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domingo, 11 de agosto de 2013

Lumen Fidei

Muitos tesouros Deus me me deu nesta vida. Amigos, pessoas a quem amar. Dias ótimos, em que pude, pela Sua graça, contemplar a criação e agradecer a Deus, pela beleza e ordem com que dispôs todas as coisas.

E também dias em que sofri muito, e pude perceber a grandeza de Deus de uma forma ainda maior, pois então pude ver e atestar Sua fidelidade. Mesmo na tribulação, não abandona. Mesmo na tempestade não some. Não, Ele apenas PARECE não estar lá. Mais tarde, porém, vendo tudo com os olhos da fé, percebo que Ele sempre esteve comigo, nunca me abandonou.

Muito cedo, deu-me a graça de O conhecer e de O amar. Mostrou-me ainda na infância Sua Igreja, que me ensinou tudo o que sei sobre Ele, me ensinou a crer, e como crer. A Igreja Católica apresentou-me seu maior tesouro, e eu, na minha pequenez e insignificância, o acolhi, e a minha vida mudou para sempre.

***
"Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos:Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas.

E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos Céus. E se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. 

Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.

E de novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:Ele que falou pelos Profetas.

Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e vida do mundo que há-de vir."

Amém.

(Credo Niceno-Constantinoplano)

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Desde cedo, pude ver as consequências na fé na vida das pessoas. As transformações que se operam pelo simples ato de crer, confiar, depender. Como é preciosa, a fé, como dá força nos momentos difíceis, e como ajuda a melhor desfrutar os momentos bons. Com Deus presente, mesmo as menores e mais insignificantes coisas ganham um valor e um sabor inestimáveis. Tudo então se torna belo, ou ao menos faz sentido.



Então, posso libertar-me de meu subjetivismo arrogante, de minhas opiniões supérfluas e de eu orgulho intelectual. Posso esvaziar-me, e me ver livre da angústia que nasce do meu orgulho e da minha arrogância, que preciso combater todos os dias, pois são muito fortes em minha pessoa.

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"Não possuo opinião própria. Concordo somente com o que ensina a Igreja Católica." 

(São Máximo Confessor)

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Quando olho para gigantes consagrados da fé católica como Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, São Máximo, São Gregório, Santo Inácio de Antioquia, quando olho para os grandes católicos leigos como Pasteur, Montesquieu, Chesterton, Tolkien, Rui Barbosa, quando vejo as construções intelectuais tão bem elaboradas de protestantes como C.S. Lewis, Luther King ou Willian Craig, e mesmo quando olho para outros grandes sábios crentes fora do universo cristão, omo Gandhi e Maomé, o fenômeno é sempre o mesmo, e sempre impressionante.

O fenômeno da fé, que torna o homem pequeno, minúsculo, insignificante, diante do Eterno, do Imutável, do Absoluto, me fascina e me emociona. Ás vezes a simples ideia de Deus faz as lágrimas virem aos olhos, e minha mente fica extasiada diante do que os muçulmanos tão lindamente descrevem como "o sublime pensamento de Deus".

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"Que coisa! A fé nos dá tudo porque nos dá o Mistério, o Sentido, a Realidade, a Vida!E, no entanto, tira-nos tudo, coloca-nos em crise,
arranca-nos de nós mesmos, de nossas medidas, de nossas humanas certezas, de nossas fugazes seguranças:

'Foi pela fé que Abraão partiu sem saber para onde ia, residiu como estrangeiro na terra (que lhe fora) prometida, morando em tendas..."

Vivendo do provisório, porque colocava a fé no Definitivo, em tendas, porque "esperava a Cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor!"

Viver na fé nos dá tudo, tira-nos tudo! Viver de fé dá-nos a total segurança, a maior que se pode ter na vida, e arranca-nos de toda segurança, coloca-nos de cabeça para baixo, com os pés nos céus!

É loucura viver de fé!É não! É a maior sabedoria!É ilógico viver assim, sem apoio algum, sem alicerce, sem certeza, sempre a caminho, saindo de si mesmo!É não! É o mais firme, o fundamento mais fundado!É caminhar para a Vida, é construir a existência para a eternidade!

É ser livre, ser verdadeiramente maduro, senhor de si, porque totalmente aberto, dilatado para o Infinito, o Eterno, somente!"

Dom Henrique Soares da Costa

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Creio, e, porque creio, sinto. Uma das coisas mais impressionantes e até bizarras da fé, de certa maneira, é que a experiência de crer é diferente do que estamos acostumados. A lógica que aprendemos em toda a nossa vida, estimulados e moldados por esse pensamento dito "científico", é a do "ver para crer". Com a religião é o contrário. Somos forçados a inverter nossa lógica, nossa matriz de pensamentos. Em matéria de fé, o princípio em voga é o do "crer para ver".

