- Muitos tesouros Deus me me deu nesta vida. Amigos, pessoas a quem amar. Dias ótimos, em que pude, pela Sua graça, contemplar a criação e agradecer a Deus, pela beleza e ordem com que dispôs todas as coisas.
- E também dias em que sofri muito, e pude perceber a grandeza de Deus de uma forma ainda maior, pois então pude ver e atestar Sua fidelidade. Mesmo na tribulação, não abandona. Mesmo na tempestade não some. Não, Ele apenas PARECE não estar lá. Mais tarde, porém, vendo tudo com os olhos da fé, percebo que Ele sempre esteve comigo, nunca me abandonou.
- Muito cedo, deu-me a graça de O conhecer e de O amar. Mostrou-me ainda na infância Sua Igreja, que me ensinou tudo o que sei sobre Ele, me ensinou a crer, e como crer. A Igreja Católica apresentou-me seu maior tesouro, e eu, na minha pequenez e insignificância, o acolhi, e a minha vida mudou para sempre.
- ***
- "Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
- Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos:Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas.
- E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos Céus. E se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem.
- Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
- E de novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim.
- Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:Ele que falou pelos Profetas.
- Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e vida do mundo que há-de vir."
- Amém.
(Credo Niceno-Constantinoplano)
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Desde cedo, pude ver as consequências na fé na vida das pessoas. As transformações que se operam pelo simples ato de crer, confiar, depender. Como é preciosa, a fé, como dá força nos momentos difíceis, e como ajuda a melhor desfrutar os momentos bons. Com Deus presente, mesmo as menores e mais insignificantes coisas ganham um valor e um sabor inestimáveis. Tudo então se torna belo, ou ao menos faz sentido.
Então, posso libertar-me de meu subjetivismo arrogante, de minhas opiniões supérfluas e de eu orgulho intelectual. Posso esvaziar-me, e me ver livre da angústia que nasce do meu orgulho e da minha arrogância, que preciso combater todos os dias, pois são muito fortes em minha pessoa.
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"Não possuo opinião própria. Concordo somente com o que ensina a Igreja Católica."
(São Máximo Confessor)
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Quando olho para gigantes consagrados da fé católica como Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, São Máximo, São Gregório, Santo Inácio de Antioquia, quando olho para os grandes católicos leigos como Pasteur, Montesquieu, Chesterton, Tolkien, Rui Barbosa, quando vejo as construções intelectuais tão bem elaboradas de protestantes como C.S. Lewis, Luther King ou Willian Craig, e mesmo quando olho para outros grandes sábios crentes fora do universo cristão, omo Gandhi e Maomé, o fenômeno é sempre o mesmo, e sempre impressionante.
O fenômeno da fé, que torna o homem pequeno, minúsculo, insignificante, diante do Eterno, do Imutável, do Absoluto, me fascina e me emociona. Ás vezes a simples ideia de Deus faz as lágrimas virem aos olhos, e minha mente fica extasiada diante do que os muçulmanos tão lindamente descrevem como "o sublime pensamento de Deus".
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"Que coisa! A fé nos dá tudo porque nos dá o Mistério, o Sentido, a Realidade, a Vida!E, no entanto, tira-nos tudo, coloca-nos em crise,
arranca-nos de nós mesmos, de nossas medidas, de nossas humanas certezas, de nossas fugazes seguranças:
'Foi pela fé que Abraão partiu sem saber para onde ia, residiu como estrangeiro na terra (que lhe fora) prometida, morando em tendas..."
Vivendo do provisório, porque colocava a fé no Definitivo, em tendas, porque "esperava a Cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor!"
Viver na fé nos dá tudo, tira-nos tudo! Viver de fé dá-nos a total segurança, a maior que se pode ter na vida, e arranca-nos de toda segurança, coloca-nos de cabeça para baixo, com os pés nos céus!
