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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Matrimônio e ordem: os serviços a DEUS

Saudações cordiais, meu caros leitores fiéis. Estive novamente afastado da escrita por um tempo, cuidando de assuntos urgentes em minha mente, os quais me concentravam e envolveram de tal forma que simplesmente me foi impossível escrever nestes últimos dias.

Porém, em respeito a vocês, fiéis, dedicados e amados leitores, saio do meu comodismo produtivo e lhes presenteio (para o bem ou para o mal) com mais um pouco do que tenho a oferecer em termos de escrita.

Hoje, lendo o Evangelho diário (Mateus 12), que fala tanto sobre a indissolubilidade do casamento quanto sobre a vocação para a solidão, "por causa do Reino dos Céus", não pude deixar de me felicitar sobre como a Igreja Católica é maravilhosa nesse sentido. Em todos os outros também, mas me debruçarei apenas sobre este, hoje.

É verdadeiramente reconfortante fazer parte de uma religião que em sua sabedoria dá ao gênero humano vários caminhos para servir e adorar ao Senhor, conforme as inclinações e tendências de cada um, de acordo com o chamado recebido por DEUS.

Temos duas vertentes vocacionais principais, que são o Matrimônio e a Ordem, os dois sacramentos vocacionais da Igreja Católica. Com exceção do diácono, esse engraçadinho que tem o "melhor dos dois mundos", por assim dizer, o católico deve optar entre o matrimônio (vejam bem, é matrimônio, não casamento civil), indissolúvel, e o sacerdócio, indelével.

Em sendo o matrimônio indissolúvel, isto quer dizer que apenas a morte de um dos cônjuges ou de ambos ao mesmo tempo extingue o casamento. Não existe separação no casamento religioso católico, apenas nulidade de casamento, o que é totalmente diverso. Quando algo é nulo, quer dizer que é inválido desde a sua origem, portanto é como se jamais tivesse acontecido para o Direito, e com o Direito Canônico, o Direito da Igreja, não é diferente.

Convém esclarecer, porém, que, embora não haja alteração do estado vocacional perante a Igreja, a separação física, ou "separação de corpos", como chama o direito civil, é possível. A igreja católica, ao contrário do que seus difamadores espalham, não obriga a mulher ou o marido a dividirem o lar com um cônjuge instável, violento, dominador.

Tanto é assim que, aquele que comprovar, diante de um Tribunal Eclesiástico, essa condição em seu matrimônio consegue o direito canônico de, permanecendo ligado ao outro pelo sacramento indissolúvel do matrimônio, separar-se dele fisicamente, por motivos de segurança e preservação da própria vida, primeiro e mais precioso bem que Deus concede ao ser humano, sendo, logicamente, mais importante de ser preservado do que a união física dos esposos.

Contudo, mesmo que o casamento seja um mar de rosas e dure a vida inteira, como já disse antes, ele se extingue com a morte. É indissolúvel, porém finito. Dura apenas nesta vida, e no céu, como dizem as próprias Escrituras, não somos casados nem compromissados com ninguém, mas unidos todos perfeitamente a Deus.

Com o sacerdócio é totalmente diferente. Ensina a Sã Doutrina da Igreja Católica que o sacerdócio é uma unção, uma missão e um estado de espírito indelével. Ou seja, é um selo, uma marca espiritual que, uma vez aposta, permanece PARA SEMPRE. Isto quer dizer que, por exemplo, um padre aqui na terra, mesmo após sua morte, continua sendo padre, seja no céu, seja no purgatório, seja nos infernos.

Pelo matrimônio, o home se torna um só com a mulher, e a mulher se torna um só com o homem. Pela Ordem, homem ou mulher se tornam um só com seu DEUS, com seu criador, que lhes preenche totalmente, já não sendo necessária a companhia de um cônjuge, pois o espaço que seria reservado a uma esposa ou esposo, Deus o toma para si.

