa que na verdade não há como se opor a ela. Não se pode ser neutro ao amor, assim como não se pode ser neutro ao filho do AMOR, Jesus Cristo.
Oras, divago acerca de meu mestre. Acontece. Quando se tenta escrever sobre coisas tão amplas, geralmente acabamos falando sobre tudo, e aí não falamos sobre nada. Sabem, Deus pode ser muito frustrante, às vezes. Não a SUA pessoa, claro, Deus é fascinante. Tentar entender Deus é que é o problema. E então voltamos à nossa conversa sobre amor e justiça. Eu posso entender a justiça. Não posso entender o amor, no sentido de apreendê-lo, reduzi-lo a um número de postulados matemáticos x.
E isso é uma humilhação intelectual, uma humilhação para o raciocínio mecânico e racional. O amor não pode ser medido, não pode ser engarrafado. Então se esforçam em dizer que ele não existe, se esforçam em apagá-lo, em distanciá-lo de nossas vidas. Procuram reduzir tudo a hormônios, mas isso não é amor. Procuram reduzir tudo a interesses ou a termos científicos como interesse, atração, cooperação e simbiose. Mas isso também não é humor. São apenas palavras que nos deixam entediados.
Peço desculpas ao leitor. Sinto que estou meio enrolado aqui. Faz tempo que não escrevo. Estou com os dedos enferrujados, por assim dizer. E é um tema tão amplo, não?Seria ótimo se pudéssemos reunir toda a humanidade, para que cada homem pudesse dar a sua contribuição, se bem que muitos talvez não tivessem o que contribuir.
Momentos de lembranças vindo à minha cabeça. Lembrei-me agora da distinção entre Estado Legalista e Estado de Direito. O Estado legalista se governa pela lei, cegamente. Está na Lei, tá valendo, mesmo que seja um absurdo.
Por exemplo, o Estado nazista. Todos os judeus, católicos (sim, os católicos e demais cristãos de verdade, que não concordaram com aquilo morreram também), ciganos que morreram na mão dos nazistas, morreram de acordo com a Lei do Estado nazista. Tudo legal, mas nada justo.
Como o Direito e a Lei podem estar distantes um do outro algumas vezes!Como a Justiça, ou o que pensamos ser a Justiça, muitas vezes sucumbe a disfarces de legalismo, de vingança, de segregação, de um liberalismo sem fim que torna os fortes mais fortes mais fortes e os fracos mais fracos, ou de um estatismo sem limites que rouba do homem todo o fruto de seus trabalhos!
Nessas horas, a memória puxa algo que eu ouvi nos SIMPSONS uma vez:
"A lei não tem poder para ajudar, mas tem para punir".
Acabei de me lembrar de outra coisa (altas lembranças agora). Sempre fui bom em lembrar coisas na hora errada, e péssimo na hora certa. Poderia chamar algumas mulheres para testemunharem esse pequeno problema...
Enfim, confissões à parte, lembrei-me de um desenho que aqui no Brasil recebe o nome de PADRINHOS MÁGICOS. Nesse desenho, temos dois povos rivais em termos de magia: Fadas e duendes. As fadas são pessoais, amam seus afilhados, se identificam com eles. Os duendes querem o controle do mundo das fadas, querem o monopólio do mercado, querem poder fazer o melhor de si e realizar os desejos das crianças.
Mas não as amam. Tudo o que lhes interessa são números, são gráficos. E assim, no desenho, eles sempre perdem as batalhas pelo controle do chamado Mundo das Fadas. É algo tão infantil, não?Mas há muita profundidade nisso, há mesmo uma filosofia e uma teologia profundas!
Podemos nos deparar com essa realidade tão bonita observando o cristianismo, a mais original e maluca de todas as religiões (e isto sendo dito por um cristão!), quando nos deparamos com as certezas de nossas ortodoxia:
>O inferno existe;
>Merecemos o inferno; [A JUSTIÇA]
>Seremos salvos pela misericórdia de Deus. [O AMOR]
Perceberam como são as coisas? Somos todos maus, senhores. Sempre digo que ir avançando nos caminhos do cristianismo é o mesmo que ir se dando conta de duas verdades cada vez mais fortes: a primeira é como nós somos ruins, e a segunda é como DEUS é bom.
