Antes de mais nada, quero agradecer o pessoal que está acessando o blog e comentando comigo. Espero que ainda demore bastante pra vocês se enjoarem disso aqui, mas caso isso fatalmente venha a acontecer, peço por gentileza que tenham a caridade comigo de divulgar pra outras pessoas, assim pelo menos ainda terei motivos para continuar escrevendo, enjoando novas levas de leitores num círculo vicioso. E, considerando que depois de água, inseto e planta o que mais tem na Terra é gente, é um ciclo bem longo, mesmo.
Pois é, pessoal da turma da fuzarca, hoje estou muito feliz, mas muito feliz mesmo. Ganhei um livro super interessante, de um autor que é realmente uma ponta-de-lança do socialismo, muito especialmente por ser o mesmo estadunidense, o autor que já admiro tem algum tempo, Sr. Jack London. Não estou fazendo nenhuma propaganda do socialismo, apenas do autor, que realmente tem uma ou duas coisas muito interessantes pra dizer pra todos nós.
Quem com certeza tem muito mais do que apenas uma ou duas coisas para dizer pra todos nós é o amor de mulher que me deu o livro, essa, sim, queria poder sorver cada som que aquela coisinha fofa emite, desde os discursos mais eloquentes até um simples bocejo ou mesmo um gemido manhoso. Enfim, vamos retomar a classe, né?
Voltando ao ponto acima, não estava fazendo propaganda nem apologia ao socialismo, mas também não o estou denegrindo. Só pra constar. Em termos de política quem me conhece sabe. Sou monarquista, viva a monarquia, mas meu modelo de monarquia é muito complexo, lembrando muito pouco a concepção tradicional e compreensivelmente não-convidativa de monarquia que muitos de nós com certeza possuem em seus neurônios.
Meu modelo monárquico é, básica e incompletamente (ainda estou resolvendo alguns problemas como o papel do Conselho do Rei e a relação com o Exército), poderia dizer que meu modelo político de monarquia é um misto da monarquia medieval francesa com o até hoje muito bem-sucedido modelo de governo do Estado Pontifício
Aliás, convém esclarecer que essa visão macabra que se tem hoje da monarquia decorre na verdade não da genuína natureza da monarquia, mas de sua desvirtualização ideológica por parte de Reis e de autores democratas totalmente parciais, muitos, vocês sabem que é verdade, a serviço dos interesses da burguesia, mesmo porque, que droga, os autores sempre dependem do patrocínio para divulgarem suas ideias, mesmo que o patrocínio só seja possível deturpando-se as próprias ideias. O que o homem não faz para ter comida na mesa, não é mesmo?
Vamos lá. O primeiro grande problema para a monarquia foi essa bosta, esse cancro, esse desgosto para qualquer monarquista (eu), que foi a palhaçada do Estado Absolutista. Tudo bem, muitos poderão argumentar que foi com ele que nasceu a concepção moderna de Estado, um Ente que simboliza e concentra todos os elementos constituintes de uma nação (povo, território, soberania e, dependendo da corrente, finalidade), e é verdade mesmo, tamos juntos nessa daí.
O grande problema foi o tal do Déspota Esclarecido. Meu, como assim? Os intelectuais criaram toda uma ideologia, toda uma fundamentação para a ditadura e para o absolutismo, e depois enfiaram tudo isso goela abaixo da realeza. Que, obviamente concordou com aquilo, apossando-se de tudo. Devemos sempre nos lembrar que os Reis sempre tinham um Conselho, e nesse conselho haviam filósofos, políticos, estadistas, clérigos e economistas, entre outros, pessoas que sabiam que o modelo feudalista estava ultrapassado, que o Estado precisava se fortalecer, que era necessária uma unificação e centralização das coisam em nome do novo modelo que surgia, qual seja, o mercantilismo.
Até hoje fico pensando que, de certa forma, os Reis acabaram sendo marionetes nas mãos dos intelectuais. Eles usaram a figura da realeza para centralizar o povo em torno de um eixo central, o Estado-Rei, e depois retiraram o Rei de cena, restando apenas a figura do Estado, que era aquilo que eles queriam desde o princípio. É a burguesia abrindo caminho para conquista o seu espaço.