Sempre me chama atenção o curioso fenômeno que vemos no Evangelho, quando Cristo vai curar alguém. Vemos que o Salvador dificilmente realiza a cura diretamente, mas antes exige um ato ou uma prova de fé da pessoa que pede a cura. "Crês que posso fazer isso? - pergunta meu Senhor. "Sim, Senhor, eu Creio"."Seja feito, então, como tu queres".

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Lamentavelmente, os inimigos da fé fizeram se tornar popular entre as classes dominantes e criadoras de cultura, por assim dizer, a ideia de que esta não vale a pena, de que não é razoável, de que é irracional, de que não vale a pena.

Mais lamentavelmente ainda, acabam vendendo no lugar da crença no divino a ideia da "crença na ciência", que de ciência muitas vezes não tem nada, mas é mero "cientifismo", mero positivismo ideológico ou econômico, como a famosa "mão invisível" que comanda o mercado, uma das construções mais metafísicas, e por isso mesmo incoerentes, que o iluminismo e o capitalismo primitivo proporcionaram à humanidade.

O que mais me causa estranheza, é que nenhum deles percebe que eles continuam com tanta fé quanto qualquer religioso, entretanto apenas direcionam a mesma para outro lugar. No lugar de acreditar em Deus, acreditam no sistema - sociólogos chamarão isso de "confiança -, no futuro ou, o que é o que mais me espanta, em si mesmos.

Do que muitas vezes concluo que, desde o princípio, tudo era menos uma questão de lógica e razão do que de pura e simples vaidade.

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"Quando você começa a estudar filosofia, sente um respeito, quase um temor reverencial pelos grandes filósofos do passado e alguns do presente. Decorridas algumas décadas, se você não se contentou com a patacoada aprendida nos bancos universitários mas continuou estudando e fazendo um sério esforço de compreender, uma vasta coleção de decepções começa a pesar nas suas costas, e a sua lista de “grandes filósofos” vai diminuindo cada vez mais.

Por exemplo, a demonstração que Kant faz da impossibilidade de conhecer Deus porque este transcende a esfera da experiência sensível é muito impressionante, quando você a lê pela primeira vez na “Crítica da Razão Pura”. Muito tempo depois, você encontra no “Opus Postumum” esta definição: “O conceito de Deus é o de um sujeito que me é exterior e que me obriga [isto é, tem sobre mim um poder obrigante]”, e nota duas coisas: (1) Essa definição é cem por cento errada. (2) Toda aquela demonstração depende dela.

É errada porque aquilo que é transcendente não pode nos ser “exterior”, mas, por definição, nos contém como um de seus elementos e nos abrange, superando a diferença do interno e do externo, de modo que nunca pode ser conhecido como objeto e sim somente mediante a experiência da “participação” tal como descrita por Louis Lavelle. O próprio apóstolo Paulo diz 'N’Ele vivemos, nos movemos e somos.'

Em segundo lugar, Deus tal como O entende o cristianismo pode ter poder obrigante sobre a natureza física, mas, por definição, se abstém de usá-la contra o livre-arbítrio humano, de modo que em hipótese nenhuma pode ser definido por esse poder.

O Deus de que Kant está falando é uma invenção dele próprio, criada com o propósito específico de provar a impossibilidade de conhecê-la. Não tem nada a ver com o Deus de que falam os profetas, os santos, os místicos, a Igreja enfim. Sua definição é tautológica e a demonstração que Kant dela extrai é circular. Ambas são desprovidas de interesse exceto como documentos históricos de um caso extremo de incompreensão."

Olavo de Carvalho.

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Um dos aspectos da fé que por certo dá mais trabalho, e que espanta ou afasta muita gente, talvez seja exatamente o da humildade. Alguém orgulhoso, soberbo, vaidoso, cheio de si e confiante em si mesmo, dificilmente progredirá na fé transcendente.

Preenchido consigo mesmo, encerrado em suas próprias medidas humanas, satisfeito com o quotidiano imanente e com as percepções sensoriais ordinárias, nunca lhe passa pela cabeça querer algo a mais da vida e da existência em geral, muitas das vezes porque, para início de conversa, não lhe passa pela cabeça querer algo a a mais de si mesmo. O não crente é essencialmente um conformado com a própria humanidade, com a própria limitação.

É, num certo sentido, até mesmo alguém de quem, de certa forma, eu me sentiria, em outros tempos, inclinado a ter inveja. A princípio, é sedutora a proposta ateísta. Nada além do que vemos, nada além do que a "ciência" nos garante, nada além daqui e do agora, e já está muito bom. Para quê se estressar com grandes filosofias e elaborados pensamentos sobre o cosmos e sobre a vida?

Como meu pai costumava dizer, antes de se converter, à minha mãe, quando esta ia à Igreja: "Minha filha, pare de se estressar com isso. É tudo um blefe". Ponto.