É loucura viver de fé!É não! É a maior sabedoria!É ilógico viver assim, sem apoio algum, sem alicerce, sem certeza, sempre a caminho, saindo de si mesmo!É não! É o mais firme, o fundamento mais fundado!É caminhar para a Vida, é construir a existência para a eternidade!
É ser livre, ser verdadeiramente maduro, senhor de si, porque totalmente aberto, dilatado para o Infinito, o Eterno, somente!"
Dom Henrique Soares da Costa
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Creio, e, porque creio, sinto. Uma das coisas mais impressionantes e até bizarras da fé, de certa maneira, é que a experiência de crer é diferente do que estamos acostumados. A lógica que aprendemos em toda a nossa vida, estimulados e moldados por esse pensamento dito "científico", é a do "ver para crer". Com a religião é o contrário. Somos forçados a inverter nossa lógica, nossa matriz de pensamentos. Em matéria de fé, o princípio em voga é o do "crer para ver".
Sempre me chama atenção o curioso fenômeno que vemos no Evangelho, quando Cristo vai curar alguém. Vemos que o Salvador dificilmente realiza a cura diretamente, mas antes exige um ato ou uma prova de fé da pessoa que pede a cura. "Crês que posso fazer isso? - pergunta meu Senhor. "Sim, Senhor, eu Creio"."Seja feito, então, como tu queres".
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Lamentavelmente, os inimigos da fé fizeram se tornar popular entre as classes dominantes e criadoras de cultura, por assim dizer, a ideia de que esta não vale a pena, de que não é razoável, de que é irracional, de que não vale a pena.
Mais lamentavelmente ainda, acabam vendendo no lugar da crença no divino a ideia da "crença na ciência", que de ciência muitas vezes não tem nada, mas é mero "cientifismo", mero positivismo ideológico ou econômico, como a famosa "mão invisível" que comanda o mercado, uma das construções mais metafísicas, e por isso mesmo incoerentes, que o iluminismo e o capitalismo primitivo proporcionaram à humanidade.
O que mais me causa estranheza, é que nenhum deles percebe que eles continuam com tanta fé quanto qualquer religioso, entretanto apenas direcionam a mesma para outro lugar. No lugar de acreditar em Deus, acreditam no sistema - sociólogos chamarão isso de "confiança -, no futuro ou, o que é o que mais me espanta, em si mesmos.
Do que muitas vezes concluo que, desde o princípio, tudo era menos uma questão de lógica e razão do que de pura e simples vaidade.
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"Quando você começa a estudar filosofia, sente um respeito, quase um temor reverencial pelos grandes filósofos do passado e alguns do presente. Decorridas algumas décadas, se você não se contentou com a patacoada aprendida nos bancos universitários mas continuou estudando e fazendo um sério esforço de compreender, uma vasta coleção de decepções começa a pesar nas suas costas, e a sua lista de “grandes filósofos” vai diminuindo cada vez mais.
Por exemplo, a demonstração que Kant faz da impossibilidade de conhecer Deus porque este transcende a esfera da experiência sensível é muito impressionante, quando você a lê pela primeira vez na “Crítica da Razão Pura”. Muito tempo depois, você encontra no “Opus Postumum” esta definição: “O conceito de Deus é o de um sujeito que me é exterior e que me obriga [isto é, tem sobre mim um poder obrigante]”, e nota duas coisas: (1) Essa definição é cem por cento errada. (2) Toda aquela demonstração depende dela.
É errada porque aquilo que é transcendente não pode nos ser “exterior”, mas, por definição, nos contém como um de seus elementos e nos abrange, superando a diferença do interno e do externo, de modo que nunca pode ser conhecido como objeto e sim somente mediante a experiência da “participação” tal como descrita por Louis Lavelle. O próprio apóstolo Paulo diz 'N’Ele vivemos, nos movemos e somos.'
Em segundo lugar, Deus tal como O entende o cristianismo pode ter poder obrigante sobre a natureza física, mas, por definição, se abstém de usá-la contra o livre-arbítrio humano, de modo que em hipótese nenhuma pode ser definido por esse poder.
