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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Convicção, Tradição: ilhas de segurança num mar de relativismo

Senhores, da última vez que sentei minha bunda na cadeira para escrever aqui nessa página virtual, estava angustiado com toda essa questão da falta de referências da humanidade, desse espírito pós-moderno e tudo o mais que domina a humanidade (na verdade não a humanidade inteira, graças a Deus, mas, infelizmente, aqueles que a dominam) e falava sobre como a falta de parâmetros causa no homem uma sensação de vazio, ao lhe dar uma liberdade para a qual ele não está preparado, e para a qual, me atrevo a dizer, o mesmo sequer foi projetado.

Dando continuidade a essas divagações que não levam a lugar nenhum, fiquei muito pensativo sobre o novo ranking da confiança que saiu agora em maio, da FGV. Especialmente pela melhora de desempenho da Igreja de Cristo, a Igreja Católica. Não lembro ao certo qual era a sua posição nos rankings anteriores, mas lembro-me que não era assim tão boa como está agora. Como católico, não vou mentir, estou feliz, o estranhos seria se eu não estivesse. Aí realmente haveria algo errado comigo.

O caso é que somos, ao lado das Forças Armadas e do Ministério Público, as instituições mais confiáveis do país, segundo os critérios aí adotados pela Fundação Getúlio Vargas. O que é realmente surpreendente, dada a atual mentalidade que mídia tenta impor a todo custo às pessoas. Explico:

Como falava anteriormente e como qualquer sociólogo poderá lhes falar, estamos no contexto do pós-modernidade, o qual é marcado pela desconfiança em tudo e em todos e pelo pessimismo, pela idolatria velada ao nada e pelo deparamento do homem com um grande vazio existencial. Tudo perde o sentido e a rigidez. Tudo é relativo. Até mesmo as religiões são relativas, até o próprio Deus se torna relativo: temos mil igrejas diferentes, cada um tem sua própria concepção de Deus, de moral, de certo, de errado, e por aí vai. Disto resultam, entre outros, sincretismos religiosos por demais engraçados.

Por exemplo, os católicos-espíritas, os batistas que admitem a existência de santos, os cristãos que aderem a práticas da bruxaria e do ocultismo...entre muitos outros exemplos para limitar-se apenas ao campo da religião, que de política eu não quero falar tão cedo, especialmente em se tratando de Brasil.

Enfim, dizia eu que é surpreendente, a um primeiro olhar, que justamente as Forças Armadas e a Igreja Católica sejam as instituições mais confiáveis desse país. Ah, sim, antes que eu me esqueça, vejam o dito ranking:



Pois é, eis aí o gráfico, retirado em versão resumida, de um site católico. Você poderá me perguntar, como todo home pós-moderno, se esses dados não foram manipulados ou coisa assim, uma vez que, como já vi sair da boca de vários pastores, "os católicos são mentirosos". Confesso que também olhei e pensei: será, mesmo? Então tomei a liberdade de ir ao site da FGV e ver por mim mesmo.

E. de após uma pesquisa talvez um pouco mais complicada do que eu acharia que fosse a princípio, achei, e de fato, está lá. Abaixo segue o link diretamente com a página do relatório elaborado pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas. Poderão ver referências ao tema que falo nas páginas 13 e 33, salvo engano.


Bom, ultrapassado esse problema de uma possível manipulação de dados (a não ser que você desconfie também da FGV, aí, realmente, é coisa pessoal sua e nada posso fazer por ti) por parte dos católicos "tendencionistas, mentirosos e proclamadores de falácias" (estou sendo irônico mas sei que existem muitos que são mesmo. Cuidado com eles!), podemos continuar a digressão com mais tranquilidade.

As Forças Armadas sempre foram uma das instituições mais confiáveis do país. E a Igreja Católica, após um período de baixa (chegou a estar em sétimo lugar, estava olhando outros relatórios aqui) voltou a ocupar uma posição, na minha parcial, reconheço, opinião católica, mais digna de sua tradição e e de sua convicção. E é aí que eu chego ao ponto-chave da digressão.

Quando paramos para pensar no que as Forças Armadas e a Igreja Católica tem em comum, enumeramos logo fatores como: rigidez, hierarquia, tradição, defesa intransigente de valores e costumes antigos, dogmatismo, seriedade, convicção e moralismo, dentre outros que não cabe citar, porque os de visão mais à frente já entenderam o que quero dizer e os outros, espero, irão entender agora.

As Forças Armadas e a Igreja Católica surgem tão confiáveis (ok, protestantes, as igrejas de vocês também são legais, não tão legais quanto a minha, lógico, mas são legais) exatamente porque, em um mundo onde você não sabe mais o que é certo e o que é errado, onde começa e onde terminam coisas como moral, direito e justiça, não sabe nem mesmo o sexo da pessoa que você acabou de conhecer (ela parece uma mulher ou um homem, mas hoje em dia, quem pode saber até conferir in loco?), tais instituições surgem exatamente como aquilo que o mundo perdeu e que agora precisa urgentemente encontrar de novo: referências.

Penso do fundo do meu coração que o homem tem um potencial infinito. Quem sabe quanto poderíamos fazer pelos outros, por nós mesmos e pelo universo se voltássemos todo o nosso potencial para a excelência e para a virtude, como nos recomendavam Sócrates e Cristo, as vozes ecoantes do mundo antigo? Excelência de verdade, excelência humana, não o pronome de tratamento que somos obrigados a utilizar no tratamento de magistrados (minúsculo, mesmo) que são tudo menos excelentes!

Nós só confiamos naquilo que é excelente, naquilo que é sólido, naquilo que é convicto. Não se confia no volátil, não se confia no líquido. ao contrário, como acabei de dizer, quando algo está bem, dizemos que está consolidado, que está sólido, seguro, estável. E por falar em estabilidade, é justamente por isso que tanta gente quer passar em concurso, pra alcançar estabilidade e ter segurança de que seu emprego não será, ao menos em principio, retirado dela.

A Igreja, o Exército, os mais velhos, nós os criticamos, fugimos deles, ás vezes lhes somos abertamente hostis, e por que? Porque eles exigem tudo de nós! Exigem o nosso melhor, a nossa excelência! Eu mesmo, como pseudo-intelectual cultuador de uma vida fácil, arreguei na hora de servir, justamente porque eu sabia que a coisa ia ser complicada! Mas, especialmente, porque o meu espírito não teve a docilidade necessária para aceitar com paciência e humildade a submissão a outrem, o que é gravíssimo.

Precisamos de liberdade? Claro que precisamos! Precisamos de igualdade, fraternidade, respeito? E quem disse que não! Todas essas coisas, precisamo-las demais! Mas tudo tem que ter um limite, tudo precisa ser contido dentro de certos limites! Hoje elegemos a lei como esse limite, mas todos sabemos que a lei rege apenas o mínimo indispensável, a lei rege o homem médio, e sinceramente acredito que como seres humanos deveríamos buscar muito mais do que a simples mediocridade!

Mas será que não é óbvio, isso? Quando eu digo que alguém é medíocre, estou elogiando essa pessoa? Claro que não. Então porque, em termos filosóficos, morais e existenciais nos contentamos tão facilmente com a mediocridade? Porque nossa moral é medíocre, nossas leis são medíocres, nossas crenças, conversas, enfim...nossos sabonetes são medíocres??

Por que temos que viver essa vida sem parâmetros, sem jamais nos permitirmos confiar nem entregar a nada a não ser às coisas que dizemos a nós mesmos antes de dormir para fingir que está tudo bem, e ainda assim sem refletir sobre isso profundamente, porque sabemos que se pararmos para pensar veremos que na verdade não está nada bem?

Os dados da FGV refletem justamente isso o que eu vivo dizendo. Que essa liberdade toda, essa bagunça, essa anarquia velada, isso não dá certo. É preciso um norte, é preciso um objetivo, é preciso uma meta. Do contrário o homem fica correndo, como sempre correu, só que fica correndo em círculos, ou seja, fica indo a lugar nenhum, passando pelos mesmos pontos, como um peixe que fica dando voltas em seu aquário de bosta procurando uma saída que não existe.

Acima de tudo, porém, é preciso confiança, sem a qual jamais é possível descansar, viver em paz. Amar. Eu só amo aquilo que eu conheço, aquilo em que eu confio. Complicado, muito complicado. A ideologia do dissolvimento de valores e ideias chega até o íntimo do ser, chega até os nossos sentimentos, à nossa alma. Chega até a nossa humanidade, nos transforma em máquinas sem sentimentos que eventualmente explodem em orgias sensoriais e depois se recluem novamente como engrenagens de um sistema fechado.

Pense nisso e fique com Deus. Não se permite vencer tão facilmente por esse mundo. Como ser humano, você merece mais. Continuo sempre batendo nessa tecla, que os antigos se envergonhariam profundamente de nós. Eles sofriam, pecavam, falhavam. Mas levantavam no dia seguinte e buscavam acertar outra vez. Nós, sei lá. Parece que já nos conformamos em sermos errados. Ah, é me esqueci...não existe mais errado.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Esse nada que vai preenchendo a humanidade

Comerciais, grandes comerciais. Por décadas eles veem preenchendo o vazio existencial que surge em nossas cabeças entre os programas fúteis e superficiais que vemos, para preencher vazios maiores.

Tudo existe, ao que parece em alguns momentos, para esse preenchimento do vazio. Em escala macroscópica,  os cientistas não cansam de alardear o vazio do universo. Uma galáxia aqui, outra a alguns milhões de anos-luz de distância, todas se afastando cada vez mais e entre elas um gigantesco, cada vez mais enorme.

Ás vezes surpreendo a mim mesmo, pegando-me absorto no vazio desses comerciais, que duram tão pouco e ao mesmo tempo custam tanto dinheiro, gerando parte considerável da receita das grandes emissoras e praticamente sustentando as menores.

Não, como já disse, que os programas sejam muito melhores. Cada vez mais, vemos pessoas caindo numa rotina terrível da rotina do entretenimento. Assistimos sempre os mesmos programas, buscamos o mesmo tipo de vídeo no youtube, lemos os mesmos jornais, os mesmos blogs. O homem moderno parece prisioneiro desse binômio rotina-vazio. Para escapar do vazio, refugia-se na rotina, que o angustia. Mas não pode abrir mão dela, sob pena de voltar ao vazio.

Fico pensando, nessas horas, nos dilemas da filosofia e da sociologia do homem pós-moderno. Em como cada vez mais o homem percebe que está em um monte de nada, indo pra nada. Ou pelo isso é o que a filosofia reinante tenta colocar pra gente. Penso especialmente na lógica neo-ateísta e na sua idolatria ao nada, ao vazio, ao acaso. O nada se tornou tudo para a humanidade, está institucionalizado, como se fosse a única resposta possível para nossas perguntas, o paradigma final e absoluto do existencialismo humano.

De onde viemos? Do nada. Para onde vamos? Pro nada. Qual o sentido da vida? A vida não tem sentido. O que é certo, o que é errado? Nada é certo nem errado, depende do ponto de vista. Tudo é relativo. Não há parâmetros, não há referências, não há onde se segurar. Não há nada, nada nada, um nada tão absolutamente vazio e ao mesmo tempo presente em nossas vidas que é quase como se fosse alguma coisa.

