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terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Ti meu Deus, novamente


Escrevi ao som de outra música. Porém, ao reler o texto, penso que da forma como ficou ficará melhor com o vídeo que colocarei a seguir. Se, porém, alguém tiver a curiosidade de saber qual era o vídeo que originalmente colocaria, basta perguntar-me. A paz de Deus esteja com vocês. E que o Papa viva tanto ou mais que Pedro. Amém.




“A terra aprisiona-nos com suas perseguições, mas o céu permanece aberto.” Com essa frase que me caiu tão bem hoje eu gostaria de começar a escrever mais um post para os meus amados leitores. E falo amados do fundo do coração, pois em sua maioria os conheço e amo.

Mais um dia de vida, mais um dia atrás da coroa de glória, da coroa imperecível que Deus irá, tomara, me dar naquele glorioso dia em que me assentar junto a seus santos e seus justos na pátria celeste.

O tempo passou, e hoje vejo que não sou mais uma criança. Minhas preocupações mudaram tanto, meu espírito se transformou de tantas formas. Será que eu, tão novinho, poderia imaginar que iria me tornar o que hoje sou? Poderia eu, quando ainda dava sorrisos inocentes e despreocupados, prever que feições iriam habitar minha face agora? Seria tudo isso um fútil exercício de divagação ou há algum sentido nisso tudo? São perguntas realmente divertidas de se fazer.

Velas acesas, tantas delas...mas não velas de aniversário, nem velas porque a luz foi embora. Velas acesas em honra de Deus, velas acesas pelas almas do purgatório. Velas para significar a presença de Jesus Cristo no Sacrário, velas pra invocar o Espírito Santo nas solenidades. Velas para iluminar os passos na escuridão dos caminhos tortuosos.

Tantas coisas lindas, sacras, sagradas. Sou rodeado de uma beleza que nem suspeitava existir. As próprias pessoas são o adorno que dá graça e paz aos ambientes. Almas sublimes, puras, castas. Seus olhos brilham refletindo a visão beatífica do Criador. Quanta paz, quanta luz!!

No céu, Deus, artista bem-humorado, faz das Suas. Brinca com o firmamento, reordenando a harmonia e o equilíbrio dos corpos. Com as nuvens da terra, faz arranjos de graça e delicadeza. Com as nebulosas do céu, colossos, colunas de Seu imenso poder e glória. A criação inteira se curva diante de Sua sabedoria e de Seus encantos.

Sim, pois Ele é encantador! O mais belo de todos, nossa imagem sem mácula, nosso modelo, nosso plano-piloto! E a mais bela, Maria, nossa mãe, envolta em seus tecidos belíssimos tecidos pelos anjos. Elevada, graciosa, mulher modesta, bastião da humildade e da ternura. A espada que lhe transpassou o coração lhe moldou o miocárdio para que batesse eternamente por amor a Deus e ao seu Cristo.

Sim, pois noutros tempos talvez eu falasse do Vasco, ou da política, ou da filosofia moderna. Mas tudo isso soa tão sem graça, tão sem sentido, diante do Amor de Deus, diante das maravilhas de Sua bondade, dos prodígios de Seus braços! Cada sorriso cristão que vejo nessa terra me apaixona por todos, me enche de gratidão, me emociona sincera e profundamente, ao ponto de me deixar sem ação. Quando vejo o que Deus fez aos meus irmãos na fé, como lhes ergueu mais alto do que jamais poderiam sonhar, então como posso não me derramar diante de Seu poder, que Ele poderia usar para escravizar o homem, mas usa, ao contrário, para libertá-lo?

Como não me prostrar de amor diante Daquele que faz meu espírito se expandir tanto que sinto como se pudesse abarcar todos os homens? Que me infla o coração de uma tal maneira que posso amar alguém que olho pela primeira vez? Não é de mim, certamente, que vem tais coisas, pois sou homem dos mais miseráveis de todos, ao ponto de me assustar com minha pequenez e minha habilidade para o pecado.

Mas Deus sempre, sempre, sempre, tem me buscado, quando Dele quero me afastar. Como um amigo que oferece o ombro para o choro, como um pai que aconselha sabiamente um filho, Ele sempre vem ao meu encontro quando menos Lhe espero. Quando mais quero fugir, quanto mais corro Dele, então vem ainda mais rápido ao meu encontro pata ter comigo.

E vejo hoje, no dia em que eu e os outros católicos celebramos Santo Agostinho, as palavras do mesmo homem que poderia em outros casos ter seguido caminho tão diverso: “Tarde Te amei. Tarde Te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!” E vejo como também tarde O amei. Pois quisera eu ter O amado, para amá-lo desde o meu nascimento! Quisera eu desde o ventre de minha mãe tê-Lo adorado!

Quisera eu, na solidão da infância, ter passado as tardes conversando com Ele, rindo e me divertindo com Sua sempre renovada companhia! Quisera eu poder contar com Seus conselhos lá atrás, quando cometi tantos erros por me guiar por mim mesmo. Quisera eu ter sentido menos dor e mais amor.

Demorei demais para entender isto. Entender, como diziam os antigos em latim, que DOMINE, NO SUM DIGNUS, UT INTRES SUB TECTUM MEUM; SED TANTUM DIC VERBO, ET SANABITUR ANIMA MEA (Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e a minha alma será salva).

Uma palavra, uma única palavra. Só isto é necessário. Um segundo, um momento, uma visão. Não um discurso, não um filme, não uma conversa. Uma palavra de Deus...e está feito. Uma palavra de Deus...e estou salvo.

Um único segundo...e tudo mudou para sempre.



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Ti, meu DEUS

recomendo seja este post lido ao som dessa música. Ela foi o som que embalou cada palavra abaixo posta.



A militância para Deus tem um preço tal alto, mais alto que os tetos das enormes catedrais que os homens ergueram em SUA honra. Os gritos de agonia são o lado oposto dos cantos gregorianos, dos hinos deliciosos que almas piedosas cantam ao Todo e ao Tudo, ao Princípio e ao Fim de todas as coisas.

Servir a Deus é isso: caminhar nessa linha tão tênue, essa prancha precária que balança a cada passo dado. Parece que a qualquer momento cairemos na escuridão sem fim, parece que seremos engolidos pelos abismos e pelo inevitável ocaso de todas as coisas. Como os nórdicos acreditavam em um fim do mundo tão cruel que até os deuses morreriam congelados, também às vezes tudo em nós e na Igreja parece congelado, sem vida e estático.

Quantas vezes não saímos do sacrifício e da sublimidade suprema de uma Santa Missa com a sensação de ter saído de um lugar comum? Quantas vezes o vazio e o pecado contumaz não fizeram morada em nossa vida? As risadas de nossos semelhantes pareciam todas sem sentido, coisas de outros mundos, de outras vidas que não a nossa.

O joelho no chão, o corpo inteiro no chão. Como o sacerdote que se prostra para receber a mais excelente das bênçãos que a Santa Madre Igreja pode oferecer, nós nos prostramos de vez em quando, sobrecarregados com o peso enorme desta vida, de ser peregrino e odiado nesse mundo que não é o nosso. Que missão tão grande, tão penosa, tão imensa, essa de ser um embaixador do céu que ainda não vimos, em meio a um mundo de maldades e malícia que vemos todos os dias!

Os aviões voam, nos levam para um céu de mentira, um céu postiço, apenas para nos fazer sentir o gostinho da amplitude infinita e então nos trazer de volta para a terra. Barro, areia, poeira, nossa matéria, nossos blocos de construção! Como é miserável o homem, miserável em suas cadeias de carbono, em seus restos mortais das estrelas que já não mais existem para que delas possamos fazer parte novamente.

E mesmo sendo tão miseráveis, tão efêmeros, fúteis, um espasmo microscópico na magnitude perturbadora do universo, mesmo sendo tão pequenos que podemos sumir a qualquer momento sem que ninguém lamente, perceba. O Sol não vai brilhar menos por causa da minha morte. Talvez, ao contrário, brilhe até mais. Quem sabe se por causa da superpopulação já não vão estar jogando os mortos para serem devorados pelo Sol, quando não houver mais espaço para cemitérios nem crematórios? Nem espaço e nem vontade, pois em uma sociedade onde não existe cristianismo para mandar conservar os corpos para o dia do juízo final, quem precisa de cemitérios?