Uma das coisas mais difíceis de compreender em nossa religião é exatamente isso. Ainda que eu me esforce até as últimas forças para alcançar a salvação, ela jamais será fruto de uma “justiça”, por assim dizer. Eu jamais poderei exigir a salvação de Deus. Sempre estarei em débito com Ele, e disso eu sei muito bem. Não tenho, leitores, a menor pretensão de dizer que sou uma boa pessoa, a menor pretensão de dizer que mereço o céu. Só eu e Ele sabemos o tamanho das minhas faltas. Mas nem mesmo o mais esperançoso dos homens pode querer medir Sua enorme misericórdia.
Vejam vocês que dia desses estava lendo a Carta de São Paulo aos Romanos. Fazia isso como estudo apologético de defesa Igreja Católica Apostólica ROMANA, e ela foi muito útil nesse sentido, também. Mas o que mais me chamou atenção, a mim, que sou, bem entre aspas mesmo, jurista, foi a digressão de São Paulo acerca da Lei, da Justiça e do Amor.
São Paulo nos ensina que, se quisermos nos salvar por uma questão de justiça, estamos todos perdidos. Já diz Salomão no Eclesiastes: “não há um homem justo, não há um sequer.” Ou seja, pela porta da Justiça, camaradas, não vai entrar ninguém no céu.
Vejam, ontem mesmo eu conversava sobre a temática com uma amiga protestante que eu tenho. E ela me recomendou uma passagem muito interessante, de autoria do grande Rei Salomão, exatamente sobre essa temática, e que me deixou muito pensativo:
"Tudo isto vi nos dias da minha
vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há ímpio que prolonga os seus
dias na sua maldade.
Não sejas demasiadamente justo,
nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?Não sejas
demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?
Bom é que retenhas isto, e também
daquilo não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso. A
sabedoria fortalece ao sábio, mais do que dez poderosos que haja na cidade.
Na verdade que não há homem justo
sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.
Tampouco apliques o teu coração a
todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir o teu servo
amaldiçoar-te. Porque o teu coração também já confessou que muitas vezes tu
amaldiçoaste a outros."
Livro de Eclesiastes - Capítulo
7:15-22.
***
Ora, tudo isto é mais uma humilhação para o ser humano, em sua arrogância e pretensão de entender tudo, de alcança tudo, de ser o dono de tudo, até mesmo do que é dos outros e, pior ainda, do que é dom de Deus.
Sim, o homem tem extrema dificuldade em aceitar o gratuito, porque em sua cabeça isto não é "justo". Na concepção de igualdade implantada em sua cabeça, muitas coisas que Jesus manda são simplesmente absurdas, "injustas".
Como é que Cristo tem, por exemplo, a ousadia de me mandar amar meus inimigos, e dar a outra face?Como é que São Paulo me afirma descaradamente que, antes de litigar contra quem me injustiçou, deveria eu deixar-me defraldar?Como é que São Pedro tem a coragem de me mandar obedecer a meus senhores, não apenas aos justos e bons, mas especialmente aos ruins e injustos?Ora, a quantos não parece, ao deparar-se com esses textos bíblicos, que esse caras eram todos malucos?
Quantos, lendo a parábola do Filho Pródigo, não entendem nada?Ou entendem mas entendem tudo errado?Quantos não se afastam da Igreja, de Deus, da sociedade como um todo, porque são incapazes de superar o passado, o pecado, porque as portas da vida lhes são fechadas em nome de uma pretensa e implacável justiça?
***
“Mas, padre, eu sou um pecador, tenho grandes pecados, como posso sentir-me parte da Igreja?”. Querido irmão, querida irmã, é propriamente isto que deseja o Senhor; que você lhe diga: “Senhor, estou aqui, com os meus pecados”.
Alguém de vocês está aqui sem os próprios pecados? Alguém de vocês? Ninguém, nenhum de nós. Todos levamos conosco os nosso pecados. Mas o Senhor quer ouvir que lhe digamos: “Perdoa-me, ajuda-me a caminhar, transforma o meu coração!”. E o Senhor pode transformar o coração.