Fico me perguntando: como isso foi acontecer? Como foi que chegamos a esse ponto, por Deus! Começamos como homens das cavernas, de mentalidade pouco mais desenvolvida do que a de nossos atuais gatos e cachorros, passamos pela filosofia cósmica do mundo antigo, pelo teísmo sistemático da Idade Média, pelo racionalismo ateísta porém otimista do modernismo, para então chegarmos a isso?

Vivemos nossas vidas de forma louca, nos entregando aos nossos vícios, instintos e vontades mais imediatas, instigando uns aos outros em todos os sentidos para nos dirigirmos toda para essa festa interminável, essa utopia terrena de prazeres, e para quê? Para um belo dia acordarmos e ao olhar para o espelho vermos que temos 40, 50, 60 anos e que a vida de outros tempos vai escorrendo lentamente por todos os poros de nosso corpo, fugindo, invisível, dissipando-se no vácuo que nos cerca?

Então, depois de milhares de anos de construções morais, filosóficas, religiosas, políticas, matemáticas e sei lá mais o que, tantas ciências, tanto conhecimento, e vamos estancar nessas pasmaceira existencial de bosta? Que angústia, que desgosto!

Hoje, para para conversar com as pessoas, e a conversa delas é de uma pequenez de espírito, de alma, de caráter! Há um conformismo moral em todas as esferas, uma desilusão sistematizada em nossas matrizes de pensamento. Gente inteligente é sinônimo de gente desconfiada, descrente, normalmente ateísta. Antigamente se admiravam os homens que surgiam como rochas de convicção, retidão, perseverança. Hoje idolatramos os chamados "adaptáveis", os dissimulados. 

* * *

Uma das várias definições de inferno com a qual cresci não é de um local de sofrimento, fogo, diabo e por aí vai. Admito mesmo que essa noção de dor é tão grande que não consigo sequer concebe-la em minha mente, de tal forma que não me assusto muito com esse inferno, embora reconheço perfeitamente que deveria, e quem sabe não estou apenas enganando a mim mesmo?

A noção de inferno que me apavora, que me tira o sono, que me angustia, é a noção de inferno como o local onde não há Deus. O local onde o Tudo, o Absoluto, a Rocha, não está. No inferno não há consolo, não há referências, não há limites, apenas a alma pecadora suspensa num vazio de dor imensurável. Mais do que a dor física, a falta aguda de coordenadas dilacera o espírito e o pensamento de tal forma que este já não é mais possível. 

Não há um único padrão a ser seguido, uma única fórmula confiável. Apenas a certeza da incerteza e do vazio cada vez maior, cada vez maior, e você ali naquele vácuo, seu espírito sendo esticado pela diferença de pressão até finalmente esticar-se, dilacerar-se, explodir, sumir, e você ser engolido pelo nada e se tornar parte dele.

Esse, sim, é o inferno que me assusta, esse, sim é o inferno que eu temo. Local de escuridão, local de vazio, onde nem mesmo as sinistras maquinações do diabo podem manter-se em unidade. Ali, finalmente, tudo se dispersará, tudo se desmanchará, tudo se tornará o nada que hoje os homens idolatram em pensamento mas do qual instintivamente fogem, acuados, amedrontados, em pânico, subitamente tão mortais e sem sentido.

Com efeito, faço minhas as palavras do profeta Isaías: "Buscai ao Senho enquanto se pode achá-Lo. Invocai-O enquanto ainda está perto" (Isaías 55, 6). Porque um dia, quando o Tudo não mais puder ser encontrado, quando o nada apagar toda a esperança e todo o potencial da mente humana e quando finalmente satanás conseguir seu intento de arrastar-nos todos para o seu abismo, então não haver~´a comercial nem bebiba, nem orgia, nem festa, nem doces, nem nada. A não ser, claro, nada.

"MEU DEUS, EU CREIO, ADORO, ESPERO E AMO-VOS. PEÇO-VOS PERDÃO POR AQUELES QUE NÃO CREEM, NÃO ADORAM, NÃO ESPERAM A NÃO VOS AMAM."














segunda-feira, 14 de maio de 2012

As Chaves de São Pedro

Olá mais uma vez, senhoras e senhores, meninos e meninas, dentro outras combinações sexuais possíveis neste mundo louco em que vivemos. Venho percebendo, já há um certo tempo, as dúvidas que surgem na cabeça de muitas pessoas com relação aos termos que constam do título do meu blog, razão pela qual pretendo esclarecê-los, e assim matar dois coelhos com uma única cajadada: sacio a curiosidade de vocês ao mesmo tempo que me privo do desprazer de ter que explicar a mesma coisa para cada pessoa, individualmente.

Vamos lá, então. Primeiramente, temos as Chaves, que vou explicar antes dos outros não apenas por ser o primeiro dos itens do nome do blog ora lido por vossa pessoa, como também aquele que mais causa confusão. As pessoas simplesmente não sabem de que chaves eu estou falando, e não é para menos, já que as chaves são objetos extremamente populares desde o seu surgimento, o qual, segundo a maior parte dos historiadores, deu-se na Roma antiga.

Claro que quando a chave surgiu não era essa coisa linda que a gente tem hoje. Na verdade, costumava ser um prego posto entre duas argolas, barrando uma porta-dupla, ou um simples prego atravessando a porta na altura do trinco. Esse preguinho era chamado de "clavus" e era extremamente rudimentar, como podem perceber. Logo, era, também, muito ineficiente.

Os artesãos, então, foram elaborando pregos cada vez mais complexos, que se encaixavam não mais em simples buracos na altura do trinco, mas em verdadeiros mecanismos que travavam o trinco a não ser que se lhes encaixasse uma alavanca de soltura, a qual era o antigo preguinho, que agora era personalizado e mudou de nome, passando a ser conhecido como "clavis", e foi daonde surgiu para o nosso português atual a palavra chave tal qual a conhecemos.

Chave, portanto, é algo que abre e fecha. Um objeto que tem a propriedade de travar e destravar algum mecanismo. Estou colocando essa noção bem ampla propositadamente para que compreendam o que vou falar agora, que é exatamente sobre as chaves de São Pedro.

Infelizmente, muita gente não sabe sequer da existência de São Pedro, quanto mais de suas chaves. Muitos, ainda, conhecem Pedro, mas, como protestantes, não o chamam de São, e não lhe reconhecem como o portador das Chaves. Oras, antes de falar das chaves, convém, pois, falar sobre o dono delas.

Simão, filho de Jonas, era um pescador nos tempos de Jesus, o Cristo. O Mestre, certo dia, passando a beira do Mar da Galiléia, viu este homem lançando as redes, e o convidou para ser seu discípulo. Simão, então, aceitando o convite, passou a seguir Jesus, e era ensinado por ele e caminhava com o mesmo por aí, vendo o Filho de Deus ensinar, curar, expulsar demônios e outras coisas fantásticas, admiráveis e assustadoras.

Ocorreu que certa vez Jesus perguntou aos seus discípulos quem as pessoas achavam que ele era. Dirigida essa pergunta aos discípulos, cada qual começou a emitir a sua opinião. O informaram que as pessoas pensavam que Ele era Elias (importante profeta judeu), outros pensavam ser outro grande profeta, outros ainda pensavam ser um mago, ou outro ser dessa estirpe. Jesus, perguntou, desta feita, o que os discípulos pensavam que ele era.

Nesse momento, o tal de Simão disse: "Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo!" Jesus, então, disse a ele, conforme está no Evangelho Segundo São Mateus, Capítulo 16, a partir do versículo 15:

"Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o Meu Pai, que está nos Céus. Por isso eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e o poder do inferno jamais prevalecerá contra ela. Eu te darei as Chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus."

Pronto, eis aí o que são as Chaves de São Pedro, as mesmas que cito no título do meu blog. Nada mais são do que as chaves conferidas ao primeiro Papa pelo próprio Jesus Cristo naquele dia, quando conversavam sobre quem seria Jesus. Simão conseguiu, no meio das confusões de nosso mundo, entender a voz de Deus e distinguir, entre todas as opiniões que se veiculavam, qual era a verdade acerca de Nosso Senhor. E o Salvador, então, o escolhe para ser o líder dos apóstolos, Vigário de Cristo, Portador das Chaves do Reino dos céus, como podeis ver da própria passagem acima.

Percebemos que o próprio nome do personagem muda. Deixa de ser Simão para ser chamado Pedro. Antigamente, o seu nome não servia apenas para lhe diferenciar dos outros, como sói acontecer hoje. Antigamente, o seu nome dizia de fato quem você ERA. quando Jesus, portanto, muda o nome de Pedro, ele ali está não apenas fazendo um simbolismo, mas está mudando a próprio ser de Simão. O nome traduz ao mesmo tempo essência e função. Simão agora é Pedro, ou seja, é rocha, é firmeza, é segurança, liderança, perseverança e por aí vai.

A estátua de São Pedro no Vaticano ilustra bem tudo o que eu disse. Percebam, em sua mão direita, que ele segura uma chave. As chaves são, para o catolicismo, uma das coisas mais importantes. Elas simbolizam o poder de Pedro, simbolizam o Poder do Papa, simbolizam que sua autoridade emana do próprio Cristo, e esta emana do próprio Deus.


Como sucessores de Pedro, os Papas são os portadores desse Poder das chaves, confiado por Jesus à sua Igreja e que ela administra em Seu nome. As Chaves são de uma tal reverência na Igreja Católica que a própria bandeira do Vaticano as ostenta:


Observem: temos duas chaves. Uma é a chave do Céu, e a outra é a Chave da Terra. As duas se entrelaçam na Mitra Papal, ou seja: todo o poder do Para daí emana, toda a autoriade da Igreja está concentrada aí. Por isso a importância das chaves, por isso fiz questão de aludir a elas no título de meu blog.

Espero ter esclarecido razoavelmente esse tema. Muito mais há de ser dito, mas para não deixar o texto muito chato e complicado, preferi omitir muitas informações, podendo, claro, divulgá-las se o clamor dos leitores assim demandar. Fiquem com Deus. Encerro com um resumo enfático do tema, em latim:

TU ES PETRUS ET SUPER HANC PETRAM AEDIFICADO ECCLESIAM MEAM 

domingo, 13 de maio de 2012

A mãe da gente e Mãe das mães

Dia das mães. Dia das mães. Dia das mães, seus otários!

E aí, gente, beleza? Cara, hoje é dia das mães, gente? Que legal, não é! Hoje é dia de homenagear, paparicar essa pessoa maravilhosa que é a nossa mãe. Hoje é dia de dizer, com uma boa desculpa, com ela é especial pra gente. Cara, eu amo muito minha mãe. Tu é doido, como eu amo minha mãe!