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"Certo dia, o imperador Adriano chamou o rabino Josué Bem Nanyá e lhe disse:

- Quero ver esse Deus de que falas.

- É impossível, respondeu o rabino.

- Ao imperador nada é impossível, disse Adriano.

O rabino levou o imperador ao jardim e lhe disse:

- Majestade, olha para o sol e verás a Deus!

Adriano olhou para cima e disse:

- Não dá para ver: o sol está muito forte.

Então o rabino disse-lhe:

- Majestade, não consegues olhar para o sol porque sua luz é forte. E como pretendes ver o soberano Deus que fez o sol?

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Alguns poderão dizer, não sem uma dose de razão, que muitos usam a fé como uma mera crença cega, uma mera fuga ante às mazelas da condição humana, especialmente as contradições entre o mundo ideal e o real, e o medo supremo e mais profundo que todos nós temos, e que muitos filósofos dizem que resumem e sintetizam a condição humana: o medo da morte.

De fato, reconheço com tristeza que muitos crentes se encaixariam perfeitamente na descrição ateísta, e que sua fé é, antes de uma opção madura e racional, uma reação instintiva medrosa e vergonhosa diante das limitações humanas. Superar esse estágio é preciso, do contrário não se vive uma fé autêntica.

Generalizar a experiência da fé, postulando que ela se resume a esse conjunto de fatores rasos é, contudo, um grave erro. Assim como há ateus e ateus (tenho pelo menos um grande amigo ateu e o estimo e respeito sinceramente), há crentes e crentes, e diferentes estágios de crença.

De fato, a palavra de Deus afirma categoricamente que "o temor de Deus é o início de toda Sabedoria." Mas os grandes teólogos católicos sempre foram igualmente categóricos ao complementar o sentido do versículo com a seguinte frase: "mas não fim..."

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"A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada — a vocação ao amor — e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade."

(Papa Francisco-Carta Encíclica Lumen Fidei)



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Só posso falar por mim quando digo as razões de minha fé. Não simplesmente creio. Mais que isso. Amo. E o amor não decepciona, realmente. Creio porque amo, e amo porque creio.

Só posso falar por mim quando digo que Deus nunca me abandonou, nunca me deixou na mão. Como o salmista, posso dize com sinceridade:"todas as vezes que O invoquei Ele me ouviu..."

Mesmo assim, porque sou fraco e porque sou humano, muitas vezes duvido, muitas vezes vacilo, muitas vezes sinto, de repente, a descrença e a dúvida. Olho, então, para a vida dos Santos, para a vida dos Apóstolos, para a vida dos Profetas, para a vida dos Papas, e vejo que também eles, muitas vezes, duvidaram.

Eis aí outro ponto que acho que os ateus muitas vezes não entendem. Eles nos julgam tolos por pensarem que estamos colocando nossa certeza cega na aposta de que Deus existe. Mas a fé, em sua própria definição, não é certeza, mas é crença, é dúvida. Como eu disse anteriormente, o ateu vive em uma posição deveras confortável. Em sua certeza da inexistência de Deus, ele pode continuar sua vida e seus afazeres. Encontrou sua resposta, e não precisa mais "perder seu tempo" com isso.

O crente, por outro lado, a não ser que seja aquele abestado do qual falei anteriormente, caminha no escuro, tateia por um caminho que não sabe onde o irá levar. A fé, nesse sentido, e loucura não por ser certeza, mas exatamente por ser o que é: FÉ!

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Pobre crente, aos olhos do mundo, aos olhos imanentes, aos olhos imediatistas, é ele o mais pobre e o mais louco de todos. Depositou suas esperanças na incerteza, apostou todas as suas fichas num Deus que nunca viu, num Deus invisível inaudível. Num Deus que não se pode auferir por aparelhos elaborados feitos em algum laboratório da Suíça.

Mesmo assim, sente-se o crente rico, preenchido e seguro. Sente-se reconfortado pela crença, pela crença louca e tresloucada, pelo sem sentido que dá sentido a tudo. A ponto de, em muitos casos, viver apenas em função de sua fé.

"De meus pais, recebi o meu maior tesouro: a fé!"

(Dom Antônio de Castro Mayer)

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E, entretanto, não é a fé totalmente desprovida de armas. Como disse anteriormente, há muito substrato intelectual, racional para a mesma. Ao longo deste próprio post, venho introduzindo, oportunamente, alguns exemplos disso:



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Não te condenes se a tua fé fraqueja. Sê forte!Até Cristo, Senhor e Rei, quando esmagado pelo mal deste mundo, fez a Deus a pergunta que mais me perturba em toda a Sua paixão:

"Meu Deus, meu Deus, por quê me abandonaste?"



Até Cristo, diante do sofrimento sobre-humano, diante da dor e da angústia, até Ele, por breves momentos, pensou-se abandonado e esquecido pelo Pai. Mas segue o exemplo do Mestre! O mesmo Cristo que questiona o Deus Todo-Poderoso, logo em seguida vai dizer:

"Pai, em Tuas mãos entrego Meu espírito."