Na Igreja, o Deus que encontramos não é um juiz implacável, mas é como o Pai da parábola evangélica. Você pode ser como o filho que deixou a casa, que tocou o fundo do distanciamento de Deus. Quando tens a força de dizer: quero voltar pra casa, encontrarás a porta aberta, Deus vem ao seu encontro porque te espera sempre, Deus te espera sempre. Deus te abraça, te beija e faz festa."
Papa Francisco.
***
Dar a cada um o que é seu. Tem tanta gente por aí correndo "atrás do que é seu". Pois só digo um coisa. Se um dia Deus quiser me "dar o que é meu", eu estou ferrado. A única coisa que é minha, a única coisa que eu mereço, é uma poltrona reclinável na Sala VIP do inferno.
***
Olhem só um texto que eu encontrei no perfil no Facebook do Professor Felipe Aquino, um dos maiores apologistas católicos do Brasil e Doutor em Engenharia Aeroespacial pelo ITA:
"POR QUE NÃO BASTA SÓ A JUSTIÇA?
O mesmo grande doutor em Ciências Políticas, caro amigo Prof. Dr. Cesar Saldanha, sábio e experiente, mostra de maneira muito simples porque a justiça sozinha é insuficiente para gerar a harmonia em uma sociedade e a paz entre as pessoas e as nações. Ele costuma contar o caso do conflito de Israel e a os Palestinos, que há cerca de 70 anos é um dos mais graves conflitos internacionais, e que não termina nunca, porque, à luz da justiça e do Direito, ambos os povos acham que têm razão; e acabam querendo resolver o problema na base da guerra.
Israel afirma que Deus lhes deu aquela terra desde Abraão, quase dois mil anos antes de Cristo; e que eles tem esta “escritura” de posse registrada no Cartório mais confiável do mundo que é a Sagrada Escritura, a Palavra de Deus; e que, portanto, não abrem mão de nada daquele território, pois lhes pertence por “justiça” e garantido pelo Direito Divino.
Por outro lado os palestinos dizem: “Mas vocês foram expulsos daqui pelos romanos no ano 70, pelo general Tito, e foram embora pelo mundo afora; esta terra toda estava vazia e nós a ocupamos há 1900 anos! Ora, temos o direito de “uso capião”; querem um “uso capião” mais legítimo que esse, de 1900 anos?
E assim ambos os povos dizem que tem razão. Os dois têm direitos, e a justiça não consegue resolver isso sozinha; é preciso que entre o amor, a compreensão, a abnegação. Cada um abrir mão daquilo que por direito e justiça é de cada um, para que ambos se entendam e sejam felizes. Isto mostra que não basta a Justiça e o Direito para resolver os problemas humanos, é preciso o amor, a caridade.
O mesmo se dá entre patrões e empregados, entre pais e filhos, entre marido e mulher, entre uma nação e outra. Se ficarmos só com a Justiça, faremos guerra! Cristo foi injustiçado mas salvou o mundo pelo Amor."
Professor Felipe Aquino.
***
Enfim, estou me alongando tanto nisso tudo, não é?Creio que seria melhor se parássemos por aqui, amigos leitores. É um tema amplo, sobre o qual gostaria de me debruçar ainda outras vezes. Mas não posso fazê-lo sem recomendar-lhes algumas reflexões sobre o tema.
Sobre a questão da justiça, da vingança e tudo o mais, é extremamente salutar ver a trilogia do Poderoso Chefão. Se você ainda não viu, sua vida ainda é apenas uma lufada de ilusões, meu caro. Aqui, cabe a menção anônima, porém honrosa: quem me recomendou e me possibilitou assistir a trilogia foi um ATEU.
Detalhe: choro muito no final. Que história...que história...
Nem preciso dizer mais nada. Apenas vejam toda a trilogia. E quem viu tudo já sabe do que eu estou falando. Eu quis começar e encerrar com a trilha sonora do Poderoso Chefão porque essa trilogia não são apenas filmes. São lições de vida. Resumem tudo o que eu disse de uma forma que eu jamais conseguirei fixar.
Deus abençoe a todos!Salve Maria santísima!Salve Roma eterna!
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