Amo tanto que comprei um perfume caríssimo pra ela, e espero sinceramente que ela goste pra caramba. Quem me conhece sabe que eu sou um pouquinho pão-duro, é um defeito no qual trabalho há alguns anos mas que se mostra uma pedra persistente no caminho para a santidade. Felizmente mamãe sabe disso melhor do que ninguém, de modo que o presente simboliza meu amor por ela como nenhuma outra coisa poderia fazer.

Não, não vou ficar discorrendo sobre a comercialização dos dias das mães, que mãe é especial todo dia e essas revoltinhas aí. Hoje, não. Hoje é um daqueles dias que tudo para nessa bosta, que não há espaço para o ódio, para o rancor, para o egoísmo, para nada. Quem disser o contrário não tem coração ou não tem mãe, e mesmo isso não é desculpa.

Ontem, na igreja, por exemplo, o senhor que homenageou as mães já perdeu a sua. O que não o impediu de ir à frente da assembléia e falar o que precisava ser dito. Inclusive, mamãe foi sorteada ontem na igreja, nem sei o que ela ganhou, estava servindo na ocasião e não podia abandonar meu sagrado ofício no altar pra checar do que se tratava. Depois pergunto.

Agradeço a Deus pela minha mãe. Mamãe é uma pessoa que, só de pensar nela, eu já me emociono. Serião. Você quer mexer comigo, fale de mamãe, seja bem, seja mal. Penso em mamãe, me balanço. Mamãe é uma santa, mamãe é sagrada, mamãe é a voz de Deus falando comigo na minha própria casa.

Hoje, 13 de maio, é dia de outra mãe, também, a mãe de todos nós. Hoje, 13 de maio, é dia de Nossa Senhora de Fátima. Claro que Nossa Senhora, Mãe de Deus, Rainha dos Apóstolos, Bendita entre as mulheres, Cheia de Graça, Escrava do Senhor, é uma só. Os diversos títulos (Lourdes, Fátima, Perpétuo Socorro) fazem referência apenas aos locais onde ocorreram suas aparições. 

Não inventamos, como muitos protestantes, ateus e agnósticos pensam, nomes para a maior de todas as mulheres, apenas acrescentamos sufixos de localidade. Os holandeses fazem a mesma coisa com seu sistema de nomes, e não vejo ninguém reclamando que estão "inventando holandeses". Mas tudo bem, sei que é um equívoco que decorre da ignorância da verdadeira essência do catolicismo e não me estresso.

Não tenho dúvida alguma em meu coração que, se as pessoas soubessem de fato quem é Maria, não a desrespeitariam como desrespeitam. O simples fato de ela ser mãe de Jesus Cristo já devia ser suficiente pra fazer qualquer homem pensar mil vezes antes de falar qualquer coisa que não seja um elogio rasgado a essa mulher.

Mesmo um ateu sabe como Jesus foi importante para a história da humanidade, sabe que ele é digno de admiração. Por que, então, a mulher que lhe deu a luz, ensinou-lhe a falar caminhar, não mereceria nossa admiração?

Com efeito, como dizia o diácono, ontem, há pessoas que oferecem sua inteligência, pessoas que oferecem seu trabalho, pessoas que oferecem seu dinheiro para Deus. Mas Maria ofereceu o SEU VENTRE para o Senhor. As próprias vísceras de Maria foram consagradas ao Senhor, seu corpo hospedou o Filho de Deus. Quem, dentre todos os seres humanos, pode avocar para si semelhante vocação? De trazer ao mundo o Verbo que se fez Carne?

Quem puder pesquisar sobre as aparições de Nossa Senhora de Fátima, aconselho fortemente que o faça. Guadalupe, também! Até hoje me divirto com as novas "teses científicas" para o tema, apesar de a ciência não ter nenhuma explicação, o que apenas deixa tudo mais engraçado.

Lutero que era Lutero, esse cara que se você falar o nome dele do lado do Papa, acho que você mata o coitado. Três tiros a queima-roupa não mataram João Paulo II, mas acho que se o turco sussurrasse "Lutero" no ouvido dele, um abraço. Lutero que era Lutero, cara, ele chama Nossa Senhora de "Donzela Admirável"! 

Aí me aparece um protestante todo senhor de si, CONHECEDOR DA PALAVRA, disque, e vem querer descascar pra cima de Nossa Senhora. Muito me questiono, primeiramente, que palavra é essa que ele conhece. Lendo as passagens que falam de Nossa Senhora em uma bíblia protestante, percebo que são idênticas ás da bíblia católica (por sinal, a maior). Como, então, eu entendo perfeitamente o sentido claro e preciso daquelas palavras e me vem um protestante falando um monte de absurdos?

Claro, nem todos são assim. Aliás, muitos não são assim. Mas é como já falei anteriormente, esse negócio de um monte de igrejas, dá nisso! Se Jesus quisesse um monte de Igrejas, ele não tinha nomeado apenas UMA pedra, teria nomeado um seixo inteiro! Mas é impressionante o número de absurdos que eu encontro.

Protestante não é SOLA FIDEI? Então onde é que o cara encontra fundamento pra chegar ao absurdo que eu já de dizer que Maria era prostituta? Dá pra acreditar numa coisa dessas? Me diga, meu caro amigo que apenas lê a bíblia, onde está a passagem onde afirma que a GRATIA PLENA era prostituta? Me mostre essa passagem e eu renego todo o meu catolicismo. 

Se a nossa mãe, que gerou essas pestes que somos nós, já é digna de todo o nosso respeito e amor, será que mãe do mestre não merece pelo menos o nosso respeito? Acho uma questão de lógica, isso. Tem algum absurdo no que eu estou falando? 

Há erros que são difíceis de detectar, e há erros que são fáceis de detectar. Em se tratando de cristianismo, a escolha errada será sempre aquela que não leve ao amor. Escolha o amor, e estarás fazendo o que é certo aos olhos de Deus. Escolher excluir do círculo do amor seja quem for, é reprovável segundo qualquer cultura/ideologia minimamente decente. Excluir a mãe é imperdoável. Excluir a mãe de Deus é imperdoável, escandaloso e trágico.

Que neste dia das mães possamos nos recordar do mais puro e eterno amor que pode haver, na visão de alguns, o único amor puro que um homem sente por uma mulher em toda a sua vida, que é o amor pela sua mãe. Com efeito, ela merece sempre mais, mais, mais, e mais.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Estado, Igreja, homens e homens-mulheres


Amanhece mais um dia na Cristandade dividida e enfraquecida do século XXI. Por todo lado, as igrejas se multiplicam como moscas, cada qual com sua própria crença e interpretação da bíblia, deturpando cada vez mais o sentido das palavras de Cristo e retirando do cristianismo, aos poucos, toda a sua credibilidade diante de um povo cada vez mais sedento de Deus.

De uma unidade idealizada pelo próprio Filho de Deus, nos deixamos levar por nosso orgulho e desobediência humanos a essa miríade de igrejas competindo entre si, cada qual querendo abocanhar fiéis tal qual uma empresa procura abocanhar clientes. Com certeza nada parecido com o propósito de Deus.

Como católico, não posso esconder minha chateação ao ver quantas denominações que se dizem "cristãs" estão soltas por aí, confundindo a cabeça do povo com mentiras, heresias, teologias totalmente enganadas, apostasias. Mais ainda não posso esconder minha chateação de ver como tantas denominações continuam insistindo em seus ataques à Esposa de Cristo, qual seja: a Igreja Católica.

Claro que, como católico, puxo a sardinha pro meu lado e acabo incorrendo no mesmo rolo de fatos que me entristecem. Não escondo que meu sonho é o de ver todos os cristãos unidos de novo sob a liderança do Papa e na Igreja Católica tal qual idealizada pelos Apóstolos e pelos mais próximos discípulos destes, um corpo místico único, baseado na unidade tal enfatizada por Cristo ao longo de todo o Evangelho. Mas hoje qualquer um que olhar para o cristianismo verá que estamos longe de sermos "um".

Isto posto de lado, por hora, vemos que o sofrimento da Igreja é intenso, infindável e constante. Tal qual seu fundador, suas convicções ao longo dos séculos a levaram e levam a sofrer agressões morais e físicas, às vezes banais como um chuvisco numa manhã de domingo, às vezes decisivas como a batalha de Lepanto.

Três notícias ao longo dessas duas últimas semanas mexeram com meu coração, para deixá-lo tão pesado que preciso vir aqui e desabafar. Primeiramente, toda a comunidade católica virtual está ciente das pichações que foram feitas em uma igreja no Paraná.

Com frases bem, como direi, enfáticas ("Fuck the religion" e "Pequenas igrejas, grandes negócios"), os meliantes afrontaram contra o Patrimônio de São Pedro, e também meu e de qualquer católico sobre a face da terra, já que os cristãos tem tudo em comum. A primeira frase é tão ridícula, infantil e tosca que sequer merece a minha atenção. Passo, por isso, mesmo, à segunda frase.

Pequenas igrejas, grandes negócios, é pra acabar! Pequenas igrejas? faz-me rir! primeiro que, em se tratando de Igreja Católica, não há que se falar em várias igrejas, mas sim em uma só. Justamente por isso chamamo-nos católicos, uma vez que levamos à plenitude o ideal de unidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, ao ponto de sermos, mesmo, uma coisa só. Os prédios é que são vários. A Igreja, uma só. Mas tudo bem, não posso mesmo esperar que um imbecil desses saiba o mínimo de apologética. Perdôo, portanto a burrice.

Quanto à questão dos grandes negócios, bem depende muito do sentido. No sentido que ele quis usar, está totalmente errado. Se fosse na Idade Média eu ainda aceitava. Tivemos Papas tão endinheirados que hoje deixariam Bill Gates e Eike Batista parecendo monges budistas andando descalços nas montanhas do Nepal, mas esse tempo já passou.

Já no sentido de sermos a maior organização de caridade desse planeta, termos educado e civilizado grande parte do mundo ocidental, criado terras para a agricultura, conservado o conhecimento do mundo antigo, termos escolas, orfanatos, hospitais, creches, universidades, bibliotecas, museus e muito mais ao redor do mundo inteiro, bem como templos tão lindos que jamais se construirão outros iguais, aí ele acertou. Isto é um ponto.

Outro ponto, esse muito mais interessante, por assim dizer, é a resposta dos veículos de comunicação ao redor desse país. A única emissora que me recordo ter dado a respectiva repercussão a esse evento foi a Band, por sinal uma emissora que muito tem ganhado meu respeito nos últimos meses, por ter eu percebido como ela é a única que ainda dá ao catolicismo o destaque que merece nesse país, noticiando rotineiramente acontecimentos relativos á Eclésia Universal. No Band News, vez por outra posso ver algum documentário sobre alguma Catedral, ou sobre algum Monastério, bem como sobre algumas tradições católicas. Superficial, claro, mas o que vale á a intenção.

Para as outras emissoras, o que foi isso? Nada. Não vi nada na Globo sobre o tema. Passa batido. Na Record...bom, eu sequer vejo aquela emissora. Não vejo, não vejo, não vejo e ponto final. E nas poucas vezes em que cai dos meus olhos baterem naquele canal, está sempre em algum documentário falando mal de alguma tradição da Igreja Católica ou com alguma reportagem sobre padres pedófilos e católicos convertidos ao protestantismo. Não que eu seja a favor de esconder os podres da minha própria Igreja. Falo sobre os mesmos regularmente. Mas a record (com minúsculo, mesmo) é de um tendencionismo nojento.