Como eu ia dizendo, mesmo sendo tão efêmeros, não é incrível como podemos sentir tantas coisas, em tanta intensidade? Nossa vida é um turbilhão de emoções, uma praia onde batem ondas de todos os tipos, deixando todo tipo de marca na areia facilmente modelável da nossa existência. Num dia estamos tão bem, no outro tão mal, no outro bem de novo, e quem precisa de uma montanha russa quando estamos assim, nesse estado? Como é fantástico que sejamos tão pequenos, mas façamos tanto barulho. Estamos para o universo como as torcidas organizadas estão para um imenso estádio. Às vezes não são mais que poucas centenas em partidas onde o time é visitante, mas fazem tanto barulho, não raro mais barulho que as outras 120, 180 mil pessoas que torcem para o time da casa.

Somos esses visitantes no universo. Estamos aqui só de passagem. Nossa casa não é essa, mas nem por isso não nos sentimos à vontade. Fazemos barulho, gritamos, e até mesmo coordenamos e harmonizamos nossos gritos. Gritamos para dentro de nós mesmos, gritamos uns para os outros, gritamos para o Deus invisível, porém sensível. Gritamos em busca de um eco, de uma resposta.

Se eu vier a me casar um dia, será quando encontrar isso em outra pessoa: um recipiente onde possa ecoar o meu grito. Onde eu possa reverberar, onde eu possa ser como os cantos gregorianos que batem nas paredes seculares dos templos cristãos e inundam o espírito terreno com a ânsia do céu que se mostra debaixo das cortinas cinzas e sujas de nossa pobre percepção.

Ao homem, que passa a vida inteira buscando algo que nem sabe o que é, o casamento promete ser esse encontro, esse encerramento da jornada. Esse encontrar-se no outro, descobrir-se tão belo na beleza de outro ser, tão completo na completude que forma com outro ser, tão vivo na vida que vive com outro ser. A promessa do amor que dura a vida inteira, do companheirismo que permanece nas almas dos amantes mesmo quando o corpo fraco já se vai desfazendo nas areias do tempo.

Promessas, promessas, promessas, mas quem poderá cumpri-las? Quem poderá dar ao homem a satisfação que ele busca todos os dias? Quem poderá saciar seus desejos, quem poderá afastar suas angústias? Como, como espantar, matar, exterminar a solidão que vem como uma fera faminta devorar o coração humano na noite escura?

Quem é o soldado fiel que vai estar do meu lado na batalha? De quem é o escudo que irá me proteger dos dardos do maligno? Quem empunha a espada que irá matar o inimigo sorrateiro que me ataca pelas costas enquanto combato três de uma só vez à minha frente? Se até Gandalf em toda a sua dignidade e autonomia foi socorrido por um simplório hobbit, quanto mais eu, pobre guerreiro sem armas, não precisarei da blindagem impenetrável do amor!

Heroísmo, disciplina, renúncia. Morte gloriosa, honrada e memorável, nada disso vale um dente podre da boca de um mendigo moribundo se não for motivado pela energia inacabável do amor. O amor é o fogo que me levanta todas as manhãs. Pelo Amor de Deus eu me ergo das trevas da minha condição para ser algo melhor e mais decente, para ser caridoso ao invés de ser carente, para servir a verdade, não ser aquele que mente.

Pelo amor de Deus...pelo amor do Amor...porque Deus é Amor...em sua mais pura e casta forma, em sua perfeição e plenitude. Em seu ardor mais brilhante, que consome o espírito sem queimar. Em seu ardor mais intenso, e no entanto sem ardência. A chama tão poderosa e tão perfeita que superou todos os limites da matéria e da quantidade. A luz é apenas a sombra de sua glória, apenas a antecâmara de seus vastos salões. Suas colunas sustentam o universo, e todas as coisas gravitam para Ele. O Amor está no centro, ordena tudo, conserva tudo.

O Amor nos salvará a todos. Se nos deixarmos ser salvos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A tradição, a revolução e os romaninhos - parte 2

Dando continuidade ao enorme esforço de intelectualidade que venho empreendendo esses dias, não que seja grande em si, mas se torna grande tendo em vista dois fatores: o seu fim, que é o de argumentar a favor da Santa Igreja, e o seu meio, no caso, eu, que estou doente, e vocês sabem que a doença é para a mente uma coisa horrível!

Para  quem não leu o post anterior e não quer perder a discussão, segue link abaixo;


Pois bem, dando prosseguimento. Eu dizia, basicamente, sobre como me incomoda essa atitude tão horrível de muitas pessoas de dar as costas a tudo o que é tradicional, e abraçar sem pensar duas vezes tudo o que é revolucionário, pelo simples fato de ser revolucionário. E critiquei especialmente a forma como isso vem ocorrendo na Igreja Católica, justamente uma instituição que se preza, entre outras coisas, pela sua imensa tradição bimilenar.

já ouvi todo tipo de raciocínio e filosofia sobre isso, sobre essa fuga da tradição, essa fuga de qualquer coisa sedimentada. Uma que eu gosto muito, que inclusive é de um grande filósofo cujo nome agora não me recordo, lá pela década de 1990, ainda. Falando em uma das comissões do Senado, ele falava sobre como a mídia exerce um papel fundamental como manipuladora das massas, especialmente na sociedade de consumo em que vivemos.

Dizia ele que é óbvio que não é conveniente para os poderosos, especialmente para as grandes companhias e para os poderes políticos, que as pessoas tenham valores e tradições sedimentadas. É fundamental, no mundo em que vivemos, que as pessoas não tenham tempo de se acostumar com nada, não tenham tempo de se apegar a nada. Assim, podem ser mais facilmente manipuladas pelos políticos e pelos empresários, tornando-se o que cientistas políticos e economistas chamam de "massa de manobra".

Isto é extremamente simples, na verdade, e exatamente por ser tão simples é tão assustador. As pessoas são, deliberadamente, deixadas a deriva em um mar de ideologias, pensamentos, produtos, para que possam ser deslocadas ao bel-prazer dos poderes deste mundo, de forma que sejam atingidos os objetivos dos poderosos, e as pessoas jamais saiam desse marasmo.

Da mesma forma que essas casas pré-fabricadas podem ser montadas e desmontadas em um único dia, justamente por não terem nenhum tipo de sedimentação, nenhum alicerce firme (o que absolutamente não é a situação de minha residência, a qual, agora que está pronta, não tem jeito, pra tirar daqui, só derrubando), da mesma forma que a gente quando criança, e mesmo adulto, pega aquelas pecinhas de Lego e faz o que quer com elas, assim fazem com as pessoas, e isso me deixa triste pra caramba.

Antes que eu me esqueça, outro aspecto: as pessoas modernas são, supostamente, inteligentes, então deveriam perceber que estão sendo usadas e fazer algo contra isso. Isso, no entanto, é um problema que os grandes líderes, especialmente os ditadores logo depois de assumirem o poder, mas também os modernos populistas, sempre souberam contornar. A solução aqui também é simples demais, basta ter poder para fazer acontecer.

Vou ilustrar com um exemplo medieval, conforme fez Maquiavel muito antes de mim. Falemos do rei Felipe, o Grande (engraçado como tantos monarcas gostam de ser chamados assim), rei da Espanha mais ou menos pela época em que o autor de "O príncipe", dentre outros livros muito bons, ganhava a vida ensinando aos governantes a arte de se manter no poder.

Ensina-nos Maquiavel que Felipe, embora sendo um rei que tomasse medidas extremamente controversas e fosse homem de súbitas guinadas políticas (uma hora estava a favor do Para, outra hora contra, só pra dar um exemplo que eu tenho conhecimento) jamais teve problemas de popularidade nem teve de enfrentar nenhuma revolta, levante ou qualquer outra coisa do tipo, e por um motivo muito simples: Felipe sabia manter o povo impressionado.

Estava sempre promovendo guerras contra algum povo, estava sempre promovendo obras grandiosas, usando o dinheiro das pilhagens para construir enormes prédios públicos e catedrais (que na época também eram prédios públicos, haja vista que Igreja e Estado eram unidos), sem contar sua movimentando vida pessoal, um verdadeiro prato cheio para as fofocas tanto na corte quanto nas praças dos plebeus.

Quer dizer, todos estavam, segundo nos conta Maquiavel, simplesmente tão vislumbrados com todas as maravilhas que o rei fazia que simplesmente não havia tempo para pensar no que ele estava fazendo, se era certo ou se era errado, se valia ou não valia a pena. O governo era um verdadeiro espetáculo, a tal ponto que, quando os opositores do rei se organizavam para criticar os pontos negativos de um de seus atos, ninguém mais queria saber, pois que o rei já estava no meio era de outro empreendimento, e aí é aquele velho jorgão jornalístico, "notícia velha não é notícia", o povo quer saber é das novidades.