O Deus de que Kant está falando é uma invenção dele próprio, criada com o propósito específico de provar a impossibilidade de conhecê-la. Não tem nada a ver com o Deus de que falam os profetas, os santos, os místicos, a Igreja enfim. Sua definição é tautológica e a demonstração que Kant dela extrai é circular. Ambas são desprovidas de interesse exceto como documentos históricos de um caso extremo de incompreensão."
Olavo de Carvalho.
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Um dos aspectos da fé que por certo dá mais trabalho, e que espanta ou afasta muita gente, talvez seja exatamente o da humildade. Alguém orgulhoso, soberbo, vaidoso, cheio de si e confiante em si mesmo, dificilmente progredirá na fé transcendente.
Preenchido consigo mesmo, encerrado em suas próprias medidas humanas, satisfeito com o quotidiano imanente e com as percepções sensoriais ordinárias, nunca lhe passa pela cabeça querer algo a mais da vida e da existência em geral, muitas das vezes porque, para início de conversa, não lhe passa pela cabeça querer algo a a mais de si mesmo. O não crente é essencialmente um conformado com a própria humanidade, com a própria limitação.
É, num certo sentido, até mesmo alguém de quem, de certa forma, eu me sentiria, em outros tempos, inclinado a ter inveja. A princípio, é sedutora a proposta ateísta. Nada além do que vemos, nada além do que a "ciência" nos garante, nada além daqui e do agora, e já está muito bom. Para quê se estressar com grandes filosofias e elaborados pensamentos sobre o cosmos e sobre a vida?
Como meu pai costumava dizer, antes de se converter, à minha mãe, quando esta ia à Igreja: "Minha filha, pare de se estressar com isso. É tudo um blefe". Ponto.
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"Certo dia, o imperador Adriano chamou o rabino Josué Bem Nanyá e lhe disse:
- Quero ver esse Deus de que falas.
- É impossível, respondeu o rabino.
- Ao imperador nada é impossível, disse Adriano.
O rabino levou o imperador ao jardim e lhe disse:
- Majestade, olha para o sol e verás a Deus!
Adriano olhou para cima e disse:
- Não dá para ver: o sol está muito forte.
Então o rabino disse-lhe:
- Majestade, não consegues olhar para o sol porque sua luz é forte. E como pretendes ver o soberano Deus que fez o sol?
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Alguns poderão dizer, não sem uma dose de razão, que muitos usam a fé como uma mera crença cega, uma mera fuga ante às mazelas da condição humana, especialmente as contradições entre o mundo ideal e o real, e o medo supremo e mais profundo que todos nós temos, e que muitos filósofos dizem que resumem e sintetizam a condição humana: o medo da morte.
De fato, reconheço com tristeza que muitos crentes se encaixariam perfeitamente na descrição ateísta, e que sua fé é, antes de uma opção madura e racional, uma reação instintiva medrosa e vergonhosa diante das limitações humanas. Superar esse estágio é preciso, do contrário não se vive uma fé autêntica.
Generalizar a experiência da fé, postulando que ela se resume a esse conjunto de fatores rasos é, contudo, um grave erro. Assim como há ateus e ateus (tenho pelo menos um grande amigo ateu e o estimo e respeito sinceramente), há crentes e crentes, e diferentes estágios de crença.
De fato, a palavra de Deus afirma categoricamente que "o temor de Deus é o início de toda Sabedoria." Mas os grandes teólogos católicos sempre foram igualmente categóricos ao complementar o sentido do versículo com a seguinte frase: "mas não fim..."
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"A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada — a vocação ao amor — e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade."
(Papa Francisco-Carta Encíclica Lumen Fidei)
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Só posso falar por mim quando digo as razões de minha fé. Não simplesmente creio. Mais que isso. Amo. E o amor não decepciona, realmente. Creio porque amo, e amo porque creio.