Aqui, um adendo. Um ateu talvez veja nessa passagem uma contradição insolúvel. Aquele que crê, e sabe do que estou falando. Sabe que não há qualquer contradição aqui.

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"Quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não é que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em termos filosóficos, muito sofisticado.

Lembro-me sempre de algo que o escritor inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra bobagem, seja na história, na ciência ou sem si mesmo, que é a coisa mais brega de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo.

Minha posição teológica não é óbvia e confunde muito as pessoas. Opero no debate público assumindo os riscos do niilista. Quase nunca lanço a hipótese de Deus no debate moral, filosófico ou político.

Do ponto de vista político, a importância que vejo na religião é outra. Para mim, ela é uma fonte de hábitos morais, e historicamente oferece resistência à tendência do Estado moderno de querer fazer a cura das almas, como se dizia na Idade Média – querer se meter na vida moral das pessoas."

Luiz Felipe Pondé

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"Fé bendita, que dá tudo ao crente!Fé malvada, que tudo nos tira:

'Todos estes morreram na fé. Não receberam a realização da promessa, mas a puderam ver e saudar de longe...Viveram como migrantes nesta terra, buscando uma Pátria!"

Isto faz a fé:dá sem entregar, faz ver, mas não deixa tocar, mata de saudade, mas não sacia o coração!

Ah, se arrependimento matasse!Por que acreditei? - pergunta o crente cansado...Por que confiei Nele? - reclama o coração...Como pude esperar nas Suas promessas? - brada, indignada, a inteligência.

E, no entanto, agora é tarde!O caminho já vai adiantado, o barco esta tão longe do porto, a hora já vai tardia e a noite começa a dar sinais de chegada...

Quem acreditou, quem deixou tudo, quem resolveu caminhar diante do Eterno, tudo deixando para trás, tem de ir adiante, esquecendo o aconchego, o ninho, a pátria segura...

'Se se lembrassem daquela que deixaram, até teriam tempo de voltar para lá...'

Eis o drama da fé, a maldição da fé, a bênção da fé, a ventura da fé:teima em nos fazer ver o tempo todo que aqui somos estrangeiros, aqui estamos de passagem, aqui somos peregrinos, em tendas, e que somente lá permaneceremos para sempre!

Fé que faz o pobre crente viver desejando 'uma pátria melhor, a Pátria celeste'. E, no entanto, o próprio Senhor faz a promessa, provoca a sede, atiça o desejo, 'pois preparou mesmo uma Pátria para eles' os pobres crentes."

Dom Henrique Soares da Costa

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"Dirijo-me em primeiro lugar a Deus a quem me entrego inteira e absolutamente. Consagrei-me à Igreja e renovo essa doação integral. Nunca me arrependi de tê-la feito. Tudo o que escrevi, disse e ensinei fica submetido ao Magistério eclesiástico. Deverá ser corrigido, em caso de discrepância da minha parte.

Reafirmo minha Fé Católica. Creio em tudo que a Igreja ensina e como ela ensina. Proclamo a plena aceitação do Mistério da Trindade, da Encarnação, Redenção e demais que são parte do conteúdo de nossa Doutrina. Quero morrer sempre fiel ao Papa, Sucessor de Pedro.

Não levo mágoas. Peço perdão a quem ofendi. Procurarei reparar os sofrimentos com minhas orações. Aceito plenamente a vontade de Deus (...). No céu, onde espero ser acolhido por meu Pai, o Senhor Jesus e Maria, procurarei retribuir tudo que recebi".

Palavras do Testamento de Dom Eugênio Salles, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro Rio.

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"Por um lado ainda há o silêncio de Deus e a sua ausência, mas a antecipação do 'sim' de Deus já está na ressurreição de Cristo, e nós vivemos desta antecipação e através do silêncio de Deus ouvimos os seus discursos, e por intermédio da obscuridade da sua ausência entrevemos a sua luz.

A antecipação da ressurreição no meio da história que evolui é a força que nos indica o caminho e nos ajuda a ir em frente.

Demos graças ao bom Deus porque nos doou esta luz e peçamos a fim de que ela possa permanecer para sempre. E eu devo agradecer a Ele e a quantos me fizeram sentir sempre de novo a presença do Senhor, que me acompanharam para que não perdesse a luz.

Encontro-me diante do último trecho do percurso da minha vida e não sei o que me espera.

Contudo, sei que a luz de Deus está presente, que Ele ressuscitou, que a sua luz é mais forte do que toda a obscuridade; que a bondade de Deus é maior do que todo o mal deste mundo. E isto ajuda-me a prosseguir com segurança. Isto ajuda-nos a ir em frente e neste momento agradeço de coração a quantos me fazem ouvir continuamente o 'sim' de Deus através da sua fé."