Tenho ainda muitos outros exemplos de coisas para dar, e muitas coisas para dizer. mas agora fiquei sem tempo, senhores. No próximo post, continuarei. Abraço a todos, que Deus abençoe!


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A tradição, a revolução e os romaninhos - parte 2

Olá caros leitores. Seguinte, esses dias eu tenho estado doente, e quando a gente fica doente, sabe como é, a cabeça da gente não funciona muito bem, daí ter demorado um pouco para escrever algumas coisa. É, eu vivo dizendo que vou escrever todo dia e então aparece alguma coisa e perturba esse propósito, mas enfim, vamos deixar de enrolação e fazer o que temos de fazer, não é mesmo?

Engraçado como toda vez que você quer ser tradicional, você acaba incomodando muita gente. Antigamente, o problema era você ser um revolucionário, um subversivo. Hoje em dia é exatamente o oposto. Ruim agora é ser conservador, é ser tradicional. Qualquer posição mais firme de sua parte e pronto, você agora é O REACIONÁRIO, O ESTÁTICO, O PARADÃO, e por aí vai. 

Isso para não falar das frases feitas que já estão na boca do pessoal, especialmente essa que eu particularmente acho ridícula: PRA FRENTE É QUE SE ANDA. Beleza, concordo com você, mas vamos com calma até mesmo nisso.

Lembro que, isso deve ter 2 anos, ou 3, agora não me recordo, estava da faculdade, tendo aula de Direito Constitucional. Beleza, conversa vai, conversa vem, a professora estava falando algo sobre a evolução da norma no decorrer do tempo (por sinal um tema até interessante), e ela falou algo mais ou menos assim: o homem, no começo, andava com quatro patas, agora, porém, nos somos bípedes. Ao que eu pedi a palavra e disse: "é, professora, e se continuar como está, daqui a pouco a gente não anda mais."

O que eu quero dizer com isso é que a evolução é uma coisa boa? Se por pra melhor, sim. A mudança é uma coisa boa? Se for pra melhor, sim. O que não pode é essa verdadeira, sei lá, coceira das pessoas por mudança, por revolução. Hoje a moda é o vermelho, amanhã já é o azul, quem comprou sua blusa vermelha a prazo ainda vai estar pagando ela e a moda já não vai ser mais nem o azul, vai ser o roxo!

Quer dizer, a luta agora é para ser a pessoa mais descolada, a pessoa mais original, a pessoa mais diferente, a pessoa que surge com algo que ninguém tinha inventado...Como se cada um de nós já não fosse único, especial e incomparável apenas por existir, e acabou-se! Não, isso não é suficiente, mais.

Olha, nada contra a inovação, nada contra a novidade. É ótimo a gente experimentar coisas novas, é ótimo a gente mudar, mas vamos com calma nisso daí! Caramba, o que eu sou contra é esse desequilíbrio de tudo em que o mundo entrou! Tudo nessa droga é oito ou oitenta, ninguém mas tem ponderação, temperança!

Ninguém parece que pensa antes de fazer as coisas. É tudo impulsivo, tudo coração. Nada contra o coração, viva o coração, TUM-TUM, TUM-TUM, mas a grande verdade é que a gente não é só coração, e pronto! A gente também é cabeça, também é pensamento, reflexão, estratégia, planejamento!

Me aborrece muito, muito mesmo, essas pessoas que se deixam levar por um momento, por uma sensação, por um oba-oba, e depois estão aí, chorando, se arrependendo, quebrando a cara. "Ai, por que é que eu fui fazer aquilo?" Porque não parou para pensar antes, sua anta!

Mesma coisa eu vejo na Igreja Católica. Cheio de gente querendo ser inovadora, querendo virar a Cátedra de Pedro de ponta-cabeça. Quando o próprio João Paulo II, que tanta gente cita pra soltar aquele maldita frase do PRA FRENTE É QUE SE ANDA que eu disse acima, falava assim, ó: "A Igreja precisa de santos, não de revolucionários."

Quer dizer, até mesmo dentro da Igreja Católica, a mais antiga e tradicional instituição do Ocidente, esses rebeldinhos sem causa estão pondo as manguinhas de fora e agindo como se a Igreja fosse um grande kit de química para crianças!

Pois vou dizer só algumas coisas nesse sentido, porque realmente me torno muito passional quando falo desse assunto e corro o risco de perder minha elegância. Olha só, você, seu católico relativista rebelde, você acha mesmo que é mais competente, visionário e correto do que uma fé de 2.000 anos? Você acha mesmo que essas coisinhas que você fica aí pensando enquanto lê O CAPITAL já não foram debatidas e resolvidas pelos Concílios ,séculos antes de você ser sequer um espermatozóidezinho insignificante na bolsa escrotal de sua unidade progenitora masculina?

"Ah, mas as normas da Igreja tão velhas, tão ultrapassadas, hoje em dia o mundo mudou..."  ô, infeliz, e quem foi que te disse que a Igreja se baseia pelo que o mundo pensa?  A Igreja se baseia pelo que DEUS pensa, tudo o que a gente tem como norma e princípio a gente retira das Sagradas Escrituras, ou você acha que as normas da Igreja surgiram dela mesma? Pois deixa eu te contar uma coisa, nem a Igreja surgiu dela mesma, foi Jesus Cristo quem fundou! E aí depois vem um bostinha, que não sabe nada de história antiga, não sabe nada da bíblia, não sabe nada da Tradição e do Magistério Católicos e me vem com o argumento FURADO de que Jesus não criou nenhuma religião...

Agora, esse pessoal, eu não sei o que eles acham, sinceramente. Será que eles pensam que se reúnem todos os cardeais, o Papa, os bispos, presbíteros, diáconos, enfim, o clero, e acham que eles chama pra lá cientistas de várias áreas para dar palestras e pareceres, á toa? Será que pensam que os legisladores eclesiásticos decidem tudo por sorteio? Imagina a cena que deve ter na cabeça dessas pessoas. O papa chegando no Concílio e dizendo: "e aí pessoal, pode ou não pode abortar?" E os cardeais dizendo:"rapaz, bora tirar no PAR OU ÍMPAR, aqui!" Sei lá ,cara, que droga!

Enfim, eu disse que não ia me alongar para não ficar muito passional, e eu fiquei muito passional, então é melhor parar por aqui. Mas pretendo escrever mais sobre o tema esses dias. Com mais calma, mais equilíbrio. Afinal não adiante eu falar de equilíbrio e não exercer né? Mas deu pra introduzir bem o tema.






segunda-feira, 20 de agosto de 2012

amar a Deus, amar a Igreja: em resumo, amar o MELHOR

Amar é simplesmente amar, embora o amor, de fato, possa ser direcionado para várias pessoas, objetos, entidades. Neste post, por exemplo, eu direciono o meu amor à Igreja Católica. Amo a Igreja desde que me entendo por gente, desde que era apenas uma criança na missa e não entendia nada. Hoje continuo sem entender plenamente muitas coisas, e continuo amando da mesma forma como amava quando era uma criança.

Lembro que quando era criança, inventei de ficar alguns finais de semana sem ir à missa. Fiquei em casa vendo televisão, jogando videogame, essas coisas. Depois de uns três sábados (na minha comunidade a missa é as 19:30 de sábado, pela falta de padres na paróquia, mas em termos de hora litúrgica já é domingo, só pra constar) estava me sentindo tão vazio e sem graça que fui à missa domingo e desde então acho que nunca mais fiquei uma semana sem ir à missa. No máximo umas duas vezes, por absoluta impossibilidade, e uma vez esse ano que eu realmente esqueci, mas fora isso, de jeito nenhum.

Hoje eu posso dizer para vocês que eu cheguei num estágio da fé onde eu não falto a missa nem pra ir à praia nem pra ir atrás de mulher, apenas para dar esses dois exemplos. Não que eu não goste de praia, e não que eu não goste de mulher, muito pelo contrário. Mas, na hora da missa, quero saber de outra coisa, não.

A Igreja, posso dizer assim, já me pescou. Fui fisgado pelas redes de São Pedro, o "pescador de homens", como lhe chama o próprio Cristo. E hoje sou mais um membro nessa enorme barca, navegando pelos mares do tempo e do espaço rumo à eternidade.

Vejo a Igreja verdadeiramente desta forma. Como essa barca enorme, navegando num mar revolto, que é o mundo, estendendo suas redes e suas cordas para salvar e pescar os homens que se afogam . Vejo o Papa no timão, vejo os bispos, presbíteros e diáconos como uma valente tripulação, executando seus trabalhos, mantendo o grande navio em funcionamento. A Igreja é ao mesmo tempo barco, porto e farol para a humanidade.

