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terça-feira, 1 de maio de 2012

Temperamentos - parte 1 - introdução

Outro dia escrevi um post onde falava sobre uma espécie de paixão. Nesse post, necessitei divagar um pouco sobre temperamentos, e superficialmente falei sobre melancólicos e fleumáticos, que são dois tipos de temperamento dentre os quatro que a doutrina desse ramo costuma aceitar como sendo os básicos.

Ocorre, porém, que algumas pessoas, em especial uma que prezo muito, vieram depois disso cobrar-me sobre os outros tipos de personalidade que existem, e não é pra menos, já que são exatamente as pessoas que não se encaixavam na descrição temperamental que eu trouxe naquele fatídico post, alvo de tantas críticas subsequentes, todas, é claro, no bom sentido.

Por isso, aqui estou eu, para pagar a minha dívida. Disse que ia fazer mais alguns esclarecimentos naquele sentido, e o farei. Ao longo de posts que publicarei nos próximos dias, falarei sobre os temperamentos, os descreverei com tantos detalhes quanto a fato de eu não ser psicólogo nem presunçoso demais me permite e esclarecerei sobre o que podemos fazer de bom e de ruim com eles.

Primeiramente, deixe-me esclarecer que este é um tema cuja abundância de fontes na internet é impressionante. Não é para menos. Empresas, Igrejas, leigos, todos se interessam sobre essa questão dos temperamentos, cada qual de acordo com os seus interesses.

A primeira vez que me deparei com o tema, por exemplo, foi na Igreja. Em se tratando de catolicismo, temos as figuras dos "padrinhos espirituais", que são figuras bíblicas que personificam um determinado temperamento. Cabe aqui, porém, uma distinção. Se fores católico ou outra denominação religiosa cristã, não saias por aí usando esse termo sem o devido cuidado. Acontece que "padrinho espiritual" também se refere, em se tratando do conjunto de crenças africanas, ao orixá que rege a pessoa. Também pode significar aquele padrinho que todos conhecemos, por exemplo, o padrinho de batismo. Usemos, portanto, a expressão dentro de seu devido contexto, para evitar confusões desagradáveis.

Dando prosseguimento, a cada temperamento corresponde uma figura bíblica específica. Ao estudá-la e ver como ela se relacionava com Deus e os irmãos, tenho a chance de ver a mim mesmo em meu relacionamento com o divino e com o humano, e assim ter uma espécie de guia, um exemplo de inspiração na caminhada, e ao mesmo tempo, contemplando os defeitos e limitações daquele ser bíblico, posso mergulhar dentro de mim mesmo e melhorar-me como pessoa.

Logo se vê, portanto, a imensa utilidade que tal conhecimento tem para a pessoa, já que a permite melhorar enquanto ser humano, o que é extremamente necessário no cristianismo, mas também na vida normal. Com efeito, tenho plena convicção e consciência de que um muçulmano, um budista, um ateu, também querem melhorar enquanto pessoas, apenas discordo de seus métodos e crenças para atingir esses objetivos, mas isso não vem ao caso.

Ah, mas claro! Eu aqui falando de temperamentos para vocês, e nem ao menos tivemos uma noção introdutória de temperamento, não é mesmo? Vamos logo a ela, então: o temperamento é uma das características que herdamos de nossos pais, é uma combinação de características do consciente e inconsciente, traduzida em atitudes e tendências da nossa psiquê, as quais podem ser de caráter mais ou menos rígido, dependendo de vários fatores da vida, mas especialmente da forma como lidamos com nosso temperamento.

Agora que temos um conceito bem abrangente e maleável do que vem a ser um temperamento, podemos nos ocupar de descrevê-los. E são, como já exaustivamente dito, quatro os temperamentos, pelo menos de acordo com a doutrina dominante, a saber: melancólicos; fleumáticos; sangúineos; coléricos. Cada pessoa tem, em regra, dois temperamentos dominantes, geralmente os que foram herdados dos pais. Ao longo da vida, porém, como vamos nos moldando a nós mesmos, podemos mesmo chegar a desenvolver várias combinações de temperamentos, até mesmo chegando a reverter totalmente suas tendências originais. E isso é simplesmente fantástico.

Fantástico porque, mudando meu temperamento, posso, literalmente, "ser outra pessoa". Oras, o que nos define não são nossas atitudes, pensamentos? Pois bem, em sendo o temperamento o próprio, por assim dizer, PROTOCOLO das atitudes e ideias, mudando o temperamento, via de consequência, mudam as atitudes, mudam as ideias. E mudando as atitudes e as ideias, muda também a vida. Chegamos, então, na famosa pergunta de um milhão de dólares: quem é que não quer mudar nada em sua vida?

Ok, reconheço que pode ser que alguns de vocês não queiram mudar absolutamente nada em suas vidas, mas mesmo assim todos ansiamos por nos conhecer, por saber mais sobre nós mesmos, e poucas coisas são mais reveladores a nossos respeito do que nosso temperamento, senhores! Até mesmo quando descrevemos uma pessoa, estamos na verdade citando aspectos perceptíveis do seu temperamento, ou o seu temperamento materializado em adjetivos daquela pessoa: "fulano é preguiçoso, fulano é arrogante, fulano é depressivo, fulano é sensível, e por aí vai". Viu como o buraco é mais embaixo?

Espero honestamente que esse seja um tema tão bom de ler quanto de escrever. Espero que gostem, pessoal. Até os próximos posts. Deus nos abençõe. Amém.


2 comentários:

  1. Ai ai... o temperamento de uma pessoa realmente é muito marcante, mas não resume tudo sobre ela. Há pessoas que tem um temperamento bem complicado de se lidar, mas ainda sim são doces e gentis (essas coisas tendem a ser opostas não é?). Psicologia de alto nível não é meu forte, desisti desse caminho há muito tempo, mas ainda me interesso em observar o comportamento das pessoas, conhecê-las de verdade (mesmo aquelas que não são exatamente próximas de mim, isso se me despertarem algum tipo de curiosidade).

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  2. Na verdade há bem mais por trás disso, senhorita. Todos os temperamentos tem pontos bons e ruins, essas coisas costumam vir em pacotes, entendeu? Enfim, lógico que não, nem é obrigada, porque ainda não expliquei os mecanismos específicos, apenas fiquei vagando em conceitos amplos. Calma, a hora irá chegar. Estou sempre com isso em mente. Dá-me apenas o tempo que preciso, como todo ser humano, para encaixar as ideias. : )

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