Só posso falar por mim quando digo que Deus nunca me abandonou, nunca me deixou na mão. Como o salmista, posso dize com sinceridade:"todas as vezes que O invoquei Ele me ouviu..."
Mesmo assim, porque sou fraco e porque sou humano, muitas vezes duvido, muitas vezes vacilo, muitas vezes sinto, de repente, a descrença e a dúvida. Olho, então, para a vida dos Santos, para a vida dos Apóstolos, para a vida dos Profetas, para a vida dos Papas, e vejo que também eles, muitas vezes, duvidaram.
Eis aí outro ponto que acho que os ateus muitas vezes não entendem. Eles nos julgam tolos por pensarem que estamos colocando nossa certeza cega na aposta de que Deus existe. Mas a fé, em sua própria definição, não é certeza, mas é crença, é dúvida. Como eu disse anteriormente, o ateu vive em uma posição deveras confortável. Em sua certeza da inexistência de Deus, ele pode continuar sua vida e seus afazeres. Encontrou sua resposta, e não precisa mais "perder seu tempo" com isso.
O crente, por outro lado, a não ser que seja aquele abestado do qual falei anteriormente, caminha no escuro, tateia por um caminho que não sabe onde o irá levar. A fé, nesse sentido, e loucura não por ser certeza, mas exatamente por ser o que é: FÉ!
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Pobre crente, aos olhos do mundo, aos olhos imanentes, aos olhos imediatistas, é ele o mais pobre e o mais louco de todos. Depositou suas esperanças na incerteza, apostou todas as suas fichas num Deus que nunca viu, num Deus invisível inaudível. Num Deus que não se pode auferir por aparelhos elaborados feitos em algum laboratório da Suíça.
Mesmo assim, sente-se o crente rico, preenchido e seguro. Sente-se reconfortado pela crença, pela crença louca e tresloucada, pelo sem sentido que dá sentido a tudo. A ponto de, em muitos casos, viver apenas em função de sua fé.
"De meus pais, recebi o meu maior tesouro: a fé!"
(Dom Antônio de Castro Mayer)
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E, entretanto, não é a fé totalmente desprovida de armas. Como disse anteriormente, há muito substrato intelectual, racional para a mesma. Ao longo deste próprio post, venho introduzindo, oportunamente, alguns exemplos disso:
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Não te condenes se a tua fé fraqueja. Sê forte!Até Cristo, Senhor e Rei, quando esmagado pelo mal deste mundo, fez a Deus a pergunta que mais me perturba em toda a Sua paixão:
"Meu Deus, meu Deus, por quê me abandonaste?"
Até Cristo, diante do sofrimento sobre-humano, diante da dor e da angústia, até Ele, por breves momentos, pensou-se abandonado e esquecido pelo Pai. Mas segue o exemplo do Mestre! O mesmo Cristo que questiona o Deus Todo-Poderoso, logo em seguida vai dizer:
"Pai, em Tuas mãos entrego Meu espírito."
Aqui, um adendo. Um ateu talvez veja nessa passagem uma contradição insolúvel. Aquele que crê, e sabe do que estou falando. Sabe que não há qualquer contradição aqui.
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"Quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não é que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em termos filosóficos, muito sofisticado.
Lembro-me sempre de algo que o escritor inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra bobagem, seja na história, na ciência ou sem si mesmo, que é a coisa mais brega de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo.
Minha posição teológica não é óbvia e confunde muito as pessoas. Opero no debate público assumindo os riscos do niilista. Quase nunca lanço a hipótese de Deus no debate moral, filosófico ou político.
Do ponto de vista político, a importância que vejo na religião é outra. Para mim, ela é uma fonte de hábitos morais, e historicamente oferece resistência à tendência do Estado moderno de querer fazer a cura das almas, como se dizia na Idade Média – querer se meter na vida moral das pessoas."