Bento XVI, homilia da Missa em ação de graças pelo seu aniversário de 85 anos.

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Que O Senhor Deus abençõe a todos. Tenhamos fé!


domingo, 4 de agosto de 2013

Um nova Igreja (?)

Muito se fala na imprensa secular, e mesmo na imprensa eclesiástica, de uma "nova Igreja", como se Francisco tivesse rompido com o passado e dado origem a algo totalmente diferente, nunca presenciado antes.

Orientados por esse mesmo espírito de ruptura que caracteriza muitas discussões em torno, por exemplo, do Concílio Vaticano II, essas pessoas eufóricas, sedentas pela eterna mudança, pela revolução sem limites e sem fim (tanto no sentido de que nunca acaba quanto no sentido de que não tem norte, meta, objetiva, é uma autocelebração), muitos acabam, seja por ignorância, seja por má-fé, embarcando nessa linha de pensamento equivocada, para dizer o mínimo.

Assim, olha-se para o Papa Francisco como se ele simbolizasse um verdadeiro rasgo na tecitura temporal da Igreja, como se a "virasse de cabeça para baixo", em oposição a tudo o que ela supostamente era antes, com Bento XVI, João Paulo II, São PIO X, entre outros. Olhasse para Sua Santidade como quem olhasse para um Che Guevara vestido branco.

Isto tem sido observado fora da Igreja, mas também dentro da mesma. Muitos movimentos e sites católicos, ou não tão católicos assim, tem,inclusive, chamado Francisco de "o Papa vermelho", e a última edição da Revista Capital (mais vermelha, impossível) traz exatamente a imagem de Francisco em sua capa, e dedica a ele um artigo de relevante tamanho que traduz todo o otimismo dos socialistas com relação ao novo Sumo Pontífice.

Mas seria tudo isto realmente o indício de que uma "nova Igreja" vem aí, e de que chegou finalmente a era de ouro para os tais "socialistas cristãos", ou de que a Teologia da Libertação ressurgirá das cinzas como a Fênix, e que finalmente o "gênio incompreendido" Leonardo Boff poderá, ainda em vida, ser recompensando por todos os seus "anos de valiosa contribuição teológica para a Igreja dos Pobres"?

Seria a eleição de Francisco o "marco zero" que será visto pelos historiadores do futuro como o "fim de uma Igreja fechada, mesquinha, intransigente, dogmática, corrupta", e todas aquelas besteiras todas que eles enumeram, bem como a derrocada final de um modo de pensar ultrapassado?



Discordo de tudo isso, e não somente discordo, como identifico com facilidade que tudo isso não passa de boataria, não passa de propaganda enganosa por parte de setores da mídia, apoiados e apoiando, numa espécie de simbiose satânica, setores da própria Igreja, cuja mentalidade foi há muito pervertida pela heresia do modernismo.

Sempre preocupados em romper com o passado, sempre preocupados em ir retirando paulatinamente do catolicismo seus detalhes mais distintivos e marcantes com relação às outras confissões cristãs, anseiam esses pacientes rebeldes por levar adiante um processo muito mais profundo e muito mais terrível do que meramente derrubar dogmas aqui e ali, abolir a batina ou outros detalhes acessórios: objetivam a derrocada do catolicismo em seu núcleo mais essencial e imutável, em suas verdades últimas que o sustentam e lhe dão proeminência discursiva e argumentativa.

Aliás, as atividades desses grupos, frutos do discurso e dos paradigmas da modernidade, atentam contra o cristianismo como um todo, o esvaziam de sentido, porque destroem os conceitos em que se baseiam todas as premissas teológicas deles derivadas.

Ao menos o senhor Lutero, quando criou o protestantismo, deixando de lado o Sagrado Magistério e a Sagrada Tradição, preservou o pilar da Sagrada Escritura, o que confere aos evangélicos, ainda que de forma debilitada e incompleta, acesso ao depósito da fé, ao conhecimento de Jesus Cristo e de todas as verdades correlatas a esse ponto central e fixo, inescapável da fé.

Pois bem. Esses modernistas, liberteiros, e toda a corja relacionada, não contentes com o processo de descristianização parcial levada a cabo por Lutero e seus sucessores, querem ir até as últimas consequências do processo de destruição satânica da fé.

Além de rejeitarem o Magistério e a Tradição, com aquelas conversas maçantes de "igreja horizontal" e "o papa deveria ter apenas status simbólico, e não jurídico", atentam também contra a Sagrada Escritura, e então os três pilares do catolicismo são destruídos, abrindo caminho a que esses lobos possam, de uma vez por todas, sequestrar para si as estruturas e os fiéis da Igreja, e usá-los em seus objetivos nefastos.