Digo sem medo de estar equivocado que aprendi muito mais nas horas que fiquei ajoelhado diante de Jesus Eucarístico do que aprendi em todos os meus anos de estudo, seja na escola seja na faculdade. O mundo me dá técnicas, me dá meios, me dá meios, concordo e aceito isso. Mas apenas a Igreja me dá o fim, me dá a meta. Apenas a Igreja ordena minha técnica, ordena os meus meios na direção de um fim maior, nosso Senhor Jesus Cristo.

Como não amar a instituição que me abriu os olhos para o Senhor? Impossível amar a Deus sem amar a Sua Igreja! Impossível me reportar ao Senhor sem passar pelo crivo da autoridade e da santidade da instituição que Ele mesmo deixou para nós, para que dela desfrutássemos e nos deleitássemos com sua sabedoria e amabilidade!

A Igreja não é nosso dever. A Igreja é nosso direito! Servir a Deus na Sua Igreja não é um fardo, mas um privilégio! Não é um trabalho, mas um verdadeiro descanso! Um descanso do mundo, um descanso das coisas que passam, e uma oportunidade de começar a experimentar já aqui na terra as coisas que não passam!

Mulher é bom? Demais da conta! Família é bom? Demais da conta! O mundo é cheio de coisas boas, e graças a Deus que é! Mas nenhuma coisa, nada é tão bom quanto ELE! Neste mundo nós experimentamos o BOM. Mas Deus é mais do que bom, Deus é MELHOR! Ele não é apenas bom, Ele é O BOM. Por definição. Em plenitude. Sem comparação. Como eu havia dito antes...O MELHOR.

Engraçado como, depois de um tempo, a gente vai começando a ver as coisas em perspectiva. Hoje, na minha vida, tudo que eu vivencio eu comparo com a sensação de estar com DEUS. E é engraçado como, conforme a gente vai mergulhando nessa vivência, vai percebendo como tantas vezes a gente se agarra em umas coisas que a gente pensa que é a melhor coisa do mundo, e depois percebe que não tá nem perto de ser tão bom quanto é sentir o Amor de Deus.

Claro, se você nunca teve um encontro pessoal com Deus, não vai entender nada do que eu estou falando, e achar que eu sou doido, que eu preciso me tratar, entre outras coisas que, em respeito a mim mesmo, eu não vou enumerar. E você não está errado, é bom que se diga. Para quem olha de fora, reconheço que parece loucura. A pessoa olha a gente falando e pensa "que absurdo!", como alguém pode achar que ir pra Igreja, que rezar, essas coisas, pode ser melhor que uma boa noite na balada, melhor que orgasmos múltiplos, melhor que sei lá, cada um sabe o que valoriza aí.

E no entanto, o que a gente vê todo dia são pessoas que tiveram esse encontro com Deus, tiveram essa experiência maravilhosa, e estão aí, deixando as festas, deixando os orgasmos (não que eles não existam no cristianismo, que é isso, também não vamos avacalhar), deixando o álcool (não que beber seja ilícito, também é bom que se diga), deixando tantas coisas para se juntarem à tripulação da Barca de Pedro.

E aí a gente se pergunta: "Por que?" O que leva uma pessoa a largar literalmente TUDO e só querer saber de Deus, só querer saber da Igreja? Hoje, 20 de agosto, é dia de São Bernardo. Só para dar um exemplo de vida, ele era filho de nobres franceses. Morava num baita dum castelo, vivia no luxo. Certamente poderia ter a mulher que quisesse, já que era rico. E um belo dia ele disse pra si mesmo: "quer saber? Eu vou é ser MONGE!" E simplesmente largou tudo e se mandou para o mosteiro.

Os irmãos, vendo o exemplo de Bernardo, largaram tudo também e se tocaram pro mosteiro junto com ele. Até um que era casado, deu um jeito lá de ir pro mosteiro, e até a mulher dele depois se tornou monja (em outro mosteiro, de mulheres, é claro). Eu sei que depois de um tempo era tanta gente indo para esse mosteiro que eles tiveram de construir outro, porque o primeiro ficou lotado.

Como você explica isso? Esse êxodo de pessoas para a Casa do Senhor? Seria loucura, seria falta do que fazer? Eu posso lhe garantir que pelo menos no meu caso, não, e nem no dos cristãos DE VERDADE que eu conheço. E nem no caso do pessoal desse vídeo aqui, ó:



Aí eu pergunto a você: será mesmo razoável taxar todas essas pessoas, incluindo o homem que escreve esse texto que você está lendo, de loucos? Seríamos mesmo todos nós malucos, ignorantes, ou outro termo que você queira usar? Ou será que nós apenas encontramos algo que nos fez tão bem que nós quisemos, de livre e espontânea vontade, seguir e servir?

Meu objetivo com esse post não é converter ninguém. Escrevo em primeiro lugar para os católicos, em segundo lugar para os cristãos em geral. Lê quem quer e fica a dica. Se o cristianismo continua, é porque tem alguma coisa nele que atrai. Se a religião de uma forma geral continua, é porque tem alguma coisa nela que atrai. Que ninguém seria besta se se vincular a algo que não gosta.

Vai de cada um, agora, ver se vale a pena ou não dar uma chance a isso.








sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Matrimônio e ordem: os serviços a DEUS

Saudações cordiais, meu caros leitores fiéis. Estive novamente afastado da escrita por um tempo, cuidando de assuntos urgentes em minha mente, os quais me concentravam e envolveram de tal forma que simplesmente me foi impossível escrever nestes últimos dias.

Porém, em respeito a vocês, fiéis, dedicados e amados leitores, saio do meu comodismo produtivo e lhes presenteio (para o bem ou para o mal) com mais um pouco do que tenho a oferecer em termos de escrita.

Hoje, lendo o Evangelho diário (Mateus 12), que fala tanto sobre a indissolubilidade do casamento quanto sobre a vocação para a solidão, "por causa do Reino dos Céus", não pude deixar de me felicitar sobre como a Igreja Católica é maravilhosa nesse sentido. Em todos os outros também, mas me debruçarei apenas sobre este, hoje.

É verdadeiramente reconfortante fazer parte de uma religião que em sua sabedoria dá ao gênero humano vários caminhos para servir e adorar ao Senhor, conforme as inclinações e tendências de cada um, de acordo com o chamado recebido por DEUS.

Temos duas vertentes vocacionais principais, que são o Matrimônio e a Ordem, os dois sacramentos vocacionais da Igreja Católica. Com exceção do diácono, esse engraçadinho que tem o "melhor dos dois mundos", por assim dizer, o católico deve optar entre o matrimônio (vejam bem, é matrimônio, não casamento civil), indissolúvel, e o sacerdócio, indelével.

Em sendo o matrimônio indissolúvel, isto quer dizer que apenas a morte de um dos cônjuges ou de ambos ao mesmo tempo extingue o casamento. Não existe separação no casamento religioso católico, apenas nulidade de casamento, o que é totalmente diverso. Quando algo é nulo, quer dizer que é inválido desde a sua origem, portanto é como se jamais tivesse acontecido para o Direito, e com o Direito Canônico, o Direito da Igreja, não é diferente.

Convém esclarecer, porém, que, embora não haja alteração do estado vocacional perante a Igreja, a separação física, ou "separação de corpos", como chama o direito civil, é possível. A igreja católica, ao contrário do que seus difamadores espalham, não obriga a mulher ou o marido a dividirem o lar com um cônjuge instável, violento, dominador.

Tanto é assim que, aquele que comprovar, diante de um Tribunal Eclesiástico, essa condição em seu matrimônio consegue o direito canônico de, permanecendo ligado ao outro pelo sacramento indissolúvel do matrimônio, separar-se dele fisicamente, por motivos de segurança e preservação da própria vida, primeiro e mais precioso bem que Deus concede ao ser humano, sendo, logicamente, mais importante de ser preservado do que a união física dos esposos.

Contudo, mesmo que o casamento seja um mar de rosas e dure a vida inteira, como já disse antes, ele se extingue com a morte. É indissolúvel, porém finito. Dura apenas nesta vida, e no céu, como dizem as próprias Escrituras, não somos casados nem compromissados com ninguém, mas unidos todos perfeitamente a Deus.

Com o sacerdócio é totalmente diferente. Ensina a Sã Doutrina da Igreja Católica que o sacerdócio é uma unção, uma missão e um estado de espírito indelével. Ou seja, é um selo, uma marca espiritual que, uma vez aposta, permanece PARA SEMPRE. Isto quer dizer que, por exemplo, um padre aqui na terra, mesmo após sua morte, continua sendo padre, seja no céu, seja no purgatório, seja nos infernos.