Certo, isto posto, o que eu quero frisar mesmo é o destaque que a MTV deu pra esse acontecimento, especialmente nas palavras desse homem que é um verdadeiro gênio, uma amosta do que de melhor o sangue brasileiro pode produzir em termos de genes de intelectualidade. Estou falando nada mais nada menos do que a sumidade da televisão brasileira, o guru da opinião pública desse país: PC SIQUEIRA.

Muito bem, o sr. referido acima, cujo nome também não mais citarei, sobre o acontecimento a que me referia pronunciou-se da seguinte maneira:


Pois é. Que beleza, não é? Percebam vocês a intelectualidade quase futurística do cidadão. Levará séculos, talvez milênios, para que a humanidade atinja o nível de iluminação e ciência desse rapaz, homem verdadeiramente extraordinário e digno de todo respeito e admiração por parte de todo o gênero humano. E com isso encerro a parte irônica deste post. Se alguém quiser ter uma vaga noção do que eu REALMENTE queria dizer, basta imaginar todos os palavrões conhecidos pelo homem, inclusive os que ainda nem foram inventados.

Prosseguindo! Outro acontecimento bombástico digno de nota! Em Fortaleza, cidade que eu adoro, povo trabalhador, sofrido pra caramba, belíssima Catedral, Bispo forte e saudável, cujo nome não me recordo, mas cuja casa é lindíssima, com um brasão do Vaticano feito em um mosaico de pedras...enfim. Orgulho católico aflorando descaradamente hoje. Retomando:

Em Fortaleza, a comunidade homossexual, mais uma vez, afronta a Igreja Católica. Dessa vez, publicaram um calendário onde os digníssimos senhores-senhoras aparecem em imagens que lembram momentos religiosos. Há simulações de todos os tipos, desde a Santa Ceia até a Crucificação, em versões gays. Os calendários, segundo fui informado, foram impressos aos milhares e distribuídos até mesmo dentro de escolas públicas, com a conivência da prefeitura de Fortaleza. O que não me assusta.

Então, recapitulando. Igrejas católicas são pichadas, e veículos da mídia ou fingem que não aconteceu nada ou indiretamente estimulam que aconteça novamente. A comunidade homossexual continua com seus crimes de intolerância, um atrás do outro, e ninguém faz absolutamente nada. Em um Estado que se diz laico, ou seja, leigo, "neutro", é impressionante como a comunidade religiosa está abandonada, perdida, sem que o governo mova um dedo para fazer qualquer coisa.

Mas experimente ser um homem da religião e revidar para ver o que acontece. Você é um intolerante, um antiquado, um fanático que quer acender fogueiras para queimar os hereges. Aí o Estado entra em cena, mas pra te prender por racismo, por sinal, crime inafiançável. Mais laico, mais "neutro" que isso, impossível!

Depois as pessoas me perguntam porquê de eu estar tão decepcionado com a democracia e o Estado brasileiro. Ora, entre outras muitas coisas, por isso! O Estado virou, simplesmente VIROU AS COSTAS para os anseios das pessoas religiosas desse país, nos deixando indefesos diante dos ataques que fazem conta nós.

Ora, como religiosos, não podemos revidar com violência, embora com violência sejamos atacados. A maioria das religiões, como é bem sabido, condena a violência. No passo isto não era muito respeitado, mas hoje, é! Há mesmo um ditado católico que diz o seguinte: POR JESUS, MORRER. JAMAIS MATAR. Interprete isso extensivamente e verá em que sinuca de bico nos encontramos. Antes, tínhamos o poder da Igreja para nos proteger, e agora não temos poder, nenhum do nosso lado, a não ser, ainda bem, o do próprio Deus, e é por isso que ainda estamos aqui!

Houve tempos em que eu queria ser funcionário público, trabalhar para esse ente lindo que é o Estado. Hoje eu não gosto nem de entrar em uma repartição, tal é o sentimento de repulsa que tenho criado desse sistema ridículo e impessoal. "O Estado é o pai de todos", quiseram ensinar-me em Direito Constitucional na faculdade! Puá! Mas que belíssimo pai, hein! Sinto-me acolhido, abraçado, envolvido por seu amor! Quase posso imaginar o coração do Estado pulsando por mim...Ah, vai pra put# que o pariu!

Experimento, experimente dizer que o Estado é o pai de todos para um trabalhador que espera 50 minutos por um ônibus lotado em uma parada destelhada. Experimente dizer que o Estado é por um motorista que paga um absurdo de IPVA pra praticamente fazer rally nas ruas da própria cidade. Tente argumentar que o Estado garante seu atendimento rápido e eficiente a um funcionário estatutário protegido por um balcão de mármore e burocracia.

Enquanto isso, em milhares de locais na Ásia, na África, na América Latina e até mesmo na América do Norte  e na Europa, minha Igreja, a ultrapassada, a antiquada, assassina, preconceituosa, o flagelo do mundo, essa coisa imunda que merece ser estirpada da face da terra, está alimentando os famintos, vestindo os desnudos, dando abrigo aos sem-teto. Falando de Amor, e amor divinamente humano e humanamente divino, a milhões de pessoas acostumadas a ouvir apenas palavras de ódio em um mundo conturbado. Com erros? Muitos! Mais do que gostaríamos, certamente! Mais ainda assim com atitude, persistência e o mais importante nesse sentido. Silêncio.

Não se vê a Igreja espalhando suas boas obras aos quatro ventos, e muito por isso tão poucos sabem o que ela faz. Vocês veem, isso, sim, leigos, como eu, que põe a boca no trombone e falam das coisas que ela mesma não faz questão de falar. Porque a Igreja não quer aparecer. Ela simplesmente quer fazer. E faz.

Quando um político faz uma coisa boa, espalha para todo mundo. Propagandas não param de encher nossa cabeça com cada mísera porcaria que o governo faz. Trocam as lâmpadas de uma avenida: O GOVERNO ESTÁ INVESTINDO SEI LÁ QUANTOS MILHÕES DE REAIS (fora os que os políticos embolsam por fora) NA REVITALIZAÇÃO DOS POSTES DE ILUMINAÇÃO E BLÁBLÁBLÁ...Quando a Igreja faz caridade, se você não for atrás pra saber, é capaz de nunca tomar conhecimento de que ela o fez.

Hoje o que eu vejo muito é gente que diz que a Igreja não faz nada, e que o que faz não é nada mais do que obrigação, que é muito pouco, e sei lá o que. Gente que mal sabe que se não fosse por essa Igreja, a irlanda, Portugal, quase toda a África poderiam estar vazias, agora, porque todo mundo ia simplesmente ter morrido. Eu sou mil vezes dar meu dinheiro pra Igreja do que para o Estado! Ela cobra muito menos, aliás a minha, pelo menos, nem cobra, dá quem quer, e faz muito mais do que a República Federativa do Brasil JAMAIS fará com os trilhões de reais que recolhe todos os anos.

Quando o iluminismo surgiu na Europa, e junto com ele o Estado foi cada vez mais se fortalecendo enquanto a Igreja ia diminuindo, a promessa dos chamados "portadores da luz" era de que o governo falho e podre da Igreja seria substituído pelo governo perfeito, célere e perfeito do Estado, que faria usando a ciência o que a Igreja era incapaz de fazer com seus dogmas da religião. Como se a Igreja não fosse uma das maiores fontes de ciência sobre a Terra e como se sempre não tivesse patrocinado os cientistas, mas tudo bem...Deixo os 29 prêmios Nobel do Vaticano falarem por eles, mesmos. Isso sem contar, porque nem dá pra contar, os prêmios dos cientistas patrocinados pela Igreja ao longo dos países mundo afora.

Cuspiram no prato em que comeram, esses homens. Não fosse pela Igreja ter criado escolas e universidades pela Europa, eles estariam comendo raízes e morando em barracões de barro. Ou será mesmo que os Reis tinham interesse em educar a população, quando nem mesmo a corte era culta? O único Rei que construiu escolas e hospitais "adoidado" foi Carlos Magno, e o fazia em respeito justamente aos ensinamentos cristãos que recebeu! Os outros reis queriam mais era que se danasse, só estavam interessados em guerras e em arranjar casamentos para suas princesas. Educação era coisa de afeminado, e  gênio era quem sabia usar a lança, a espada e o escudo. O resto, pode jogar fora. Só depois que a Igreja, a muito custo, seguiu criar uma mentalidade de racionalismo e amor ao conhecimento no homem europeu, e ele começou a andar com as próprias pernas, é que o Estado percebeu, também, o valor da educação. E apenas para fazer besteira, ao que parece.

É fácil ver, tendo por base tudo o que eu falei, tudo o que você vive, tudo o que O MUNDO VIVE, como essa independência do homem não deu muito certo, não é? Cada nova tentativa do homem de se virar sozinho conseguiu apenas ser ainda pior do que a outra: capitalismo, comunismo, nazismo...não preciso falar nada. A História fala por si mesma. Falaram, falam tão mal da Igreja, mas cadê que fizeram melhorar alguma coisa? Se for pra ficar na merda, como estamos, pelo menos que seja uma merda onde depois tem um céu ou pelo menos um paraíso. Sofrer, sofrer, sofrer, e depois morrer e fim de papo, "game over", mermão, me dá logo uma arma aqui que eu me mato, pra poupar tempo!

Onde está o chamado "período do ouro"que nos prometeram os teóricos tanto do capitalismo quando do socialismo, onde está a "harmonia universal", onde estão os pôneis saltitantes, os ursinhos carinhosos, as chuvas de brigadeiro? Não caiu nenhum brigadeiro do céu quando saí hoje para vir ao escritório. Acredito que também não tenha caído nenhum brigadeiro do céu por aí, não é, mesmo? Pois é.

Dizia o glorioso Marks: "a religião é o ópio do povo". Ahan, claro, claro. E a ilusão que você quis vender como se fosse teoria científica, de que o mundo iria se converter inevitavelmente ao comunismo e blábláblá, era a cura? Ou Adam Schimit e sua "mão invisível" regulando o mercado? De onde ele tirou isso? E depois vem falar de MIM com meu Deus? Parei pra vocês.

Se isso é o melhor que os homens podem fazer uns pelos outros, então cada vez mais prefiro me submeter e ser governado por Deus! Dá muito mais trabalho, mas pelo menos no fim do dia eu sinto que vale a pena, hoje, aqui e agora, ao invés de ficar esperando a "inevitabilidade do socialismo", o "período do ouro" e o   "equilíbrio do mercado".  Sem contar que Deus é um Pai mil vezes melhor que o Estado, isso eu garanto.







quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sofrimento e Justiça: um casamento necessário

E aí, pessoal, beleza? Finalmente, finalmente hoje tem tudo para ser um dia assim mais tranquilão. Fora as fortes emoções da noite, logo mais, quando o Vascão pega o Lanús da Argentina, buscando vaga para quartas de final da Libertadores, tudo indica que será um dia sem maiores surpresas.