Fica notável, especialmente na fala de expoentes da heresia como Leonardo Boff e Frei Beto, a ânsia por substituir as verdade reveladas e imutáveis, as máximas e as leis divinas, pelos próprios pensamentos e considerações meramente humanas, quando não diabólicas, mesmo. O livro de Boff, "O quinto evangelho", é presunçoso e apostático desde o título, e uma piada pronta para qualquer teólogo minimamente alinhado com a coerência católica.

Não me dignarei aqui a reproduzir as falas desse senhor, mesmo porque seriam capazes de semear a confusão em mentes menos esclarecidas. Contudo, este post é bem direcionado, é para um público específico, e todos que o lerem com interesse já saberão do que estou a tratar. A teologia de Boff não se sustenta, não do ponto de vista católico, pois atenta contra todos os pontos, como já disse, contra todos os pilares da fé.



Apenas no que diz respeito às Sagradas Escrituras, de forma estrita e também ampla, relativa a tudo o que eu disse até agora, convém transcrever a fala sábia de um apologista católico que goza de muita consideração por parte da minha pessoa:


"Os grandes ataques contra Deus na Europa, América do Norte e do Sul são um ataque específico sobre o cristianismo. O dito de Jesus: "O meu reino não é deste mundo"(João 18,36) afirma que a sociedade utópica com a qual os secularistas sonham é inatingível e sua declaração "porque vós sempre tendes convosco os pobres"(Mt 26,11), refuta a crença de que sua busca pelo poder absoluto se justifica porque, um dia, vai produzir o mundo perfeito.

A afirmação cristã de que há verdade absoluta e imutável e leis divinas repudia sua crença de que a moralidade é relativa e que o fim justifica os meios. Só o cristianismo está contra a nova aliança entre a utopia política e o novo culto do homem, propagado sobre o mundo ocidental por muitos 'intelectuais' modernos."

Emerson Oliveira.

Aqui, quero deixar sempre claro que não quero silenciar Boff ou otros hereges. Eles têm o direito divino de se manifestarem, o livre-arbítrio está aí para isso. O que eu não admito, e que me enfurece, é o sequestro ideológico que fazem.

Já escrevi sobre isso antes. O cristianismo, como bem lembra o grande Bento XVI, não é uma ideologia, mas a fé em Jesus Cristo. E pronto. O resto são construções teológicas e doutrinais que só se mantém coerentes e harmônicas se não perderem a ligação com esta primeira verdade fundamental, o núcleo da pregação apostólica, da fé em Cristo encarnado, morto e ressurgido dos mortos, e da fidelidade às Suas palavras, gestos, atitudes e desejos. Ponto.

O problema para essas pessoas, para esses trapaceiros, porém, é que as palavras de Cristo não lhes favorecem. Não favorecem o aborto, não favorecem a ordenação de mulheres, não favorecem o divórcio, nem o capitalismo selvagem, nem o comunismo, nem nada, mas apenas a Cristo mesmo e Sua mensagem de Salvação e Redenção do ser humano amado por Deus.

Torna-se, portanto, necessário distorcer todas as palavras, seja de Cristo, seja de Seus ministros, e isso para não citar os casos tão frequentes em que os próprios ministros são corrompidos, para então poder maquiar a mensagem de Cristo, tornando-a manipulável em prol de variados interesses que de divinos nada possuem.

Vemos isso acontecer claramente com os discursos do Papa Francisco. Tudo o que ele diz tem sido cuidadosamente manipulado, trechos são citados pelos jornais fora de contexto...a desonestidade intelectual e ideológica é não apenas presente, mas escandalosa. Não há qualquer pudor, nem mesmo para manter as aparências.

Enquanto o Francisco de verdade é um homem suave, de palavras fortes, porém serenas, a mídia faz questão de inflar tudo o que ele diz, como se seu discurso fosse "revolucionário", como se fosse um tiro. Para o espírito atento, só isto já bastaria para fazer enxergar a desonestidade aí presente.


É terrível o burburinho, o escândalo dos noticiários. É lamentável a cobertura de bobagens passageiras, enquanto o principal fica de lado. Vi durante a JMJ reportagens preocupadas em descrever o que o Papa almoçaria em determinado dia. Vi um esforço tremendo, ou não, vi a naturalidade terrena, em descrever um homem de Deus, que traz o discurso da transcendência e do eterno, mediante critérios do efêmero e do passageiro.

Especialmente, vi um clima de "oba-oba", vi uma espiritualidade vazia em muitos que falam do Papa, até mesmo membros do clero, que se portam muito mais como tietes empolgadinhas do que como Ministros Sagrados das coisas do alto.

Verdade é que o Papa tem um espírito muito festivo. Mas é verdade também, e isso não mostram, que o mesmo continua a ser Papa, e isso tem consequências. O sacerdócio tem consequências, o Evangelho tem consequências, tem responsabilidades correlatas inescapáveis!Mas delas estão todos querendo fugir...