Pelo matrimônio, o home se torna um só com a mulher, e a mulher se torna um só com o homem. Pela Ordem, homem ou mulher se tornam um só com seu DEUS, com seu criador, que lhes preenche totalmente, já não sendo necessária a companhia de um cônjuge, pois o espaço que seria reservado a uma esposa ou esposo, Deus o toma para si.

No Sagrado Matrimônio, um ser humano se une ao outro para ser inteiramente dedicado a ele e à família que ambos criarão juntos. A família do casado é sua vocação. Na Ordem, o ser humano se abstém de constituir para si uma família se sangue, para fazer de seus parentes todos os cristãos, fazendo-se servo, conselheiro e guia de todas as famílias que professam a fé católica em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vejam vocês que eu estou apenas colocando situações lado a lado, sem dizer que uma delas é melhor do que a outra. Ambas são apenas formas diferentes de concretizar o mesmo fim que deve ser comum a todos os cristãos católicos. O seguimento e o serviço a Cristo. Não existe uma forma que seja objetivamente melhor.

No entanto, em termos subjetivos, existe, sim, uma forma mais adequada a cada um de nós. Basta ler o Evangelho de hoje, que já citei lá em cima (Mateus 12), onde Jesus expressa de forma bem clara que há pessoas que nasceram para o casamento e há pessoas que nasceram para a solidão, por causa do Reino dos Céus.

Infelizmente, convivendo em um mundo que vê a solidão como algo necessariamente ruim e que faz do "ter alguém" um verdadeiro status social, e inclusive o exemplo do Facebook é perfeito para ilustrar essa situação, muitas pessoas que nasceram para a vocação da solidão, que nasceram para servir a Deus com um coração indiviso, não conseguem se encontrar em sua vocação, e acabam tendo vidas matrimoniais frustradas e infelizes.

Também pela perversão do amor matrimonial, onde o foco deixou de ser a doação total ao outro e passou a ser a satisfação de si mesmo, vemos muita infelicidade, muita coisa errada. Separações acontecendo aos montes, e eu que sou do mundo jurídico sou testemunha de como as varas de família estão sempre lotadas desses casos. Claro que há outros fatores, mas quero me focar nesses por agora.

O que e quero dizer com tudo isso é que todos nós, eu, você, leitor ou leitora, precisamos parar de nos guiar pelo o que a sociedade quer impor para nós, pelos sonhos que as pessoas nos empurram goela abaixo. Da mesma forma como eu vejo muita gente na faculdade de Direito que queria estar fazendo outra coisa, mas por causa de imposição externa acabou indo parar lá, e agora está no caminho de se tornar um profissional medíocre, quando não corrupto, vejo muitas pessoas buscando sonhos que na verdade não são seus, que na verdade não as tornar pessoas realizadas, felizes.

O mundo quer nos padronizar a todos, quer fazer com que pensemos que só há uma forma de se alcançar a felicidade, que a felicidade é ser casado, ter um carrão, um casarão, poder e fama. Mas e aí? Quem foi que disse que isso realmente é a felicidade, que isso realmente é a melhor coisa do mundo? Tem gente que acha que é, e é direito delas pensar assim, mas e se eu quiser pensar diferente? E se eu OUSAR pensar diferente?

Eu acho, honestamente, muito engraçado como o mesmo mundo que prega que somos livres para fazermos o que quisermos uma hora, em outro momento nos afunila em busca das mesmas coisas, como se todos fôssemos iguais, e todos vocês sabem que não somos! Mas, em nome de um sistema ideológico que quer nos fazer todos bonequinhos de cordas, muitas vezes acabamos desistindo de nós mesmos, nos torturando, fazendo mal a nós mesmos, e para quê?

Logo, meu sincero conselho para cada um de nós hoje é que possamos ter a coragem de nos desligar do mundo, nos desligar de tudo o que falaram de nós, nos desligar de tudo o que é opinião parcial, e partirmos em busca da VERDADE. Da verdade sobre nós mesmos, da verdade sobre o que somos, e do que nascemo para ser. Quem sabe o quanto poderemos nos surpreender com as respostas que iremos encontrar?

Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor do Pai e a Comunhão do Espírito Santo estejam sempre convosco! Bendito Seja Deus, que nos reuniu no Amor de Cristo!





sexta-feira, 10 de agosto de 2012

seguindo a CRISTO, e não às suas imitações

Evangelho (João 12,24-26)

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.
25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.

***

Uma das várias formas que tem o homem de agradar ao seu Deus é guardando fielmente a fé Nele, não apenas a respeito de sua existência, mas também a respeito de sua manifestação e doutrina. Uma das maiores demonstrações de amor à Deus que o homem pode lhe render é o respeito aos Seus mandamentos e às autoridades por Ele nomeadas para a governança civil e espiritual das almas enquanto peregrinas neste mundo.

Nesse sentido, as heresias são erros terríveis, pois pervertem o seguimento a Deus, confundindo os claros mandamentos do Senhor por meio de raciocínios obscuros, motivados pelo orgulho humano, pela vontade de inventar, de ser original, e pela ausência de obediência e submissão aos ditames do Senhor, pois que o herege nada mais busca do que adaptar a Lei de Deus aos seus próprios caprichos e inclinações.

Pela falta de tranquilidade, temperança e parcimônia, o herege tira conclusões precipitadas e incompletas da Lex divina, que são reflexos de seu espírito desequilibrado. O herege imprime na interpretação dos mandamentos perfeitos de Deus exatamente aquela imperfeição que o levou a duvidar do real sentido das palavras sagradas.

E assim, pervertendo os pensamentos divinos ao misturá-los com seus pensamentos humanos, cria para si e para seus seguidores uma lei imperfeita, meramente humana, que conduz todos os que a ela se submetem ao erro e à infelicidade.

Hoje, assistimos a um verdadeiro show, a uma verdadeira amostra de doutrinas diferentes dentro do cristianismo. Cada heresia procura ser mais atraente e mais espetacular do que a outra, de forma a poder atrair para si o maior número de adeptos. A Lei do Senhor, a Ordem e o Amor que se sacrifica pelo outro dão lugar a pensamentos de prosperidade, de resolução instantânea de problemas, de ausência de sofrimento, de lutas entre classes.

Jesus deixa de ter apenas um rosto, e passa ter várias faces, vários lados. Em vez de um único Jesus, nós agora somos confrontados diante de vários Jesus, por assim dizer, várias caricaturas, várias interpretações e versões, várias imitações do Cristo verdadeiro, que não passam de imagens deturpadas, manipuladas do que realmente é o nosso Messias.

E assim o verdadeiro Jesus, o verdadeiro Salvador dos Homens, fica como que em suspensão no pensamentos dos homens. Torna-se não um fim, mas um instrumento dos homens para a realização de seus próprios artifícios, apenas um meio de os homens levarem adiante suas maquinações.

Querem fazer de Jesus algo moderno, algo maleável. Quem mostrar Jesus de óculos escuros, querem mostrar Jesus usando All-Star. Querem um Jesus "garotão", um Jesus "cool", querem um Jesus sem horários, sem compromisso, um Jesus festeiro, baladeiro, um Jesus que passa mão na cabeça e é só paz e amor. Resumindo, querem não o que Jesus é de verdade, mas o que querem que Jesus seja. Eis aí a heresia.

Ninguém quer o Jesus que dá trabalho. O Jesus exigente, o Jesus severo, o Jesus que olha para mim e me exorta a ser alguém melhor. A ser mais amoroso, paciente, virtuoso, santo e casto. Esse Jesus que incomoda, que faz propostas de mudança. Esse Jesus que alerta sobre o inferno e os horrores indizíveis que lá esperam.

Ninguém quer o Jesus cruz, ninguém quer o Jesus morte, morrer para o pecado e renascer para Cristo, ninguém quer o Jesus do martírio, o Jesus da oração, o Jesus de dobrar os joelhos, de praticar o jejum e abstinência, da caridade, da doação, da entrega. Ninguém quer o Jesus da provação, do sacrifício e da penitência.

Ninguém quer Jesus crucificado. Todos querem estar perto de Jesus na hora do milagre, na hora do poder, na hora da graça. Na horas da desgraça, porém, somem todos, fogem, dispersam, vão embora. Jesus glorioso é seguido por uma multidão Jesus agonizando na cruz não tinha ninguém com ele a não ser poucos parentes e amigos, e dois ladrões, um dos quais o insultava.