Falando em surpresas, a primeira surpresa de hoje é justamente a de que o trânsito, pelo menos desta vez, não amanheceu tão caótico quanto costuma amanhecer. Manaus também não amanheceu tão quente, e hoje deve acabar sendo um dia até agradável para os padrões equatoriais a que se acostumou a sociedade amazonense.

Bom mesmo, essa hora, deve ser morar em Porto Alegre. Por lá está fazendo sol, mas as temperaturas estão ótimas, como quase sempre. Faz tempo que eu não sei o que é poder sair ao sol sem me sentir como um beduíno do deserto, só que sem túnica. Inclusive, sempre fui a favor do uso da túnica ou de guarda-sol por toda a população manauara, apenas, infelizmente, ainda não tive tempo de começar essa campanha. Aliás, nem tempo nem dinheiro, principalmente.

E por falar em falta de tempo, Nossa Senhora! Que loucura que estão os TRE`s ao longo te todo o Brasil, hoje! Como sempre, pessoal deixou pra última hora para regularizar, modificar ou retirar seu título de eleitor. Engraçado como, trabalhando bem pertinho do TRE-AM, pude reparar com um sentimento que ainda estou definindo como a cada dia que se aproximava o fim do prazo, mais a fila aumentava. Como eu já falei inda agora, pessoal deixando pra última hora.

A maioria das pessoas na fila são jovens, o que é lastimável. Se ao menos fosse gente mais adulta, cheia dos compromissos, obrigações e afazeres, inda vá lá. Mas, não, é gente mais nova do que eu, e eu só tenho 20 anos. A displicência e o descaso com prazos e datas importantes é algo que me irrita profundamente. Esse pessoal que está sempre postergando as coisas, deixando pra última hora, invertendo prioridades e trocando os pés pelas mãos. Uma lástima.

O pior é que muitos crescem, tornam-se cidadãos ocupantes de funções importantes na sociedade, e continuam com essa falha terrível de caráter, que é o desrespeito á pontualidade, aos prazos e afins, prejudicando aqueles que dependem deles, a si mesmos e, em última análise, ao seu próprio País.

Penso sinceramente que a fila lá fora, com "quorum" médio de 4 mil pessoas, segundo dados jornalísticos que acabei de recolher, é um merecida lição a essas pessoas. Não me lamento nem me permito doer em momento algum por essas pessoas, exceto pelas que realmente só puderam vir hoje, coitadas. Quanto às demais e a seu espírito displicente, acho muito é merecido e espero que sirva de lição.

Minhas palavras podem parecer duras, severas. Bom, é exatamente essa a intenção. Sempre acreditei piamente na dor e no sofrimento como formas totalmente lícitas de se educar e reformar uma pessoa, desde que haja um sentido na dor ou no sofrimento. Não sou, por exemplo, favorável ao pai que espanca seu filho de maneira totalmente desproporcional aos ilícitos por ele cometidos, nem a favor do responsável que não dá um pingo de afeto para o seu protegido, apenas punição, severidade, frieza ou mesmo desprezo ou desgosto abertos.

Mas não posso deixar de falar com orgulho da forma como fui criado por minha mãe. Quando eu cometia alguma infração maligna, lembro-me que minha mãe sempre me batia usando de proporcionalidade, e até mesmo uma certa elegância típica da minha senhora. Havia inclusive um rito processual na surra.

Primeiramente, minha mãe me levava para a cozinha, onde eu me sentava em um lado da mesa e ela em outro, e então ela me inquiria acerca da minha conduta. Perguntava o que eu havia feito, e, depois que eu respondia, me explicava os porquês de aquilo ser errado. Finalmente, depois de me convencer da antijuridicidade dos meus atos, ia buscar o instrumento de punição-padrão da minha infância: a colher de pau.

A punição era sempre proporcional. Havia condutas punidas com 2 bolos, outras com 4, outras com 6, e assim sucessivamente até o absurdo número de 20 bolos! Doía pra caramba, eu odiava aquela colher de pau com todas as forças do meu ser. Mais de uma vez a escondi em locais de difícil acesso para a minha mente infantil, mas a mamãe sempre achava, isso quando não tinha uma reserva, MAIOR.

Mas jamais dirigi ódio ou rancor contra a minha mãe, nem jamais me achei injustiçado. Mesmo na minha ingenuidade típica dos espíritos em desenvolvimento, eu conseguia enxergar naqueles gestos dela o que hoje me move o espírito de forma constante, como uma chama: JUSTIÇA. E justiça da forma mais simples e eficiente possível.

Não me revoltei, não usei drogas, não fugi de casa (tentei uma vez, confesso, mas fiquei com fome e voltei. Apanhei por isso, lógico), não quis bater na minha mãe nem me envolvi com mulheres vulneráveis para fazê-las sofrer e descontar nelas algum ressentimento oculto. Adoro mamãe, hoje mesmo vou sair para comprar mais um presente de dia das mães pra ela, fora o que comprei ontem.

Meus melhores amigos tiveram uma mãe mais severa do que a minha e hoje são verdadeiros exemplos para mim. Em meu Grupo de Oração, todos temos histórias ótimas de como nossas mães nos ensinaram desde cedo a amá-las e respeitá-las, nem que fosse na base da porrada, e em todos os momentos podemos perceber o ORGULHO estampado na fala de todos os filhos ali presentes.

Claro que eu e meus amigos fomos muito abençoados nesse aspecto. Conheço, também, infelizmente, muitos colegas que não tiveram a mesma sorte, até mesmo dentro da minha própria família. Gente que não conheceu a justiça como eu conheci, mas apenas descargas de raiva e violência desmedida. Lamento sinceramente por elas e não as condeno de modo algum por coisas que elas falam e das quais muitas vezes eu discordo.

Infelizmente, não vivemos em um mundo ponderado. Poucas pessoas, instituições e até países são equilibrados. Por algum motivo, estamos sempre tendentes ao radicalismo, ainda que seja o radicalismo de não ter radicalismo nenhum. Isso tem umas consequências nada agradáveis. Mas ainda bem que existem pessoas ponderadas nesse sentido, e agradeço a Deus pela minha mãe, do jeito dela, ser uma dessas pessoas.

Através dela, pude crescer aprendendo como a dor pode ser não apenas útil, como às vezes até mesmo necessária para o aprendizado e o progresso do ser humano. "Se não vai pelo amor, vai pela dor", costumam dizer os antigos. E, para mi, dizem muito bem.

O grande pulo do gato está em saber ver além da dor, além do sofrimento. Saber fazer da aparente derrota uma alavanca para o sucesso. E aí que está a grande porta divisória da humanidade. Entra aqueles que se deixam vencer, revoltar, derrotar, humilhar pela dor, e aqueles que a superam, bravamente, e marcham, mutilados mas dignos, rumo à vitória final.

Meu Mestre, o Cristo. Vejam como sofreu, e sofreu calado. Poderia ter desistido, poderia ter se revoltado. Poderia ter colocado mil piercings, poderia ter largado toda aquela história de pregar o Reino dos Céus e virar logo Rei, já que mais de uma vez quiseram coroá-lo. Mas não. Ele foi até o fim. Pela sua missão. Por conseguir ver além da cortina de sofrimentos, dor e morte de nosso mundo, cumpriu até o fim o que lhe havia sido ordenado, e hoje somos bilhões e bilhões de seguidores desse Filho de Deus, ao longo da história.

Penso ser um dos piores males do mundo moderno a perda da noção do sofrimento. Hoje ninguém mais quer sofrer. Nem antigamente, mas pelo menos antes havia um sentido, uma filosofia por detrás do sofrimento. Os grandes seres humanos foram moldados no sofrimento. Procure a biografia de qualquer grande home  da história para o lado do bem, e você encontrará uma história repleta de sofrimento. Já falei de Jesus, o Cristo. Pedro, primeiro Para, outro que sofreu para caramba. João Paulo II, penúltimo Papa. Meu Deus, esse sofreu a vida toda!

O Gandhi, o Mandela, a Madre Teresa de Calcutá. Até mesmo personagens fictícios, como o Goku, o Seya...mermão, você para para ver a história dos caras,  é só porrada. Quando o cara pára de apanhar de um lado é porque tem alguém batendo do outro. E hoje você olha pra esses personagens e eles são o que para a humanidade? Faróis, exemplos!

Falta de sofrimento impede o espírito de crescer, impede o desenvolvimento da alteridade. Torna a pessoa superficial, fraca de  vontade e de caráter. Retira das pequenas coisas o seu valor. E mesmo assim o home insiste em fugir de todas as formas possíveis, tapando o sol com a peneira por meio de vícios, fugas, apegos fúteis. E o resultado está aí. Uma sociedade onde cada vez mais está se querendo resolver tudo coo se vivêssemos em um conto de fadas, ao passo que a realidade é cada vez pior.

Temos filhos que não obedecem aos pais, e pais que não sabem como se impor aos filhos. Temos famílias se destruindo, temos as instituições perdendo o crédito. No mundo da economia, temos a Europa e os Eua sofrendo pelas décadas em que esbanjaram, iludindo-se com filosofias de riqueza infinita e crescimento eterno, e que agora pagam a justa conta por terem escolhido por viver uma mentira.

E nós? Que é que vamos viver? Uma realidade dura, porém verdadeira, honrada, como bravos guerreiros lutando nossas guerras todos os dias? Ou será que vamos nos sentar em nossos tronos de demagogia, observando o mundo desfazer-se ao nosso redor só por causa de nossa displicência ou porque "vai doer"?

Hoje, é um fila no TRE. Amanhã, pode ser a fila da sopa, pros que sobreviverem. Já pensou?

Deus abençoe a América, e agora me deem licença que eu vou ver o Vascão. Falei pra caramba de sofrimento aqui, vou lá logo pegar a minha cota de sofrimento, também.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Sobre cheias e vazantes, literais e morais

Saudações, pessoal. Eita, dia cansativo, o de hoje. E desesperador, de certa forma. Com tantas coisas para fazer e os prazos judiciais se esgotando, logo hoje a luz inventa de falta por mais de duas horas e atrapalhar a vida de todo mundo. Graças a Deus os prazos da peça que estou fazendo no momento são para amanhã, se não eu estaria piradão, olha.

É, gente, em Manaus é assim. Mais um dia, mais uma batalha. Ontem foi o trânsito, hoje foi a chuva. Por Deus, como choveu! E o vento, então? Foram registradas 16 quedas de árvores, segundo o Corpo de Bombeiros, sem falar dos destelhamentos e tudo o mais. O Negro, como sempre, subindo, e o Solimões também. E eu, que achava que a coisa estava complicando pros lados da capital, vi umas imagens hoje do interior que me deixaram pra baixo.

Lá no Careiro da Várzea, por exemplo, um cemitério inteiro está debaixo d'água, a corrente levando embora as lápides, que em sua maioria são de madeira, já que o povo é pobre demais pra pagar lápides de pedra. Só algumas cruzes de pedra permanecem acima da linha da água, dando à paisagem um ar de morte sinistro.