Felizmente, sempre há pessoas atentas contra essas manobras mentirosas e lamentáveis, pessoas bem instruídas na fé católicos, fiéis à Esposa do Cordeio, que sabem interpretar corretamente as palavras do Pontífice:

"Quando o Papa Francisco falou aos jovens, mandando-os ir contra a corrente, não era contra a corrente da Igreja, questionando os dogmas, mas contra a corrente do mundo, desafiando o diabo.

O jovem católico que vai contra a corrente, obedecendo ao Papa, é aquele que guarda sua pureza para realizar o ato conjugal no Matrimônio, não tem medo de ser contra o aborto e o casamento gay, que acredita na Igreja como o meio de salvação deixado por Jesus, que ama Nossa Senhora e a Eucaristia, que vive da Santa Missa, que sabe que pecado ofende a Deus e o evita, que desenvolve a amizade com Cristo pela oração e por uma vida santa.
Isso é ir contra a corrente!"

Rafael Vitola.

Infelizmente, ao contrário de Bento XVI, Francisco preferiu não "chegar chegando", mas adotou um discurso mais suave, e justamente por isso os hereges estão em polvorosa, os inimigos da Igreja se agitam em sua felicidade perniciosa, pois sentem que é chegado o momento de caricaturar a Igreja, como sempre fizeram ao longo da história. Hoje, é praticamente impossível encontrar, no meio de tantas mentiras e difamações, a verdadeira Igreja Católica, pura, santa e imaculada, serva fiel e sem mancha de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Destaca-se apenas o "negativo", o "retrógrado". Quem se atreva a manter o passo firme, quem se lança na fé na Igreja deixada pelo próprio Cristo torna-se, nas palavras de certos católicos de meia tigela, "um bitolado."

Neste ponto eu me pergunto: seria então o Papa um bitolado, também?


O que mais me causa tristeza em certas horas, e risos em outros, é que as mesmas pessoas que procuram relativizar tudo não percebem que até para se fazer isso é preciso um padrão.

Quem me conhece sabe que não me fecho ao debate nem à busca do compreensão pelas coisas últimas. Se sou católico, não o sou simplesmente por uma conveniência, ou por um sentimentalismo irracional. Minhas convicções católicas são frutos de construções racionais baseadas em premissas que reiteradamente vejo comprovadas em minha existência. De uma forma tal que discuto sem maiores dificuldades, e tiro frutos maravilhosos de tais encontros intelectuais, com evangélicos, agnósticos e ateus, exigindo apenas a coerência.

Coerência, no caso, significa entender que, mesmo nesse contexto pessimista e amoral de pós-modernidade, algumas coisas não mudam, nem tem como mudar, pelo menos em fins discursivos. O próprio raciocínio humano precisa de um protocolo para existir. Mas se mesmo os protocolos fossem relativos, como ficaria a razão do homem?É preciso pensar nisso.

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"No momento em que você diz que um conjunto de ideias morais pode ser melhor que outro, na verdade você está mensurando ambos de acordo com um padrão, dizendo que um deles conforma-se melhor a esse padrão do que o outro.

Contudo, o padrão que mede duas coisas é, de certo modo, diferente de ambas. Você está, de fato, comparando ambos com alguma moralidade real, admitindo que existe uma coisa chamada Certo Real, independentemente daquilo que as pessoas pensam, e que as ideias de algumas pessoas aproximam-se mais desse Certo Real do que outras.

Pense da seguinte maneira: se as suas ideias morais podem ser mais verdadeiras e as dos nazistas menos verdadeiras, então deve haver alguma coisa - alguma moralidade real - para que elas sejam consideradas verdadeiras".

C.S. Lewis, apologista protestante.

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Isto posto,  e já que estou citando fontes não-romanas, faço questão de deixar aqui outra fala de uma pessoa que entendeu o que o Papa realmente quis dizer, no caso dos homossexuais:

"Li todas as reportagens da entrevista com o papa sobre homossexuais. O que ele diz faz sentido, ninguém pode julgar ninguém. Também bem concordo que as igrejas estejam abertas para receber os gays que procuram Deus, alias isso sempre foi feito pela igreja evangélica".

"A imprensa só deveria ser mais honesta e colocar com letras garrafais que entretanto o papa disse que a igreja não muda seus posicionamentos. Ou seja, ela ama o pecador mas não ama o pecado. Aceita o homossexual, mas não aceita o ato homossexual. A igreja não muda o que a bíblia diz".

Deputado e Pastor protestante Marco Feliciano.

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Um outro ponto que destacar aqui, causa de revolta para todo bom católico, é essa comparação ridícula entre o Venerável Bento XVI e Sua Santidade o Papa Francisco. Nem preciso tecer maiores comentários a respeito da genialidade teológica de Ratzinger, nem explicitar ainda mais o enorme amor que tenho por aquele santo homem. Mas palavras pertinentes se fazem necessárias, contudo. Escolhi algumas que li recentemente:

"Ouvimos também dizer que Papa Francisco é simpático e carismático, enquanto Bento XVI era orgulhoso e pedante. Parece que não existem pessoas tímidas no mundo! Fala-se como se os tímidos fossem necessariamente orgulhosos.