Do mesmo modo, a multidão que se aproximava do Jesus sofredor em sua agonia também o fazia para xingá-lo, para fazer pouco dele, para escarnecer de seu suplício. Assim também os hereges modernos escarnecem do Jesus que sofre, esquecendo-se do que realmente quer dizer o seguimento a Jesus, esquecendo-se que sem ser provado no fogo não há como alcançar a coroa imperecível de que fala São Paulo.

Quereis identificar facilmente uma heresia? Nada mais fácil! Basta encontrardes uma doutrina que queira fazer do cristianismo um caminho fácil, um caminho conveniente, um caminho tranquilo, um caminho sem cruz.

São João da Cruz bem dizia que " se alguém quiser fazer do caminho de Cristo um caminho fácil, não lhe dê ouvidos. Da mesma forma, C. S. Lewis, apologético protestante (pra não dizer que eu só cito fontes católicas), dizia: " se você procura uma religião que lhe seja conveniente, eu definitivamente não lhe aconselharia o cristianismo."

Finalmente, o próprio Cristo nos afirma de maneira inequívoca: "SE ALGUÉM QUISER VIR APÓS MIM, NEGUE-SE A SI MESMO, TOME A SUA CRUZ E ME SIGA" (Evangelho de Jesus Cristo narrado por São Marcos, Capítulo 8, versículo 34).

Assim, irmãos, meu desejo para vocês todos é esse: não se deixem seduzir por esse cristianismo de consumo que está aí fora, não se deixem levar por essas falsas doutrinas, falácias frutos da preguiça e do comodismo humano! Não deixem que homens medrosos lhes ordenem quem escondam seus crucifixos onde vocês orgulhosamente exibem a Cristo, crucificado para a salvação e redenção dos homens!

Não se permitam jamais pensar que foi com milagres, curas e prodígios que o Senhor salvou a humanidade! Sim, porque também os Apóstolos fizeram milagres, e hoje muitos religiosos e santos fazem milagres, e no entanto nenhum deles nos salva. O que nos salva, isso, sim, é o sacrifício de Cristo, é a imolação do Cordeiro! É o sacrifício supremo, o derramamento inocente do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

Porque enquanto nas outras religiões os deuses aparecem como cruéis senhores, ávidos de sacrifício e sangue de qualquer outro ser que não eles mesmos, na nossa religião o sangue que Deus oferece por nós é o dele mesmo. Nas outras religiões, nós temos que oferecer sacrifícios, mas no cristianismo é Cristo quem se oferece em sacrifício por nós!

Enquanto nas outras religiões o homem não vale a pena, no cristianismo ele vale a galinha inteira! Vale a ponto de o próprio Deus se importar conosco, de contar conosco, de ficar conosco! E isto não se pode perder, isto não se pode esconder!

Que hoje você possa dar o seu mais sincero e profundo "não" a esses cristos paraguaios que inventaram por aí, e abraçar o verdadeiro, o único, o original, Nosso Senhor Jesus Cristo, não o deus da purpurina que faz desta vida um mar de rosas, mas do Deus que nos chama a sacrificar esta vida em prol daquela que realmente vale a pena: A VIDA ETERNA.


Paz e bem! Graças e louvores sejam dadas a cada momento: AO SANTÍSSIMO E DIGNÍSSIMO SACRAMENTO! Abençoado seja o Santo Padre, o Papa, todo o clero e a humanidade inteira, amém! Nossa Senhora, sacrário de Jesus, rogai por nós!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Olhando para o Céu

Hoje, dia 08/08/2012, aniversário do meu sobrinho lindo e maravilhoso. DEUS sabe como eu amo aquele menino, e portanto começo esse post de cara com uma homenagem ao menininho maravilhoso, meu grande orgulho , meu campeão. Enquanto me pergunto o que irei comprar parar o rapaz, vou para o post em si.

Reconheço que tenho esse costume, que os mais frequentadores mais assíduos do blog já perceberam. Eu me desloco muito entre os temas. Começo falando de uma coisa, depois vou para outra, e outra, e aí volto. Tem gente que gosta, tem gente que não gosta. Eu mesmo, não gosto muito, mas não tenho como evitar. Escrevo o que vem do coração, e vocês sabem como é o coração do homem, sempre tão volúvel.

A despeito desse detalhe, fico feliz de saber que mesmo com todos esses problemas estilísticos deste que vos escreve, o número de adeptos disso aqui está crescendo. Esses últimos dias gente tem chegado para mim e me falado sobre o blog, e dito que eu escrevo bem e tudo o mais. Fico sinceramente muito feliz, é uma sensação maravilhosa a gente sentir que não está  escrevendo para as paredes, como eu conversava outro dia com uma amiga minha, também escritora.

E o pior de tudo é que nesse momento eu nem gostaria de estar escrevendo, queria era estar em casa, DORMINDO. Ontem um amigão meu me arrastou ao cinema tarde da noite para ver BATMAN de novo. Em outra oportunidade falarei mais sobre isso, o que eu quero frisar agora é que foi a terceira noite seguida em que dormi pouco, e já estou nas últimas, doido para sair daqui do escritório e ir pra casa dormir até... (Caro chefe. Na remota possibilidade de o senhor ler isso, quero deixar bem claro que minha produtividade continua intacta. Amo meu trabalho e tudo o que diz respeito a ele. Sorriso amarelo. Abraço)

E por falar em casa, que aqui tem o sentido de lar, a volta para o lar é sempre uma coisa maravilhosa, para aqueles que tem a graça de ter um lugar para chamar de lar. Quem é que não gosta de voltar para casa, por mais que às vezes a casa da gente não seja lá essas coisas? Quem é que não se alegra de no fim do dia poder voltar para um lugar familiar, quem não se alegra de à noite poder se jogar em um colchão e deixar o sono vir, gostoso?

De fato, ter um lar é uma coisa muito boa, pela qual todos os possuidores de um devem constantemente sentirem-se gratos. Afinal, muitos são aqueles que simplesmente não tem para onde voltar ao final do dia, ficam vagando sem rumo por aí, qualquer lugar serve, porque nenhum lugar serve. Meio complicada essa expressão, não, é? Mas tenho certeza de que vocês me entenderam, são pessoas inteligentes. Sem ironias. Sério.

De vez em quando eu fico olhando essas imagens das galáxias, das estrelas e tudo o mais, e fico pensando no lugar que a Terra ocupa na Criação. Uma coisinha tão pequena, mas perfeita. O lar da raça humana, aconchegante, acolhedor, com vista para várias constelações lindas. Na cidade é complicado, mas no interior a gente olha pro céu à noite e entende o que é isso.

Antigamente, esse negócio de morar perto do mar ou no topo da montanha, isso não fazia a menor diferença. Era só anoitecer que qualquer um podia ter uma vista maravilhosa, a vista do que realmente importa, que é o céu, seja esse céu passageiro ou seja aquele céu eterno. Depois que o homem estragou o céu é que a terra passou a ser tão importante, mas onde as poluição ainda não chegou o céu continua sendo um ótimo motivo para você se sentar na varanda pela parte da noite e ficar ali, todo contemplativo.

Se você pegar a relação que o homem medieval tinha com o céu, nossa! É uma relação profunda, uma relação quase como a que temos com um ser humano amigo de muitos anos.  O céu é um elemento crucial na vida medieval, tanto de dia quanto de noite. Sabiam que até estradas na idade média eram feitas seguindo o desenho das constelações no céu, assim um viajante que saísse da estrada poderia encontrá-la novamente se guiando pelas estrelas!

E sabiam também que algumas estradas eram construídas diretamente debaixo do braço da via-láctea, assim não era necessário que fosse iluminadas à noite, pois o próprio braço da galáxia projetava a luz de dezenas de milhares de estrelas nelas? Agora vire-se para mim e me diga na maior cara de pau que isso não é uma coisa super legal?

Olhem para o céu de uma pintura medieval. São tantas estrelas, cometas, anjos, castelos! O céu do folclore medieval é riquíssimo de cores, de seres, de possibilidades! Até mesmo a Lua é palco da grande batalha de São Jorge com o dragão! Com um céu desses, não tem tempo ruim!

Engraçado, isso. Como até mesmo as nossas cidades, vistas de longe, parecem enormes galáxias, se entendermos galáxia como um bando de luzes distantes. Assim são as nossas cidades, assim são as coisas aqui embaixo. Não conseguimos nos desligar dessa parte do nosso espírito que nos chama a olhar para cima, para o alto. Seja tem termos físicos, seja em termos metafísicos, todo ser humano que se preze simplesmente não consegue evitar de olhar para cima!