Luiz Felipe Pondé
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"Fé bendita, que dá tudo ao crente!Fé malvada, que tudo nos tira:
'Todos estes morreram na fé. Não receberam a realização da promessa, mas a puderam ver e saudar de longe...Viveram como migrantes nesta terra, buscando uma Pátria!"
Isto faz a fé:dá sem entregar, faz ver, mas não deixa tocar, mata de saudade, mas não sacia o coração!
Ah, se arrependimento matasse!Por que acreditei? - pergunta o crente cansado...Por que confiei Nele? - reclama o coração...Como pude esperar nas Suas promessas? - brada, indignada, a inteligência.
E, no entanto, agora é tarde!O caminho já vai adiantado, o barco esta tão longe do porto, a hora já vai tardia e a noite começa a dar sinais de chegada...
Quem acreditou, quem deixou tudo, quem resolveu caminhar diante do Eterno, tudo deixando para trás, tem de ir adiante, esquecendo o aconchego, o ninho, a pátria segura...
'Se se lembrassem daquela que deixaram, até teriam tempo de voltar para lá...'
Eis o drama da fé, a maldição da fé, a bênção da fé, a ventura da fé:teima em nos fazer ver o tempo todo que aqui somos estrangeiros, aqui estamos de passagem, aqui somos peregrinos, em tendas, e que somente lá permaneceremos para sempre!
Fé que faz o pobre crente viver desejando 'uma pátria melhor, a Pátria celeste'. E, no entanto, o próprio Senhor faz a promessa, provoca a sede, atiça o desejo, 'pois preparou mesmo uma Pátria para eles' os pobres crentes."
Dom Henrique Soares da Costa
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"Dirijo-me em primeiro lugar a Deus a quem me entrego inteira e absolutamente. Consagrei-me à Igreja e renovo essa doação integral. Nunca me arrependi de tê-la feito. Tudo o que escrevi, disse e ensinei fica submetido ao Magistério eclesiástico. Deverá ser corrigido, em caso de discrepância da minha parte.
Reafirmo minha Fé Católica. Creio em tudo que a Igreja ensina e como ela ensina. Proclamo a plena aceitação do Mistério da Trindade, da Encarnação, Redenção e demais que são parte do conteúdo de nossa Doutrina. Quero morrer sempre fiel ao Papa, Sucessor de Pedro.
Não levo mágoas. Peço perdão a quem ofendi. Procurarei reparar os sofrimentos com minhas orações. Aceito plenamente a vontade de Deus (...). No céu, onde espero ser acolhido por meu Pai, o Senhor Jesus e Maria, procurarei retribuir tudo que recebi".
Palavras do Testamento de Dom Eugênio Salles, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro Rio.
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"Por um lado ainda há o silêncio de Deus e a sua ausência, mas a antecipação do 'sim' de Deus já está na ressurreição de Cristo, e nós vivemos desta antecipação e através do silêncio de Deus ouvimos os seus discursos, e por intermédio da obscuridade da sua ausência entrevemos a sua luz.
A antecipação da ressurreição no meio da história que evolui é a força que nos indica o caminho e nos ajuda a ir em frente.
Demos graças ao bom Deus porque nos doou esta luz e peçamos a fim de que ela possa permanecer para sempre. E eu devo agradecer a Ele e a quantos me fizeram sentir sempre de novo a presença do Senhor, que me acompanharam para que não perdesse a luz.
Encontro-me diante do último trecho do percurso da minha vida e não sei o que me espera.
Contudo, sei que a luz de Deus está presente, que Ele ressuscitou, que a sua luz é mais forte do que toda a obscuridade; que a bondade de Deus é maior do que todo o mal deste mundo. E isto ajuda-me a prosseguir com segurança. Isto ajuda-nos a ir em frente e neste momento agradeço de coração a quantos me fazem ouvir continuamente o 'sim' de Deus através da sua fé."
Bento XVI, homilia da Missa em ação de graças pelo seu aniversário de 85 anos.
***
Que O Senhor Deus abençõe a todos. Tenhamos fé!
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