Bento XVI nunca escondeu que era tímido e, mesmo assim, se esforçou sempre por estar com o povo, cumprindo todas as obrigações do ministério petrino, estando próximo a eles. Um tímido fazer isso é um esforço tremendo! E ele fez.

Disseram ainda que Papa Francisco atraía gente e Bento XVI não. Esquecem dos 4 milhões de jovens que, na chuva em Madri, ficaram com Bento XVI na JMJ de 2011? Bento XVI foi um Papa que soube falar aos ateus, aos agnósticos, converteu 400 mil anglicanos, foi responsável pelo diálogo com a União Européia, com a ONU, com a Casa Branca... 

Era um Papa que sabia falar com filosofia a políticos e homens de ciência, um Papa professor. Agora temos um Papa que tem outro estilo, pregador. Qual o problema? Qual a oposição? São os dois complementares.

Por fim, ouvi também dizerem que o Papa Francisco mostra uma entrega mais total ao Cristo, enquanto Bento XVI não mostrava isso. Creio que se o Papa Francisco ouvisse isso, ele próprio perderia a compostura com quem o dissesse...

Bento XVI queria terminar sua vida - ele disse - como um professor escrevendo livros (esse é o soberbo de que falam?) e aos 78 anos foi chamado para o Papado e aceitou, por amor da Igreja, até se esgotarem todas as suas forças e renunciar dizendo que "já tinha chegado ao seu limite". Dizer desse homem que sua entrega não foi total é não só uma maledicência, como uma injustiça tremenda."

Taiguara Fernandes de Sousa.

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Vemos, nessa comparação maldita entre os dois Papas, em última análise, exatamente aquele objetivo nefasto de que eu falava anteriormente, destruir as bases de fé da Igreja, destruir o catolicismo e permitir que, derrubada a maior instituição de culto divino do mundo, reine finalmente o secularismo ateu e Deus seja esquecido para sempre ou pelo menos relegado à impotência, no sentido de que seu conceito e moral serão irrelevantes em qualquer produção ou construção social daí em diante.

Atacar Bento XVI, portanto, vai muito além de atacar uma pessoa. Derruba-se o homem, e suas ideias caem com ele. E que ideias seriam essas? O santo responde:


Aqui, portanto, quero fazer ressoarem aquelas palavras de Ratzinger, quero reassumir meu amor pela Igreja de Cristo, "Coluna e fundamento da verdade" (1 Timóteo, 3 - 15). Quero dar publicidade clara e inequívoca a alguém que falou também de forma clara e inequívoca:


E, como não sou cismático e nem desconfio de Francisco, mas enxergo nele, tal qual enxergava em Bento, um caminho seguro rumo a Cristo, e como já li alguns de seus escritos e sei que nada temos a temer dele, pelo contrário, o mesmo merece também ter uma fala citada:

"Para mim também a essência do que se conserva está no testemunho dos pais. Em nosso caso, o dos apóstolos. Nos séculos III e IV formularam-se teologicamente as verdades de fé reveladas e transmitidas, que são inegociáveis, a herança. (...) Certas coisas são opináveis, mas – repito – a herança não se negocia. O conteúdo de uma fé religiosa é passível de ser aprofundado pelo pensamento humano, mas, quando esse aprofundamento colide com a herança, é heresia." 

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Finalmente, convém ressaltar um último aspecto. A Igreja não mudará, como querem seus inimigos, e por um motivo muito simples. Deus não muda, é sempre o mesmo. Cristo é Deus, então também não muda. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. Uma coisa desemboca na outra.



A Igreja, portanto, não precisa nascer de novo. A Igreja não precisa, e nem pode morrer. Já morreu e viveu de novo com Cristo! E Cristo morto, ressurgido dos mortos já não morre mais!

A Igreja não é velha, não é ultrapassada, não o é, e nem pode ser. Só pode ser imutável, eterna como seu Esposo, sempre nova, sempre linda, sempre atraente. A Igreja é eterna, porque Cristo é eterno. A Igreja é santa, porque se fundador é santo! E a Igreja é divina, porque nascida do próprio Deus!

Sigamos firmes, portanto, em nosso caminho, católicos, perseveremos até o fim. Só há uma verdade, e ela se chama Jesus, bem como só há ma Igreja, linda, fofa e maravilhosa, querida desde o princípio pelo Senhor.

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"Salve, Santo Padre!Vivas tanto ou mais que Pedro!"

"Glória a Ti, Igreja Santa!"

"Glória a Jesus, Cabeça da Igreja!"