Como alguém que tem a pretensão de, um dia, poder escrever um livro sobre a RELIGIÃO (veja bem, não sobre a minha religião, católica, lindíssima, mas sobre a religião em geral), não consigo deixar de ficar intrigado com o fato de quase todas as religiões olharem para cima. Gregos, romanos, cristãos, nórdicos, judeus, muçulmanos, egípcios, sumérios, babilônios, todo mundo olhando para cima, para o infinito e além.

***

Uma coisa que eu realmente lamento, mas realmente lamento mesmo, é que não vou viver para ver a humanidade conquistar o espaço. Não irei embarcar em uma dar enormes e belíssimas naves que partirão do nosso lar em busca do infinito, de belezas e perigos ainda desconhecidos para nós. Não poderei experimentar a glória de ser um novo Colombo, um novo Magalhães. Um novo Vasco da Gama! Não, essa honra não será minha, infelizmente.

Por outro lado, não posso deixar de me animar ante a outro sonho, com outro céu. Ah, como eu sonho com o céu de DEUS,  o Céu da eternidade! Não esse céu nosso, que é lindo, de fato, mas que vai se acabar, nem que seja daqui a um trilhão de anos, segundo documentários que assisti.

Como eu desejo, anseio pode abraçar as coisas que não passam, poder desfrutar dos verdadeiros bens imperecíveis! Poder contemplar não a luz das estrelas que se apagam, dos pálidos luzeiros do universo escuro e frio, mas a luz calorosa e plena do Centro Último de tudo o que existe.

Como desejo passar a eternidade contemplando o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas, Aquele pelo qual tudo foi feito, e sem O qual nada pode existir! Ali eu já não precisarei me admirar das estrelas, pois eu mesmo serei uma estrela refletindo a glória do meu Senhor! Aí, sim, serei verdadeiramente livre, leve e solto, livre para as coisas que DEUS reservou para aqueles que O amam!

Aí, sim! 





terça-feira, 7 de agosto de 2012

A prisão da Verdade

Mais um dia no reinado ainda não plenamente estabelecido de Nosso Senhor Jesus Cristo se inicia. Mais um dia na companhia da bem-aventurada e sempre virgem Maria. Enfim, um dia como outro qualquer, o que é muito bom.

No Amazonas, as águas da maior cheia já registrada baixam, baixam e baixam, deixando as praias cada vez mais expostas. Bom para quem não está, como eu, preso a um escritório e pode aproveitar numa boa. Especialmente a Praia da Lua está especialmente recomendável, segundo soube, principalmente porque agora todo mundo só quer saber da praia da Ponta Negra.

Enquanto isso, nas Olimpíadas, o Brasil vai fazendo bonito. Ontem o basquete, o boxe e o Vôlei foram motivo de orgulho nacional para o nosso País Tropical (abençoado por DEUS e bonito por natureza). Depois de alguns dias de tristeza e decepção, não poderia haver reviravolta melhor. Claro que não somos os Estados Unidos nem a China em termos de esportes, mas se os brutos também amam, então os brasileiros também podem se alegrar com o esporte.

Enfim, um bom dia para começar pedindo o Espírito Santo de Deus. Um bom dia para encarar as coisas sob um outro prisma. Um bom dia para permitir-se abrir as cortinas pesadas do próprio coração e deixar entra um pouco de luz.

Estou falando todas essas coisas apenas para mostrar que todo o mundo pode ser encarado de forma totalmente diversa daquela que tantas vezes vemos na televisão, onde os telejornais fazem questão de frisar apenas as desgraças que aconteceram.

Tanta coisa boa acontecendo, tanta caridade, tanta gente se ajudando, e você liga a televisão e só tem tragédia, acidente, terremoto, furacão, e o escambau. Pra quê perder seu tempo vendo um filme triste, ou esperando um parente morrer para ficar deprimido? Ligue a televisão e veja todos os telejornais possível, que é muito mais rápido!

Me impressiona, mas não me surpreende, as tendências de nossa imprensa, de nossa mídia em geral. Tudo é feito para deixar a gente triste, ansioso, temeroso do futuro. A pessoa vê o noticiário e pensa: "esse mundo não tem mais jeito, mesmo". E aí vem toda uma série de problemas correlatos.

Poxa, não estou dizendo que devemos viver como alienados, pensando que o mundo é uma maravilha, que todo mundo se ama e que as bombas que estão explodindo na Síria são apenas uma exceção, uma coisa rápida, passageira e sem importância. De modo algum é isso que estou dizendo. Mas tudo precisa ser feito com equilíbrio do contrário nós todos iremos nos tornar alienados pela via reversa.

Por exemplo, enquanto o Datena, aquele homem que se aproveita da ignorância do povo para prestar um desserviço ao país inteiro, arauto da pena de morte e da prisão perpétua, cospe brasa contra tudo e contra todos no seu programa sensacionalista, aqui em Manaus a criminalidade caiu em 28 bairros, segundo recente levantamento da Secretaria de Segurança Pública. Sem precisar matar ninguém, sem precisar jogar ninguém na cadeia para o resto da vida, como se fosse um animal de zoológico. Aliás, por mim nem existia zoológico, mas isso é outra história.

Quer dizer, o que é que custa, não é mesmo, dar só mais um pouquinho de publicidade para o que acontece de bom no mundo? Poxa, a Igreja Católica ajuda diariamente milhões de pobres ao redor do mundo, pessoas são libertas do vício da bebida, da droga, do cigarro, do sexo sem limites (pergunte a um ninfomaníaco se ele leva uma vida normal e equilibrada antes de contestar esse argumento), entre tantas outras milhões de milhões de coisas boas, de pequenos milagres que se operam todos os dias, e que aparecem em...lugar nenhum.

Eu poderia escrever tanta coisa, mas tanta coisa linda que a minha Igreja faz mundo afora nesse post, que era capaz de você não conseguir ler até o fim. No entanto, os livros de história, os noticiários, só querem saber de padres pedófilos, da Inquisição, caxa as bruxas, etc, etc. Novamente, não prego a alienação de ninguém, aconteceu no passado, acontece hoje, acontecerá amanhã, ninguém duvida disso.

Mas, por Deus, será que só eu acho essa avaliação unidimensional da realidade uma baita duma injustiça? Será mesmo que um padre pedófilo, ou um grupo de padres pedófilos, por exemplo, é a Igreja inteira? Será que, de 2.000 anos de história, a gente pegar só a PIOR PARTE e usar ela como parâmetro para julgamento de toda a Instituição, é o mais correto?

Onde estão as dezenas de milhares de orfanatos, hospitais, asilos, leprosários, escolas, universidades mantidas e custeadas pela Igreja Católica? Não existem? Bom, para a mídia, certamente que não!

Minha avó, por exemplo, nós não tínhamos dinheiro para lhe dar um tratamento digno em sua velhice, e a saúde pública desse meu Brasil é comparável à dos tempos do próprio Cristo (ou seja, uma MERDA). Quem foi que cuidou de minha avó em sua doença? Foi o Estado, essa instituição que os homens criaram para que resolvesse seus problemas como se fosse uma espécie de deus? A IGREJA cuidou de minha avó, a acolheu em seus leitos gratuitos e lhe deu dignidade para que pudesse morrer com um mínimo de honra intacta.

Malditos sejam esses meios de comunicação, malditos sejam esses autores dos livros de história usados em nossas escolas! Manipulando a informação, fechando os olhos para o todo, eles se colocam na posição de servidores fiéis, se cães obedientes desse sistema de opressão e morte que governa o mundo! Tornam o povo cada vez mais e mais ignorante, cada vez mais e mais manipulável. Agradecem todas as redes de supermercados, todos os vendedores de entretenimento vazio, projetado para fazer o homem esquecer que há um amanhã e uma morte!

Ai daqueles que pensam que hoje a informação é livre, que está ao alcance de todos! Ai daqueles que pensam que hoje chegar ao conhecimento da verdade é mais fácil do que antes! Que enorme ilusão, que enorme mentira e armadilha em que foram enredados todos aqueles que usaram o ensino médio como parâmetro para suas vidas!

Oras, que vos parece? Será mesmo que com 15, 16 anos, a pessoa tem condições de dizer "fechei minha filosofia de vida, sei tudo que preciso para tocar minha existência, possuo toda a verdade e não desejo mais pensar"? Eu tenho 20 anos, penso sobre infinitos problemas todos os dias, e quero continuar pensando neles até o dia da minha morte! É totalmente incompreensível para mim como às vezes as pessoas ao meu redor parecem tão conformadas com o que sabem, com o que acham que sabem!