Lembro-me especialmente de ter saído do prédio onde trabalho hoje para dar de cara com uma Av. Andre Araújo empossada, com galhos e folhas pelo chão, muitos como se tivessem sido arrancados com mãos humanas, tal eram es estilhaços que se podiam divisar no chão. Uma árvore em particular estava toda estrupiada, a calçada em redor retorcida. Certamente, se não houvesse ali uma calçada para dar suporte extra, aquele árvore teria sido derrubada. O que, numa avenida movimentada, é sempre maravilhosamente catastrófico.

Felizmente, as entidades que cuidam do povo estão se mexendo para tentar ao menos amenizar a situação. A Arquidiocese de Manaus, braço atuante da Igreja Católica, já reúne doações para o interior. As doações podem ser feitas em qualquer PARÓQUIA (vejam, bem, Paróquia, não igrejas e capelas comuns), e podem ser doados óleos, alimentos, roupas, cobertores, essas coisas. Para quem acha que a Igreja não está fazendo nada, uma informação útil. Para quem quer ajudar, uma informação mais útil ainda, já que os beneficiados são potencialmente milhares de pessoas.

O Exército também, finalmente, vai ajudar. 200 homens irão atuar em Manaus, apenas, auxiliando a defesa civil nos bairros afetados, especialmente em obras de contenção. Como é bem sabido, o Exército Brasileiro é especialista em construir, e construir bem, rápido e para durar. E a Marinha lançou hoje um navio com hospital e suprimentos em direção ao interior. Bem melhor, agora. Num país conhecido mundialmente pelo seu pacifismo, fico feliz que as Forças Armadas, das quais sou sincero admirador, possam exercer um serviço tão importante para a população.

Ultimamente, muito tem me incomodado essa situação das enchentes, tanto é que estou falando frequentemente sobre isso. Esse governo, sei não. Como podem demorar tanto para tomar alguma providência? É realmente sensacional! Sabiam que, no Careiro da Várzea, os agricultores analfabetos, iletrados, ignorantes, caboclos burros e desprezíveis (tudo isso na visão do governo, só pode) já em março levaram o gado para terras mais altas, prevendo a cheia anormal, e a Defesa Civil, com seus funcionários diplomados, cultos, pagos com o dinheiro do povo, não conseguem pensam em nada melhor a não ser chupar o dedo enquanto o povo se afoga por causa da incompetência desses comedores de brioche?

Sério, minha decepção com administração pública aumenta em progressão geométrica, todos os dias. Impressionante. Sabe aquela coisa que deixa você sem ação, de tão impressionado? Pois é! O espírito de mediocridade e estagnação dessas repartições me faz sentir uma tristeza enorme. Vida boa, procrastinação, enrolação institucionalizada. Chamem do que quiserem, mas o fato é que na verdade eu queria dispor de palavras bem menos decorosas aqui, mas o respeito ao leitor não me permite fazê-lo.

Não é querendo puxar o saco dos ianques, não, mas ultimamente tenho lido uns textos estadunidenses e tenho podido observar como os americanos encaram o trabalho, e mesmo o funcionarismo público, de uma forma totalmente distinta da nossa. Todos na América são unidos em torno do ideal do trabalho.

Católicos, porque o trabalho é das coisas mais exaltados pela Igreja. Não à toa, temos a famoso estilo de vida do ORA ET LABORA, literalmente ORAÇÃO E TRABALHO. Protestantes, porque desde muito cedo eles levaram esse conceito muito a sério, até, reconheço, mais do que os católicos.

Tanto é que o autor alemão Max Weber, em seu famosíssimo livro A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO, bem elucida porque esse sistema teve tanto sucesso em países como a Inglaterra, a Alemanha e os Estados Unidos, todos países de forte influência protestante, ao passo que nos países católicos o mesmo não é verdade. Querem uma prova do que eu digo? Basta olhar a Zona do Euro. Quem são os chamados PIGS? Ora, nada mais, nada menos que Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, países famosíssimos por seus níveis quase unânimes de catolicismo.

Aliás, isso muito se deve ao fato de nós, católicos, evitarmos misturar as preocupações religiosas com as chamadas preocupações mundanas, e termos uma teologia de desprezo à riqueza que pode ser facilmente observada, por exemplo, nos irmãos franciscanos, com seus três votos: CASTIDADE, POBREZA E OBEDIÊNCIA. Ou seja, estamos diante da renúncia aos prazeres da carne, da renúncia aos prazeres da riqueza e da renúncia aos prazeres de ser dono de si. É o cúmulo do catolicismo.

Os protestantes, por outro lado, sempre encararam o mérito, e especialmente a riqueza, como uma benção de Deus. Sendo extramente superficial, na ética protestante, quanto mais rico se é, mais abençoado se é. E isso, claro, é algo com o qual o capitalismo meritocrático se alinha perfeitamente. Daí que o capitalismo e os países protestantes prosperaram, ao passo que os países católicos em sua maioria ficaram para trás, já que a filosofia de seus povos era incapaz de se adaptar ao novo sistema econômico.

Eu mesmo, como católico, não tenho a pretensão de ficar rico, porque considero a riqueza um vício extremamente perigoso, que, sob a falsa justificativa de tornar a vida mais fácil, na verdade torna o homem auto-suficiente, fazendo com que este, portanto, dê margem ao seu orgulho e se esqueça da superioridade e da necessidade de Deus.

Claro que este não é o único fator, especialmente hoje, onde as pessoas estão tão rapidamente se esquecendo da importância da religião e mesmo se opondo abertamente a ela, especialmente com os movimentos neo-ateístas.

Lembrando que ateu é uma coisa e neo-ateu é outra. Ateu clássico é simplesmente aquele que não acredita e fica ali, na dele, ou milita contra a religião baseado em sistemas substitutos. Por exemplo, a maoria dos Ateus clássicos quer a extinção da Igreja e sua substituição pelo Estado, que passa a ser a solução para todos os problemas. Nem vou dizer que essa é uma ideia furada porque todo mundo já sabe que é, basta ver sobre o que eu comentava no começo desse blog O neo-ateísmo, por outro lado, é um movimento de caráter especialmente belicoso, uma militância anti-religiosa sem objetivo posterior, apenas a simples erradicação da religião.

Enfim, voltando tardiamente ao assunto, muito me revolto com esse governo, tão lento em ajudar aqueles que mais precisam, e com seus funcionários que, instalados confortavelmente em suas salas climatizadas, se esquecem que fora de suas repartições quadradas há um mundo redondo que gira e geme de fome e sede de Justiça todos os dias.

Não estou dizendo para todo mundo de repente se mancar e começar a fazer as coisas direito. Não sou iludido, nem ingênuo quanto a esse ponto. Sei que isso jamais vai acontecer. Sou pessimista por natureza e minhas convicções escatológicas só me dizem que a tendência das coisas é piorar cada vez mais.

Mesmo assim, não custa nada, de vez em quando, alguém olhar além do próprio umbigo e, ainda que de má vontade, fazer o bem. Não para mudar o mundo, nem o país, mas quem sabe a si mesmo e ao próximo. Quem sabe, em meio à sujeira e à perdição, não possamos fazer para nós mesmo nem que seja um cantinho de luz e retidão, um oásis de boas ações nesse deserto moral em que vivemos?

Sei lá, cara. Ou isso ou é melhor morrer de vez, ou assumir logo que a gente não presta. Se render de uma vez aos nossos impulsos mais egoístas e prevaricadores, e rasgar loga nossas vestes e correr pelados por aí, como macacos à procura de um buraco pra enfiar. Com efeito, não estou nem um pouco disposto a fazer isso, mesmo que tenha de passar o resto da minha lutando contra tudo e contra todos, especialmente contra mim mesmo.

Porque no fim, pessoal, não é uma questão de Igreja, de Estado, de católico, protestante, ateu, capitalista, comunista, vascaíno ou atlético de piriúnas. Tudo isso é só introdução, é só capara de algo muito mais profundo e querido por Deus, algo indefinível, capaz tanto de ascender ao mais alto dos céus como de descer ao mais infernal dos abismos. Tudo isso é apenas para chegarmos a mim, chegarmos a você, e a tudo o que isso implica.

Que Deus nos ajude e nos guie. Em verdade, ELE já vem fazendo isso há muito tempo. Quem porém, parou para escutá-lo?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Considerações sobre o trânsito manauara

Segunda feira, cheguei em casa cedo. Não teve a segunda aula, Direito do Trabalho. GRAÇAS A DEUS. Pense num dia maravilhoso que eu estava tendo até esse acontecimento maravilhoso.

O Trânsito por exemplo (maiúsculo, mesmo, pra vocês já irem logo tendo uma noção do poder da criatura). O trânsito essa manhã estava simplesmente divino, especialmente se fizer referência aos deuses que exigiam guerras, sacrifícios humanos e compartilhamento das mulheres com os sacerdotes.

No Centro, Manaus Moderna, São Raimundo, Educandos, Compensa, entre outros, tem certas partes onde você realmente não anda mais, nada ou flutua. Quem é gordinho tem a vantagem de que é só se encher de ar e ficar bubuiando que nem uma bóia de gordura. Quem é magrinho, não tem jeito, ou você nada ou você se afoga, porque a coisa tá tão complicada que até as pinguelinhas que o governo construiu.

Pinguela, pra quem não sabe, é uma ponte pequena, minúscula, "fuleira". Pinguelinha, por extensão, é a versão ainda mais fuleira da pinguela, ou seja, exatamente a ponte padrão do nosso governo. Quando você vir uma tábua da largura de um banco de praça com um corrimãozinho que faz "nhec nhec" quando você se apóia nele, meus parabéns, você está pisando em mais uma obra da Prefeitura de Manaus. Da última vez que eu chequei eram mais de cinco mil dessas pontes, que, nas palavras do Secretário de Defesa Civil, "transformaram Manaus em uma Veneza". Chique, não?

O Rio Negro esse ano, por falar nisso, está realmente com tudo. Minha nossa, haja água! O que mais se fala, inclusive entre os profissionais, até mesmo o engenheiro Waldemiro Péres, que é o encarregado de medir diariamente o nível do sexto maior rio do mundo, é que 2009 (maior cheia já registrada) vai parecer, sei lá, uma poça de xixi diante desse 2012 que estamos vivendo.

E não é só o Negro que preocupa. Ontem, domingo, o Igarapé do Mindu também transbordou em diversos pontos. Especialmente no Parque 10, que é logo ali, menina, foi uma loucura. Ainda bem que era domingo e a final do Carioca é Botafogo x Fluminense (ou seja, não muda nada), se fosse hoje, isso, sei não, a coisa ia esquentar. Ou melhor dizendo, aproveitando a oportunidade: molhar. Ok, não teve a menor graça, eu sei, mas sabes como é.