Não estou dizendo que os Reis foram coitadinhos, não. Eles se deixaram seduzir por essa ideologia que surgia, cegos que estavam por aumentar seu pode e sua riqueza, o que aliás é o calcanhar de Aqules de qualquer ser humano. Não à toa, duas vezes o diabo tenta Jesus nesse sentido, mas felizmente o Mestre resistiu bravamente. Retomando, os Reis foram usados? Foram, mas ainda assim não se lhes pode retirar a culpa, nem o ridículo, especialmente aquela frase do Luíx XVI: " O Estado sou eu". Quer dizer, depois quando colocam o cara na guilhotina, era estudante.
O segundo grande problema da monarquia é mais atual. É a péssima propaganda que se faz da monarquia. Evidentemente que é assim, alias é de se esperar que seja assim, já que vivemos numa democracia (embora de fato vivamos, todos sabem disso, em uma aristocracia, mas isso é outro assunto). Na escolinha lá, fofinhos, no jardim de infância, somos educados desde cedo: democracia é legal, monarquia é cosa de gay, etc, etc. Ensino médio e faculdade: democracia é o mais perfeito dos sistemas, não sei o que não sei o que, monarquia é coisa ultrapassada, é coisa de ditador, não sei o que não sei o que. Com tanta propaganda negativa, não me espanto nem um pouco que toda vez que eu diga que sou monarquista o pessoal caia pra trás.
Não que a democracia seja ruim, não. Pelo contrário, é justamente por vivermos em uma democracia que eu posso falar o que penso, até mesmo que sou monarquista, coisa que em uma monarquia infelizmente não existe. Mas daí a falar que a democracia está acima de qualquer suspeita, como se ela fosse a mãe da gente, é de uma inciência que me deixa preocupado e triste.
Não se trata de uma questão do sistema. Quem já viu tropa de Elite 2 vai se lembrar, em meio aos palavrões e corrupção, a filosofia do Capitão Nascimento, que agora nem capitão mais é, mas um cargo lá que eu me esqueci: " O sistema é impessoal". Ponto, abraço, ponto.
Qualquer sistema, de governo e administração do Estado, seja monarquia, aristocracia, democracia, seja capitalismo, seja socialismo, seja, sei lá, feudalismo, todos são impessoais. O Sistema não é bom, não é ruim, não é falho, ele simplesmente é um sistema. O que é bom, ruim, alto, baixo, generoso, egoísta, humilde, soberbo e por aí vai, é o HOMEM. São as imperfeições do homem que, projetadas no sistema, fazem com que este APARENTE ser bom ou ruim. Mas na verdade ele não é mais nada além de um sistema, e um objeto no mundo das ideias, a respeito do qual os homens, ao longo de diferentes épocas, vão formando um juízo de valor.
Tomando o que eu disse acima por verdade, temos que, a princípio, não se pode falar em um sistema perfeito, como querem fazer parecer os que espalham a democracia. Lógico que para o capitalismo e para as multinacionais é ótimo que todos os países sejam liberais e possuam seus mercados abertos. E é lógico que o povo recolhe muitos benefícios da democracia, embora normalmente apenas depois que a burguesia já ficou com a maior parte do bolo.
E já que não se pode falar em um sistema perfeito, é lógico, por consequência, que na verdade o que há é um sistema que, em determinado momento e em conjunto com determinados fatores, melhor se coaduna com as necessidades e interesses daqueles que estão inseridos dentro dele. O que jamais podemos afirmar é, como já disse, que haja um sistema melhor que o outro, ou que sirva em todas as situações. Lembrando sempre, O SISTEMA É IMPESSOAL. Não há certos nem errados, o que há são contentes e descontentes, cada um tentando puxar a sardinha para o seu lado (por sinal, de onde será que surgiu essa expressão?).
Pois é, por agora estou satisfeito. Em outra ocasião, retomarei esse meu raciocínio em defesa da monarquia. Ainda preciso explicar o sistema da antiga monarquia francesa e do Estado Pontifício, e só estou parando agora em respeito a você, leitor, que não é obrigado a ler um texto excessivamente longo de uma vez só. Se nem eu me aguento, às vezes, imagina os outros.
Deus volva para nós o Seu olhar e nos dê a Sua Paz. Amém.
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