Quanta gente por aí se vendendo como sábia, como cheia do conhecimento, na verdade não sabe de nada! Sabedoria e presunção são coisas muito, mas muito diferentes, mesmo, sabe! E tem gente que eu conheço, que convivo, que vai para os debates e parece que ao invés de discutir com o cérebro, discute com um nariz empinado! Dá até pra ver a meleca lá dentro tal é o ângulo que o orgulho e a soberba dessas pessoas cria em suas faces!

Vocês acham que se um belo dia eu acordasse e percebesse que tudo o que eu vivo é uma mentira eu não iria abandonar tudo e seguir em busca da verdade? Vocês acham realmente que eu não me pergunto todos os dias sobre os fundamentos da minha fé?

As pessoas evitam questionar sua fé, pois sabem ser ela fraca. Eu desafio minha fé todos os dias, confronto-a com todos os argumentos possíveis e plausíveis! E por que? Porque a verdade, senhores, não é o que nos é conveniente, e Deus sabe como a fé Nele é extremamente inconveniente na maior parte do tempo, a verdade é simplesmente a verdade, e isso já não é o suficiente?

Pode-se realmente exigir da verdade mais do que ela ser ela mesma? Pode-se querer que a verdade seja fácil, seja doce, seja submissa aos meus caprichos? Oras, é claro que não, isto é tão óbvio. A essência da verdade é simplesmente SER VERDADE, e quantas pessoas simplesmente não entendem isso! É uma verdadeira frustração, isso!

***

Há muito tempo, antes de Jesus, houve um certo homem, um tal de Sócrates, que propunha um certo método de pensamento, se escreve MAIÊUTICA, ou algo assim. Basicamente, ele dizia que devemos sempre questionar o que sabemos, o que achamos, o que pensamos, que devemos constantemente por nossas OPINIÕES à prova, pois só assim se chega ao conhecimento da VERDADE.

Quem quiser pesquisar mais sobre o método que pesquise, eu sinceramente fiquei foi com raiva, já. A maioria das pessoas que realmente precisam de um pouco de maiêutica nas suas vidas não vai ler sobre ela nem pesquisando no google, nem se eu escrever aqui, nem se CAIR UM PERGAMINHO DO CÉU NAS MÃOS DELAS com o conceito e aplicação escritos.

O grande problema do método do Sócrates foi exatamente esse: foi projetado para pessoas que não tem o menor interesse nele. Mais ou menos a mesma coisa que aconteceu um pouco depois, com Jesus Cristo. É, essa humanidade é fogo, mesmo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Preparando-se par a colheita MALDITA

Hoje o mundo vive uma grande virada e uma grande mudança em vários sentidos. Infelizmente, quase tudo é para pior. Bem diferente do que ocorreu hoje, quando o basquete brasileiro fez bonitos nas Olimpíadas ao reverter  de forma honrada um placar desfavorável, o mundo consegue aumentar cada dia mais o próprio nível de imundície.

Especialmente, como é desgostoso ver crianças de 10, 11 anos, se comportando como se já fossem adultos! É das coisas mais bizarras desse "admirável mundo novo". Não existe mais infância, não existem mais crianças. Claro que estou exagerando com fins literários, graças a DEUS ainda existem muitas crianças, meus dois sobrinhos mais novos são crianças no sentido completo da palavra e eu os amo demais, sou apaixonado por aqueles garotos, tenho minhas crianças da catequese, também crianças no sentido completo da palavra, puras, inocentes, impressionantes, seus rostos leves pela falta de malícia em seus olhos.

Sei, porém, que a realidade é esmagadoramente diferente do que tenho a divina graça de experimentar em meu refúgio de paz que é a Santa Igreja e no reduto de seriedade no que tange à criação que se tornou (não era) a minha família. E sei pelo simples motivo de que não preciso ir longe para ver crianças que são verdadeiros adultos em miniatura, e não porque são sábios, aliás os adultos em sua maioria também não são sábios, mas porque são maliciosas, capciosas, dúbias, mesmo.

Também, não é pra menos. Vivemos, sem dúvida, uma péssima época para educar as crianças. A começar pelo fato de que as pessoas não querem mais ter filhos, não querem mais a responsabilidade de criar outro ser humano! A maternidade deixou de ser vista como uma nobre vocação, como uma coisa boa, uma oportunidade de dedicar amor e dedicação a outro ser humano, e se tornou uma verdadeira maldição para a geração atual.

Os filhos deixaram de ser uma coisa boa, deixaram de ser a oportunidade de crescer como ser humano, e passaram a ser encarados como algo que me impede de curtir a vida e de crescer profissionalmente. Filhos significam responsabilidade e, meu Deus, como é irresponsável essa geração!

Filhos também significam pulso, e como essa geração é pródiga em gente sem pulso, em frouxos, em verdadeiros "bundões", para me servir de termos corriqueiros entre as massas! Vivemos em uma verdadeira indústria da fantasia, do conto de fadas. Todo mundo quer um palácio, um carrão, um lugar ao sol, todo mundo quer benefícios, vantagens, facilidades e prazer, mas não que mover um dedo para conseguir.

Tudo tem que ser fácil, de primeira, instantâneo. Qualquer revés é motivo para desistir, inclusive da própria vida. Tem menininha aí que com 17 anos já cortou os pulsos 3 vezes, as três porque o namorado a trocou por outra. Qualquer "não", qualquer porta fechada na nossa cara, e pronto, a gente se encolhe em posição fetal e fica ali parado até morrer.

O medo é um verdadeiro ditador entre nós! Tudo é uma questão de planejamento contra perdas, tudo é calculado para evitar surpresas. Toda exposição é vista de forma negativa, toda sinceridade é vista como o ato de uma pessoa insensata que se expõe diante de uma horda de inimigos ocultos.

Como, como esperar que surjam boas crianças, e consequentemente bons adultos de um ambiente como esse, cheio de loucuras, cheio de raciocínios frívolos, de verdadeiro absurdos encarados como normalidade? Tudo é sobre festas, tudo é sobre banquetes, tudo é sobre solenidades, ritos de passagem, como se a realidade fosse sei lá, apenas algo irrelevante, que não vale a pena ser vivido, apesar de ser exatamente a nossa vida.

Quando será que você viu pela última vez um pai que tirou sua criança da frente de uma televisão e de seus enlatados, e o viu conduzir seu filho para um parque, nem que seja para ver uma borboleta? Cara, na boa, o que é a novela das oito, por exemplo, em comparação com a maravilha do voo de uma borboleta, com a infinitude das suas cores, com a leveza do seu ser? Será mesmo um seriado americano tão irresistível que não possa de modo algum fazer fronte ao espetáculo gratuito de uma nascente, de um curso de águas límpidas correndo em seu leito tranquilo?

Melhor ainda, quando foi que você viu pela última vez um PAI ter a iniciativa de sair, ele, mesmo, da frente da televisão, do computador, e ir ver um pouco do que a vida realmente tem a oferecer? Quando é que você foi à praia pela última vez? Quando é que deu um bom mergulho no mar, se deixou levar pelas ondas suaves quebrando na praia?

São perguntas que realmente precisamos nos fazer, sabe. Porque senão o tempo passa e um dia a gente olha pra si mesmo e diz: CARA, QUE EU ESTOU FAZENDO DA MINHA VIDA? Pelo menos eu, que ainda sou jovem, às vezes me pergunto isso, sabe. E pra quem é velho e já vê o tempo se acabar, e aí a pergunta já é O QUE EU FIZ DA MINHA VIDA (?), e que coisa realmente digna de pena deve ser você acordar com 70, 80, 90 anos e perceber que a tua vida passou e você não fez rigorosamente nada.

Bento XVI, em um de seus inúmero postulados de sabedoria típicos do Vigário de Cristo, disse que "a sociedade está doente". Pois eu concordo e ainda acrescento: a sociedade está MUITO doente, está tão doente que já está perdendo a lucidez. Estamos diante de um ponto crítico, que é o de ver que as últimas pessoas testemunhas e divulgadoras dos valores do mundo antigo estão envelhecendo e morrendo, e sendo substituídas por umas pessoas cuja moralidade é tão volátil quanto um tanque de gasolina no meio de um armazém em chamas.

Eu só digo uma coisa. Quem planta colhe, e essas duas últimas gerações que eu vi crescer, minha nossa, que plantação SINISTRA. Quando as árvores começarem a dar fruto, sai de baixo, sai da frente, sai de qualquer lugar dentro da zona de ação dessas pessoas, porque a coisa não vai ser bonita, olha, não vai ser mesmo.