Amar é simplesmente amar, embora o amor, de fato, possa ser direcionado para várias pessoas, objetos, entidades. Neste post, por exemplo, eu direciono o meu amor à Igreja Católica. Amo a Igreja desde que me entendo por gente, desde que era apenas uma criança na missa e não entendia nada. Hoje continuo sem entender plenamente muitas coisas, e continuo amando da mesma forma como amava quando era uma criança.
Lembro que quando era criança, inventei de ficar alguns finais de semana sem ir à missa. Fiquei em casa vendo televisão, jogando videogame, essas coisas. Depois de uns três sábados (na minha comunidade a missa é as 19:30 de sábado, pela falta de padres na paróquia, mas em termos de hora litúrgica já é domingo, só pra constar) estava me sentindo tão vazio e sem graça que fui à missa domingo e desde então acho que nunca mais fiquei uma semana sem ir à missa. No máximo umas duas vezes, por absoluta impossibilidade, e uma vez esse ano que eu realmente esqueci, mas fora isso, de jeito nenhum.
Hoje eu posso dizer para vocês que eu cheguei num estágio da fé onde eu não falto a missa nem pra ir à praia nem pra ir atrás de mulher, apenas para dar esses dois exemplos. Não que eu não goste de praia, e não que eu não goste de mulher, muito pelo contrário. Mas, na hora da missa, quero saber de outra coisa, não.
A Igreja, posso dizer assim, já me pescou. Fui fisgado pelas redes de São Pedro, o "pescador de homens", como lhe chama o próprio Cristo. E hoje sou mais um membro nessa enorme barca, navegando pelos mares do tempo e do espaço rumo à eternidade.
Vejo a Igreja verdadeiramente desta forma. Como essa barca enorme, navegando num mar revolto, que é o mundo, estendendo suas redes e suas cordas para salvar e pescar os homens que se afogam . Vejo o Papa no timão, vejo os bispos, presbíteros e diáconos como uma valente tripulação, executando seus trabalhos, mantendo o grande navio em funcionamento. A Igreja é ao mesmo tempo barco, porto e farol para a humanidade.
Digo sem medo de estar equivocado que aprendi muito mais nas horas que fiquei ajoelhado diante de Jesus Eucarístico do que aprendi em todos os meus anos de estudo, seja na escola seja na faculdade. O mundo me dá técnicas, me dá meios, me dá meios, concordo e aceito isso. Mas apenas a Igreja me dá o fim, me dá a meta. Apenas a Igreja ordena minha técnica, ordena os meus meios na direção de um fim maior, nosso Senhor Jesus Cristo.
Como não amar a instituição que me abriu os olhos para o Senhor? Impossível amar a Deus sem amar a Sua Igreja! Impossível me reportar ao Senhor sem passar pelo crivo da autoridade e da santidade da instituição que Ele mesmo deixou para nós, para que dela desfrutássemos e nos deleitássemos com sua sabedoria e amabilidade!
A Igreja não é nosso dever. A Igreja é nosso direito! Servir a Deus na Sua Igreja não é um fardo, mas um privilégio! Não é um trabalho, mas um verdadeiro descanso! Um descanso do mundo, um descanso das coisas que passam, e uma oportunidade de começar a experimentar já aqui na terra as coisas que não passam!
Mulher é bom? Demais da conta! Família é bom? Demais da conta! O mundo é cheio de coisas boas, e graças a Deus que é! Mas nenhuma coisa, nada é tão bom quanto ELE! Neste mundo nós experimentamos o BOM. Mas Deus é mais do que bom, Deus é MELHOR! Ele não é apenas bom, Ele é O BOM. Por definição. Em plenitude. Sem comparação. Como eu havia dito antes...O MELHOR.
Engraçado como, depois de um tempo, a gente vai começando a ver as coisas em perspectiva. Hoje, na minha vida, tudo que eu vivencio eu comparo com a sensação de estar com DEUS. E é engraçado como, conforme a gente vai mergulhando nessa vivência, vai percebendo como tantas vezes a gente se agarra em umas coisas que a gente pensa que é a melhor coisa do mundo, e depois percebe que não tá nem perto de ser tão bom quanto é sentir o Amor de Deus.
Claro, se você nunca teve um encontro pessoal com Deus, não vai entender nada do que eu estou falando, e achar que eu sou doido, que eu preciso me tratar, entre outras coisas que, em respeito a mim mesmo, eu não vou enumerar. E você não está errado, é bom que se diga. Para quem olha de fora, reconheço que parece loucura. A pessoa olha a gente falando e pensa "que absurdo!", como alguém pode achar que ir pra Igreja, que rezar, essas coisas, pode ser melhor que uma boa noite na balada, melhor que orgasmos múltiplos, melhor que sei lá, cada um sabe o que valoriza aí.
E no entanto, o que a gente vê todo dia são pessoas que tiveram esse encontro com Deus, tiveram essa experiência maravilhosa, e estão aí, deixando as festas, deixando os orgasmos (não que eles não existam no cristianismo, que é isso, também não vamos avacalhar), deixando o álcool (não que beber seja ilícito, também é bom que se diga), deixando tantas coisas para se juntarem à tripulação da Barca de Pedro.
E aí a gente se pergunta: "Por que?" O que leva uma pessoa a largar literalmente TUDO e só querer saber de Deus, só querer saber da Igreja? Hoje, 20 de agosto, é dia de São Bernardo. Só para dar um exemplo de vida, ele era filho de nobres franceses. Morava num baita dum castelo, vivia no luxo. Certamente poderia ter a mulher que quisesse, já que era rico. E um belo dia ele disse pra si mesmo: "quer saber? Eu vou é ser MONGE!" E simplesmente largou tudo e se mandou para o mosteiro.
Os irmãos, vendo o exemplo de Bernardo, largaram tudo também e se tocaram pro mosteiro junto com ele. Até um que era casado, deu um jeito lá de ir pro mosteiro, e até a mulher dele depois se tornou monja (em outro mosteiro, de mulheres, é claro). Eu sei que depois de um tempo era tanta gente indo para esse mosteiro que eles tiveram de construir outro, porque o primeiro ficou lotado.
Como você explica isso? Esse êxodo de pessoas para a Casa do Senhor? Seria loucura, seria falta do que fazer? Eu posso lhe garantir que pelo menos no meu caso, não, e nem no dos cristãos DE VERDADE que eu conheço. E nem no caso do pessoal desse vídeo aqui, ó:
Aí eu pergunto a você: será mesmo razoável taxar todas essas pessoas, incluindo o homem que escreve esse texto que você está lendo, de loucos? Seríamos mesmo todos nós malucos, ignorantes, ou outro termo que você queira usar? Ou será que nós apenas encontramos algo que nos fez tão bem que nós quisemos, de livre e espontânea vontade, seguir e servir?
Meu objetivo com esse post não é converter ninguém. Escrevo em primeiro lugar para os católicos, em segundo lugar para os cristãos em geral. Lê quem quer e fica a dica. Se o cristianismo continua, é porque tem alguma coisa nele que atrai. Se a religião de uma forma geral continua, é porque tem alguma coisa nela que atrai. Que ninguém seria besta se se vincular a algo que não gosta.
Vai de cada um, agora, ver se vale a pena ou não dar uma chance a isso.
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