No Sagrado Matrimônio, um ser humano se une ao outro para ser inteiramente dedicado a ele e à família que ambos criarão juntos. A família do casado é sua vocação. Na Ordem, o ser humano se abstém de constituir para si uma família se sangue, para fazer de seus parentes todos os cristãos, fazendo-se servo, conselheiro e guia de todas as famílias que professam a fé católica em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vejam vocês que eu estou apenas colocando situações lado a lado, sem dizer que uma delas é melhor do que a outra. Ambas são apenas formas diferentes de concretizar o mesmo fim que deve ser comum a todos os cristãos católicos. O seguimento e o serviço a Cristo. Não existe uma forma que seja objetivamente melhor.

No entanto, em termos subjetivos, existe, sim, uma forma mais adequada a cada um de nós. Basta ler o Evangelho de hoje, que já citei lá em cima (Mateus 12), onde Jesus expressa de forma bem clara que há pessoas que nasceram para o casamento e há pessoas que nasceram para a solidão, por causa do Reino dos Céus.

Infelizmente, convivendo em um mundo que vê a solidão como algo necessariamente ruim e que faz do "ter alguém" um verdadeiro status social, e inclusive o exemplo do Facebook é perfeito para ilustrar essa situação, muitas pessoas que nasceram para a vocação da solidão, que nasceram para servir a Deus com um coração indiviso, não conseguem se encontrar em sua vocação, e acabam tendo vidas matrimoniais frustradas e infelizes.

Também pela perversão do amor matrimonial, onde o foco deixou de ser a doação total ao outro e passou a ser a satisfação de si mesmo, vemos muita infelicidade, muita coisa errada. Separações acontecendo aos montes, e eu que sou do mundo jurídico sou testemunha de como as varas de família estão sempre lotadas desses casos. Claro que há outros fatores, mas quero me focar nesses por agora.

O que e quero dizer com tudo isso é que todos nós, eu, você, leitor ou leitora, precisamos parar de nos guiar pelo o que a sociedade quer impor para nós, pelos sonhos que as pessoas nos empurram goela abaixo. Da mesma forma como eu vejo muita gente na faculdade de Direito que queria estar fazendo outra coisa, mas por causa de imposição externa acabou indo parar lá, e agora está no caminho de se tornar um profissional medíocre, quando não corrupto, vejo muitas pessoas buscando sonhos que na verdade não são seus, que na verdade não as tornar pessoas realizadas, felizes.

O mundo quer nos padronizar a todos, quer fazer com que pensemos que só há uma forma de se alcançar a felicidade, que a felicidade é ser casado, ter um carrão, um casarão, poder e fama. Mas e aí? Quem foi que disse que isso realmente é a felicidade, que isso realmente é a melhor coisa do mundo? Tem gente que acha que é, e é direito delas pensar assim, mas e se eu quiser pensar diferente? E se eu OUSAR pensar diferente?

Eu acho, honestamente, muito engraçado como o mesmo mundo que prega que somos livres para fazermos o que quisermos uma hora, em outro momento nos afunila em busca das mesmas coisas, como se todos fôssemos iguais, e todos vocês sabem que não somos! Mas, em nome de um sistema ideológico que quer nos fazer todos bonequinhos de cordas, muitas vezes acabamos desistindo de nós mesmos, nos torturando, fazendo mal a nós mesmos, e para quê?

Logo, meu sincero conselho para cada um de nós hoje é que possamos ter a coragem de nos desligar do mundo, nos desligar de tudo o que falaram de nós, nos desligar de tudo o que é opinião parcial, e partirmos em busca da VERDADE. Da verdade sobre nós mesmos, da verdade sobre o que somos, e do que nascemo para ser. Quem sabe o quanto poderemos nos surpreender com as respostas que iremos encontrar?

Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor do Pai e a Comunhão do Espírito Santo estejam sempre convosco! Bendito Seja Deus, que nos reuniu no Amor de Cristo!





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