Ainda nessa questão das águas, se a cheia for assim tão grande quanto se está esperando, o excesso de água no leito do Igarapé do Mindu vai, inclusive, impedir as pessoas de irem ao Parque dos Bilhares e ao Milleniun Shopping, já que o estacionamento vai ficar parecido com uma cena do Titanic. Isso sem falar da possibilidade desastrosa da Djalma alagar naquele trecho pouco essencial...

E por falar em trecho essencial, hoje o trânsito continuou, esse lindo bem-humorado, pregando peças na gente. Manifestação das pessoas prejudicas pela enchente interditou a Constantino Nery hoje. Teve tudo que você pode querer numa boa manifestação. Queima deobjetos, gritaria, confusão com as autoridades, e o resultado disso tudo foi em engarrafamento que ia até a Torquato.

Não por isso, você pode me dizer. Vamos pela Recife. Sim, seria ótimo, não fosse um ARTICULADO ter achado por bem sofrer uma pane mecânica exatamente na entrada do Viaduto Ayrton Senna, na hora em que todo mundo, incluindo eu mesmo, estava indo trabalhar. Eu e minha irmã ainda rimos, observando o motorista sentado na calçada, indiferente ao mar de motoristas, lendo o seu jornalzinho ali, de boa, enquanto o resto do mundo ao redor dele explodia em buzinas e palavras "doces e gentis".

Infelizmente, apesar de sermos uma cidade enorme, continuamos organizados como uma cidade pequena. Todos os grandes centros da cidade, comercial, histórico e industrial, etão concentrados as zonas central e sul da cidade. E o que isso significa? Que todos os dias praticamente todo mundo sai de todos as zonas residencias dessa cidade e vai pras mesmas direções, exatamente como em uma cidade pequena.

Não há nenhum tipo de desconcentração, podem ver. Tudo que é mais importante e movimentado nessa cidade fica muito perto. O Parque 10, os principais fóruns, a UFAM, o Centro e o Distrito, tudo está nas zonas que eu falei acima. Quer dizer, é realmente para você reunir todos os nossos governantes dessas últimas décadas e dar uma verdadeira festa pra eles, homenageando-os pelo seu espírito de planejamento, pelo seu visionarismo e pela sua visão sistemática das coisas.

Temos a Cidade Nova, que como o próprio nome já diz, é uma cidade à parte dentro de Manaus, sendo simplesmente O MAIOR CONJUNTO HABITACIONAL DO BRASIL, e eu mesmo já pude comprovar essa informação através do meu "olhômetro do Google Earth. Agora pensem vocês que o maior conjunto habitacional desse país lindo desloca diariamente sua força de trabalho para apenas duas zonas da cidade. Insano, não é? 

Até mesmo o ônibus que eu pego de manhã para ir ao escritório, é um exemplo do que eu estou falando. Normalmente ele dá logo a volta na Torquato, sem entrar na cidade nova, e vem vazio até a minha parada. Ás vezes, porém, a empresa dele manda o motorista dar uma passada na Cidade Nova, e quando isso acontece...bom...nem queira saber, especialmente se você for um rico burguês. Essa é uma sensação que você jamais entenderá, está além de sua compreensão.

Enfim, temos muitos outros problemas nessa cidade, mas o trânsito é com certeza o maior de todos, porque todos o sentem, menos, estranhamente, os governantes, o que eu nem estranho. Quando se anda apenas de avião e helicóptero, todo trânsito deve parecer uma beleza. Além disso, ajuda a entender porque os políticos tratam as cidades como maquetes para sua diversão. Lá de cima, tudo pequenininho, quadradinho, longe...deve parecer uma brincadeira mesmo. Enquanto isso, aqui embaixo, no mundo dos mortais, a coisa está cada dia mais séria.

Que DEUS nos abençoe e nos faça reconciliar-mos uns com os outros, pois ele é DEUS da Paz e quer que todos se deem bem. O que, nesse trânsito exemplar da nossa cidade, não é nada fácil.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Um francês que merece o meu respeito

Cada vez mais vou percebendo que escolhi a nação errada para implicar. Quanto mais vou mergulhando nos estudos da história, da fé e do Direito, mais vou percebendo como o ocidente deve muitos dos seus maiores pensadores à Gloriosa Nação Francesa, motivo pelo qual vou ficando cada vez mais desanimado para tirar onda com eles.

É, na verdade, uma grande dificuldade proceder a essa atitude. Os caras tem os melhores restaurantes do mundo (segundo eles mesmos, mas isso é outra história), uma bandeira super estilosa e maravilhosos monumentos construídos com o ouro que saiu das Minas Gerais para pagar as dívidas de Portugal, a metrópole mais endividada de que jamais se teve notícia.

Possuem, ainda, uma série enorme de outras coisas mais, coisas pelas quais sou verdadeiramente apaixonado. Possuem Carlos Magno e Rolando Orlando, possuem alguns Papas em sua história, inclusive a sede da Igreja Católica Apostólica Romana foi, durante alguns pontificados, não em Roma, mas na França! Na época da Peste Negra, por exemplo, o Para não morava em Roma, mas em uma cidade francesa da qual não me recordo, sobrevivendo à peste enquanto o mundo ao seu redor morria sem explicação aparente.

Talvez por isso, mesmo, por serem uma nação tão repleta de histórias, de virtudes e feitos gloriosos para contar, não sendo o menor deles a construção de Notre Dame, a grande catedral da França (Notre Dame, para quem não sabe, quer dizer, literalmente,. " Nossa Senhora"), insuperável em tamanho, porém em beleza talvez ofuscada por Chartres, a mais bonita catedral do mundo, segundo os próprios franceses, é lógico, que os mesmos acabem sendo tão metidos, de vez em quando, narizes empinados e enormes.

O próprio Luis Fernando Veríssimo, autor fantástico, comentou, certa vez, em um de seus contos, como perdeu muitos amigos materialistas ateus para o cristianismo quando esses mesmos amigos foram visitar a lendária Catedral, a qual, segundo o autor de Porto Alegre, tem o condão de converter instantaneamente qualquer ateu minimamente dotado de algum grau de misticismo. Talvez por isso mesmo, ele jamais tenha se atrevido a passar por lá. Ateu há muitos anos, deve estar velho demais para encarar o perigo da mudança. Mas isso são apenas especulações, e não gosto de especular. Voltemos, pois, ao texto corrido.

Hoje, quero me render diante de vocês diante de mais um francês fenomenal, que há muito é alvo de meu afeto como ser humano, porém sobre o qual apenas recentemente me dispus a estudar um pouco mais. Em meio a avalanche de conteúdo em que estou absorto (teologia da libertação, demonologia, macumba, socialismo aplicado ao cristianismo e outros temas sobre os quais a Igreja recomenda firmemente que se reze fervorosamente antes de ler sobre), muito me alegrou poder saber um pouco mais da vida desse homem.

Trata-se do pediatra Jérôme Lejeune, um dos maiores geneticistas da história e um grande exemplo de catolicismo, assim como o sempre admirável Charles Monstesquieu. Esse cara é simplesmente um dos maiores geneticistas de todos os tempos. Ele simplesmente descobriu o cromossomo da Síndrome de Down, o que por si só já bastaria para torná-lo um entre os grandes da história.

Entretanto, como todo grande ser humano, não se contentou com isso e sequer o estou homenageando. Ao contrário, seu brilhantismo como cientista foi, a meu ver, superado por seu brilhantismo maior ainda como católico e como ser humano. Pediatra,como já disse, passou a vida inteira cuidando de crianças, particularmente das pobres que não tinham dinheiro para bancar o orgulho inchado dos médicos franceses (imagine só. Se o médico normal já é, GERALMENTE, metido e esnobe, imagine só o médico FRÂNCES. Meu Deus! Eu, pelo menos, nem quero imaginar! Sai pra lá, coisa ruim!).

Além disso, foram seus discursos e opiniões que motivaram de forma toda especial, além da bíblia, é claro, os movimentos católicos anti-aborto, especialmente os mais recentes. Claro que todo cristão minimamente comprometido com o Evangelho é contra o aborto, é condição si ne qua non para o exercício do cristianismo, sendo que o aborto é causa excomunhão na Igreja Católica, como todos bem devem saber.

Trago algumas das valiosas reflexões desse homem, que tanto inspira aos católicos, inclusive ao meu pároco, que não cansa de citá-lo em seus sermões:

" Penso pessoalmente que diante de um feto que corre risco, não há outra solução se não deixá-lo correr esse risco. Porque, se se mata, transforma-se o risco de 50% em 100%, e não se poderá salvar em caso nenhum. Um feto é um paciente, e a medicina é feita para curar...Toda a discussão técnica, moral ou jurídica, é supérflua: é preciso simplesmente escolher entre a medicina que cura e a medicina que mata."

Diz ainda o sábio médico, esse, sim, discípulo de Cristo, o Médico dos médicos:

 " Um único critério mede a qualidade de uma civilização: o respeito que ela prodiga aos mais fracos dos seus membros. Uma sociedade que se esquece disso está ameaçada de destruição. A civilização consiste, muito exatamente, em fornecer aos homens o que a natureza não lhes deu. Quando uma sociedade vira as costas aos deserdados, ela vira as costas à civilização."

O Doutor  Jérôme Lejeune será, em breve, beatificado pelo Vaticano. Seu nome passará a fazer parte da gloriosa tradição da Igreja, por excelência a família de Cristo, onde todos, independente de origem, condição, força, altura e o escambau, tem o seu lugar garantido.

Em meio a um mundo destroçado pelo relativismo, pela seleção racial, pelo pensamento evolucionista levado ao extremo e pelo avanço do eugenismo na Europa, que bom saber que, não muito tempo atrás, um homem que é sem dúvida um dos maiores de nossa espécie em todos os tempos teve a coragem de defender tudo aquilo pelo qual vale a pena lutar, a saber, o maior bem que um home  possui, que é a sua própria vida.

Fico, portanto, muito feliz em poder fazer essa modesta homenagem a um homem que merece nossos respeito e admiração. Se não por concordarmos com ele, ao menos por admirarmos sua convicção.

Que Deus nos mande mais médicos, advogados, engenheiros, pedreiros, marceneiros, motoristas, marinheiros...como ele. Estamos precisando desesperadamente. Pois como o próprio Mestre disse uma vez:

"Enviai, Senhor, operários para a messe. Pois a messe é grande e poucos são os operários." (Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus, Capítulo 9, versículo 38)

A (estúpida) guerra dos sexos - Parte 2 - o véu, as rendinhas e o explorador

Voltando a discorrer sobre a guerra dos sexos depois de um tempo longe do assunto. Na verdade, tenho que esclarecer que geralmente volto-me para determinado tema apenas quando sou provocado a isso. Bom, provocações não faltaram. Nesses últimos dias, chama atenção o número de conversas e situações pelas quais venho passando no que se refere ao tema, por sinal muito interessante, assim o de temperamento, mas este pela porta da frente e aquele por um buraco na cerca do quintal (se a minha casa tivesse cerca, graças a Deus tem quintal e muro, pelo menos por enquanto).

O homem, esse lindo, só quer um pé pra brigar com alguém. Geralmente, esse pé é a diferença. Tudo o que me é diferente causa estranheza, isso é natural num primeiro momento, podendo facilmente ser superado com boa vontade. Tanto é que eu, sendo católico, vascaíno, monarquista e fã incondicional do Batman (esse novo dos filmes e dos quadrinhos, não aquele gay que aparecia nos filmes...), consigo levar relacionamentos perfeitamente saudáveis, produtivos e divertidos com flamenguistas, evangélicos, ateus, e esse pessoal dum extremo mau gosto que insiste em querer discutir comigo que Liga da Justiça e os Vingadores são melhores que o Batman, o que é, logicamente, um absurdo.

Primeiro que eu falo do Batman, o pessoal vem logo citando GRUPOS de heróis, o que por si só já basta para confirmar a supremacia do morcego. Quando um grupo inteiro tem que ser invocado para fazer frente a um único herói, bom...acho que não preciso dizer mais nada, né? Por isso, conformem-se, senhores. Sem mais.

Sim, conversava dia desses com um amigo meu, que me confidenciou que sente falta de uma coisa que eu infelizmente não cheguei a ver, embora ainda sonhe com isso: as mulheres usando véu. Antes de eu ser FULMINADO por vossas senhorias, esclareço desde já que irei explicar os argumentos do meu amigo e o motivo por que concordo com eles.

Primeiramente, quero esclarecer o que é que é FULMINAR (percebam que eu até estou colocando em caixa-alta as palavras correlatas). Fulminar, nobres patrícios, é o ato de ferir, golpear algo ou alguém, usando um raio. Essa palavra tem origem grega, e se refere ao ato divino pelo qual "Zeus, o grandão" (Phil, o Centauro, em "Hércules", aquele da Disney), lançava raios em seus inimigos. Não sei se podemos dizer que Thor também fulmina, embora seja uma discussão interessante.

De minha parte, penso que não, já que ele precisa valer-se de seu martelo (por sinal o martelo de Thor, pra quem não sabe, tem uma suástica encravada nele na Mitologia Nórdica, mas é claro que ninguém é doido de colocar uma suástica no martelo de um herói dos quadrinhos americanos), ao passo que Zeus pega o raio com as próprias mãos, que ele é muito macho.

Eu ia dizendo que antes de vocês me fulminarem, exterminarem, apedrejarem, ou outro verbo que signifique morte dolorosa, cruel e desonrosa, eu ia explicar os argumentos do meu amigo. Antes de mais nada, quero esclarecer que ambos, eu e meu amigo, somos dois suspeitos, porque somos românticos. Se algum duvidar que sou romântico, leia  o post que publiquei antes desde. Desde já agradecido.

Mas sim, ele me dizia que viu um desses filmes com o Di Caprio (meninas, controlem-se), onde ele ia lá pro Oriente Médio e conhecia uma moça muçulmana. Ela usava véu, burca, panos em volta do pescoço, tudo preto e o resto vocês já formaram a imagem na cabeça, né? Ótimo, muito bem, vocês são demais, adoro vocês. 

Ele me falava, maravilhado, da luta que foi para o Di Caprio PEGAR NA MÃO DESSA MULHER, que era muito linda (muito embora ele só visse os olhos e o nariz dela), e a coisa era de uma tal forma que ele teve que pedir permissão pra fazer isso, e ela só concedeu depois que ele foi na casa dela, conheceu sua família e o pai deu o seu consentimento, e mesmo assim eles só podiam namorar no sofá, sob a supervisão de algum outro membro da família, geralmente armado (o que aliás eu aprovo veementemente), e quando saíam era apenas para lugares públicos altamente frequentados e essas coisas mais. Uma beleza, né?

Continuando a exposição de argumentos do meu amigo, ele me disse que viu na rede Globo uma entrevista muito interessante de uma mulher muçulmana, e eu também lembro de ter visto essa matéria, sobre essa questão da burca e tudo o mais. Uma repórter lá chegou, toda senhora de si, perguntando pra mulher se ela se incomodava de ter que esconder o seu corpo, de ter que usar aquele véu, e parará, parará, e se ela não se sentia oprimida com aquilo, qual não foi sua surpresa quando a mulher lhe respondeu: NÃO. A repórter quase cai pra trás. Como assim, não? Ao que a muçulmana respondeu: PORQUE EU NÃO QUERO QUE OS OUTROS HOMENS ME VEJAM. SÓ QUEM EU QUERO QUE ME VEJA É O MEU MARIDO.

Vejam que a mulher respondeu! Em nenhum momento ela fala que está sendo oprimida, reprimida ou o escambau! Ela está fazendo aquilo porque quer! Ela está se guardando para o seu homem, que também se guardou para ela. Está sendo fiel, devotada, submissa e amável de um jeito que poucas mulheres ocidentais jamais serão! Digam para mim, honestamente, como é possível não admirar e simpatizar com essa mulher pela sua escolha!

Lógico, não estou dizendo que agora as mulheres são obrigadas a serem assim, mas as que escolhem esse caminho, na minha opinião, devem ser totalmente louvadas e exaltadas por isso! Suas escolhas de castidade, pureza, discrição e modéstia são como faróis de luz num mundo onde mulheres bem-vestida são aquelas paniquetes siliconadas!

No ocidente, já tivemos nossa época de véus, roupas compridas e tudo o mais. Tudo para manter as coisas em um nível mininamente aceitável. Hoje elas são mais raras, mas lembro que quando era pequeno, via muitas senhoras na missa usando o cabelo preso e um véu preto. Como criança, não era capaz de entender aquilo, mas hoje eu vejo o que ocorre. Cristo, como o cabelo de uma mulher distrai o homem, e como distrai a mulher, também! Fica a missa toda a mulher mexendo no seu cabelo, ajeitando, puxando, escovando, lambendo, sei lá, e o homem olhando aquilo tudo, quase pra ficar louco.

Eu tiro por mim mesmo. Cara, eu sou doido por cabelo de mulher. Sou fissurado, obcecado. Fico doido quando passa aquela cabeleira comprida, lisa, cheirosa. Humanamente, dá vontade de pegar aqueles cabelos e...enfim. Outro amigo meu, nossa! A obsessão dele é tal que ele fica mastigando os cabelos da namorada. Pega uns fios ali, como quem não quer nada, coloca na boca e fica ali, curtindo as madeixas da fêmea dele. Quer dizer, haja tentação, haja tentação. Vou ficar só nos cabelos porque rosto pra baixo tenho certeza que todos já são bem entendidos no assunto. Isso inclui os pés.

E as pernas, então? Aquelas mulheres que andam por aí exibindo aqueles pernões por aí. Eita, boi! Como é que a gente pode se concentrar com aquelas duas colunas do Partenon na nossa frente? Humanamente impossível! Sem brincadeira! Algumas mulheres, ofendidas (e oferecidas na maioria das vezes) irão constestar: "ai, mas home é tudo tarado, blábláblá". 

Meu bem, é o seguinte. Quando você tiver 12 INJEÇÕES DE TESTOSTERONA POR DIA NA SUA CORRENTE SANGÚINEA (pra quem não sabe, testosterona o hormônio masculino por excelência, conhecido por aumentar o desejo sexual e a agressividade, sendo produzido nos testículos), aí a gente conversa. Uma mulher, a não ser que seja ninfomaníaca, é incapaz de imaginar como é difícil para o home se controlar. Quando ele quer se controlar é claro, mas aí já é outra história.

Poxa, teve tempo nessa história da humanidade que mulher usava vestidão, anáguas e outras coisas. Não estou dizendo que devia ser assim de novo, mesmo porque era um sofrimento pra mulher ter que se vestir assim, mas caramba, um pouco de auto-respeito ia cair muito bem! Muito bem, mesmo!

Inclusive, caras piriguetes e outras mulheres que adora se mostrar e depois ficar reclamando, no dia em que eu perder as estribeiras e finalmente estuprar uma de vocês, sabiam que o comportamento de vocês vai servir para que eu tenha a pena diminuída? O Juiz, na hora de fixar a pena, leva em consideração o comportamento da vítima, amores. Se eu demonstrar que você, toda exibida, praticamente se dando de graça por aí, toda à mostra, com suas atitudes contribuiu para que eu perdesse as estribeiras, eu fico menos tempo na cadeia! E pode apostar que, em saindo de lá e esperando os cinco anos da reincidência, vou atrás de você de novo de lhe pegou outra vez, só de pirraça!

Caramba, cara, que saco, isso? Onde estão aquelas mulheres que se dão o valor, que valem a pena a gente fazer serenata, escrever poesia, comprar ou colher flores? Graças a Deus elas existem, muitas namoram caras super decentes, amigos meus, poderia citar vários casais que eu considero pra caramba. Mas pô, não consigo parar de pensar nessas idiotas, porque uma pessoa dessas é um idiota. Como é que você quer um cara que te entenda, te respeite, dialogue contigo e não pense só naquilo, se o teu único argumento numa conversa com ele são os teus peitos? Ah, vá se danar!

Tenho uma amiga minha, coisa linda, se um dia ainda me caso com ela, que, nossa, ela tem o hábito DIVINO de cobrir os ombros com aquelas rendinhas, sabe Deus o que é aquilo. Enfim, mulheres, vocês sabem, já tá bom, né? Gente, pode parecer besteira, mas como a mulher se valoriza fazendo isso! É uma coisa impressionante. Os ombros das outras mulheres, nus, ali, de graça, perdem toda a graça. Mas os ombros dessa mulher que eu estou falando, o fato de eles serem cobertos só faz deles ainda mais atraentes!

O que vocês mulheres, precisam entender, é que o homem gosta do mistério. Gosta de ir ganhando terreno aos poucos. Num mundo onde não há mais terras para explorar, mares para navegar e guerras honradas para lutar, o corpo da mulher se tornou a única coisa onde o homem ainda pode exercer a sua vocação para para a exploração, o desbravamento e a conquista. Se a mulher já chega logo mostrando tudo, que graça tem? Lógico, tem muita, mas vocês entenderam o que eu quis dizer.

Nunca parei para pensar em ombros antes, até conhecer essa mulher. Deus! Como assim, ombros? Também não sei. mas de alguma forma o fato de estarem ali, secretos, protegidos, guardados  só me faz desejá-los ainda mais. Entenderam como é a lógica? Com efeito, as raridades, os tesouros, estão escondidos, a espera de alguém que os encontre. Tudo o que fica muito à mostra perde o seu caráter de coisa especial. Especialmente a mulher.

Antes que pensem que eu sou um machista, quero logo prevenir-vos de que não sou. Acredito piamente no trabalho de equipe e na cooperação entre os sexos, e se passei tanto tempo discorrendo um simples e saudoso véu de uma mulher, é porque igualmente, de minha parte, exijo muito dos homens em suas relações com o sexo oposto e pretendo falar muito sobre isso, ainda. Apenas não falarei disso agora, pois o tempo é curto. Basicamente é isso. Ou eu para de escrever agora ou não termino meus deveres profissionais e aí já viu, né?

Deus, que fez o homem e a mulher, nos ilumine e faça com que paremos de mesquinharias uns com os outros. Amém.